Amargurado por chegar aos 100 dias de governo sem respostas contundentes à população, comunista se contradiz ao criticar “herança maldita” do governo Roseana e manter em postos estratégicos gente que atuou na mesma gestão que ele critica
O governador Flávio Dino (PCdoB) se perdeu por completo no episódio envolvendo o resgate de presos do Complexo de Pedrinhas.
Suas explicações, respostas e tentativas de culpar terceiros pela incompetência de sua gestão – ou conivência, como apontou o jornalista Evaristo Costa, da Rede Globo – viraram piada de internet e mostraram o lado mais despreparado do atual ocupante do Palácio dos Leões.
– O governo anterior deixou o crime organizado dominar penitenciárias e aterrorizar a sociedade – justifica-se o comunista.
Ora, Flávio Dino, se foi no governo anterior que o crime organizado dominou Pedrinhas – e no governo anterior eram basicamente estes os diretores do complexo – por que mantê-los, todos, praticamente nos mesmos postos em seu governo?
Murilo Andrade, que chefia a Secretaria de Administração Penitenciária, chegou a se reunir com Roseana para ser nomeado no mesmo posto, ano passado.
Sua auxiliar mais direta, Camila Barbosa – atual subsecretária de administração dos presídios – foi assessora especial de Roseana. E o major Frankie Ribeiro, adjunto de Murilo Andrade, esteve no GTA no governo Roseana.
Se eles ajudaram a “deixar o crime organizado dominar Pedrinhas”, o que fazem agora no comando da mesma Pedrinhas, Flávio Dino?
Seria apenas para agradar amigos que os indicaram ou por falta de opção?
Ou, pior: por que o governador não conhece, de fato, a máquina que comanda?