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Algo recorrente…

De O EstadoMaranhão, com ilustração do blog

Pode ser mera coincidência, admite-se, mas é estranho que o governador Flávio Dino esteja, vez por outra, envolvido em situações relacionadas, de uma forma ou de outra, ao trabalho escravo.

Ele ressalta o tempo inteiro ter postura dura contra a exploração do trabalho, cita suas ações nesta área mais, vez por outra, surgem fatos que trazem à tona o escravagismo para seu círculo.

A reportagem de O Estado, mais uma vez, relaciona Dino com o escravagismo.

Pior: cobrado por entidades que lhe são caras, como a Comissão Pastoral da Terra e a Diocese de Coroatá, referências na luta contra a exploração do trabalhador rural.

Mas não é a primeira vez que o agora governador do Maranhão aparece em situação constrangedora por causa deste tipo de relação.

Na campanha de 2010, ele recebeu, de uma só vez, e em cash, doação de R$ 500 mil da Alcana Destilaria de Nanuque (MG), empresa subsidiária de um grupo estrangeiro, o Infinity Bio-energy, listado pelo Ministério do Trabalho como um dos vilões do trabalho escravo no Brasil.

Flávio Dino reclamou, rechaçou qualquer relação com o escravagismo, mas não conseguiu explicar o que levou uma empresa dessas a escolhê-lo como único candidato a governador no Brasil a receber meio milhão de reais.

Depois, já na eleição de 2014, outra empresa investigada por trabalho escravo, a OAS, aparece na lista de maiores doadores do então candidato a governador.

E por último a atitude de entidades respeitadas cobrando que o governador demita um auxiliar listado como escravagista.

Não há no histórico de Flávio Dino como advogado e juiz, qualquer ato que o ligue diretamente com o trabalho escravo.

Mas é incômodo que este assunto seja tão recorrente em sua vida na fase política.

Publicada na coluna Estado Maior, edição desta quinta-feira, 12/03/2015
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