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Atos de um teatro anual…

greve

A população é a única a não saber de nada…

O primeiro passo de uma encenação que parece ter virado anual foi dado segunda-feira pelo Sindicato dos Motoristas de São Luís.

Em um comunicado encaminhado ao Sindicato das Empresas de Transporte, a categoria informou que iria paralisar as atividades a zero hora de quarta-feira, alegando, para isso, descumprimento a uma cláusula da convenção coletiva, que garante o pagamento de 40% do salário até o dia 20 de cada mês.

Obviamente, no meio do dia de terça-feira o SET se mobilizou e a greve foi suspensa.

Mas foi só o primeiro passo do teatro na arena do serviço de transporte de São Luís.

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Todo ano, a greve da categoria começa assim, com ameaças de paralisações diárias, com o SET alegando falta de condições de pagar os benefícios trabalhistas e a prefeitura, por intermédio da Secretaria de Trânsito e Transporte, falando grosso, que não admitirá reajuste da tarifa.

Tudo dentro do script.

Lá para maio, data-base dos motoristas, a greve é finalmente deflagrada, e entra em cena outro ator desta ópera-bufa que se desenha ano após ano: a justiça do Trabalho, que surge para regulamentar o índice de reajuste, não sem antes declarar a greve ilegal e realizar inúmeras audiências entre as partes, que se mostram sempre irredutíveis de lado a lado.

E em 2015 há um agravante: a recente compra de quase 200 ônibus pelas empresas, que, segundo o SET, irá onerar os custos da operação em quase R$ 3 milhões mensais, em um buraco que já é de quase R$ 10 milhões por mês.

E em junho fecham-se as cortinas para mais uma temporada do teatro do transporte, com um final já conhecido do público:

E a população paga a conta, com aumento inevitável de passagem…

Da coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão, com ilustração do blog

Marco Aurélio D'Eça

8 Comments

  1. Geralmente não concordo com você, mas não há como não concordar e parabenizar por esse texto.

  2. Olha nenhuma categoria é boba. nem os empresarios nem os motoristas e cobradores. Logico que o poder de exploração está nas maos dos empregadores ai, porem, se é o data base destes motoristas nao resta alternativa mesmo.

  3. Marcos, permita-me usar o seu conceituado Espaço para fazer um apelo aos dirigentes da CAEMA para que se digne em tomar providências para resolver o grave problema de desabastecimento d’água da Rua 13, do Planalto Vinhais II, onde os moradores estão há dias sem ter uma gota d’água nas torneiras.
    Já tentei entrar em contato com a CAEMA através dos números 08007010195 (SAC); 3198 8017/18/19 e misteriosamente ninguém atende para dá satisfação.

    Muito brigado!

  4. Mas tinha mesmo que substituir estes onibus Marco, nao tinha pra onde correr. Teve até TAC pra isso, então foi o certo a se fazer.

  5. Um teatro que tem os empresarios como protagonistas. Quero mesmo que estas empresas antigas que ate hoje exploraram os coletivos saiam e coloquem empresarios com mais visao.

  6. Texto irretocável. É assim mesmo. E o bacana dessa brincadeira é quando o TRE declara ilegal a greve, mas os grevistas continuam impondo sua agenda ao restante da população, que não tem como fazer nada, inclusive parando os ônibus no meio do caminho. Isso é um absurdo!

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