Sem apurar as informações de campo, secretaria emite nota classificando como “fato isolado” a morte de um jovem, pela polícia, na Vila Luizão; e não é a primeira vez que a pasta comete este tipo de desatino
Definitivamente, a Secretaria de Comunicação do governo Flávio Dino (PCdoB) não consegue se entender com a cúpula da Segurança Pública. E pela segunda vez em um caso envolvendo o setor, emite nota que precisa ser desmentida para não ridicularizar o próprio governo.
Na tarde de hoje, a pasta dirigida pelo radialista Robson Paz emitiu “Nota de Esclarecimento” afirmando que a morte do manifestante na Vila Luizão foi um “caso isolado” de um policial.
Não checou, não apurou e não verificou as informações para saber se o que argumentava era verdade.
Não era.
Os próprios oficiais da PM reconheceram, mais tarde, que não foi apenas o Cabo quem atirou, mas vários outros PMs, atendendo voz de comando. Ou seja, fato isolado coisa nenhuma.
Mas não é a primeira vez que a Secom comete este tipo de desatino.
Em maio, quando um vigilante executou em praça pública o mecânico Irialdo Batalha, em Vitória do Mearim, a Secom apressou-se em divulgar nota taxando a vítima de bandido. Foi desmentida no mesmo dia pelo secretário de Segurança, Jefferson Portela, que classificou a execução de “covarde e cruel”. (Relembre aqui)
Detalhe: no caso Irialdo, a Secom nunca veio a público pedir desculpas pela sua covardia.
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Mas desta vez, a comunicação do governo terá que desmentir a si mesma.
Ou faz isso, ou seu governo vai passar a imagem de que demonstra pouca importância à vida humana, a ponto de classificar um assassinato como “fato isolado”.