Segundo o vereador Fábio Câmara, os cortes do governo na saúde devem comprometer atendimento e sobrecarregar hospitais da rede municipal na capital
A dificuldade enfrentada no sistema de saúde voltou ao centro do debate, hoje, durante audiência pública realizada, na Câmara Municipal de São Luís (CMSL), sobre a prestação de contas da Secretaria Municipal de Saúde de São Luís (Semus). No evento, além de cobrar mais verbas para o setor, o vereador Fábio Câmara (PMDB), líder da oposição na Casa, criticou os cortes feitos pelo governador Flávio Dino (PCdoB) no custeio de unidades de saúde do Estado que, segundo o parlamentar, vai provocar uma situação difícil para os hospitais municipais na capital.
A população de São Luís esperava pela parceria entre governo do estado e prefeitura. Antes, diziam que o problema era a governadora Roseana Sarney. Hoje, prefeito [Edivaldo Júnior] e governador [Flávio Dino] são aliados. E o que aconteceu? O governo anuncia cortes no custeio de unidades de saúde do Estado na capital. Sabem o que isso significa? Uma sobrecarga ainda maior no Socorrão I e II que são unidades do sistema municipal de saúde. Eu vejo a possibilidade de um caos muito breve na saúde – disse.
O peemedebista destacou ainda a demissão de mais de 12 mil profissionais qualificados do sistema, o que representa, segundo ele, uma grande incoerência com o lema de campanha dos comunistas que prometeram um “governo de todos nós”.
– Além dos cortes no custeio, mais de doze mil profissionais qualificados foram demitidos. Como é que se pode haver melhorias no sistema de saúde sem recursos e profissionais? E o pior: enganaram o povo afirmando que iriam fazer um governo de todos nós. É lamentável promover cortes e demissões no pilar fundamental de uma gestão pública: a saúde – declarou.
Conforme pontuou Fábio Câmara, a melhoria das condições dos hospitais municipais de São Luís, poderia ocorrer se o governo estadual colocasse em prática a tão falada parceria institucional, pregada na campanha eleitoral do ano passado, nos quatro cantos da capital maranhense.
A população quer uma infraestrutura mínima não oferecida porque o financiamento da saúde é pífio. Agora chegou a hora da tão falada parceria entre prefeitura e governo. O prefeito e o governador são aliados. O governador Flávio Dino é o tutor; o prefeito Edivaldo Júnior é o tutelado. É o criador e a criatura – disse.
Ao encerrar seu pronunciamento, o vereador peemedebista criticou o governo pelo fechamento de algumas especialidades como otorrino, proctologista, neuro, plástica, dentre outros e afirmou que, mesmo não tendo mais ligações políticas com o ex-secretário de saúde Ricardo Murad, na gestão anterior as UPAs e os hospitais do Estado na capital possuíam um atendimento mais humanizado e organizado.
– Diziam que iriam trazer a mudança. Mas até agora o que se viu foram cortes, demissões e o fechamento de algumas especialidades como otorrino, proctologista, neuro e plástica. Eu não tenho mais nenhuma ligação política com o ex-secretário de saúde Ricardo Murad, mas não posso me calar em não fazer um reconhecimento à sua gestão à frente da pasta: quando o secretário era o Dr. Ricardo Murad, as UPAs e os hospitais do Estado na capital possuíam um serviço mais humanizado e organizado. Naquela época, a população preferia buscar atendimento nas UPAs do que nos Socorrões I e II, mostrando com isso, a qualidade dos servidos nas unidades do Estado – relatou o parlamentar.