Partidos vão dividir espaços de poder no Maranhão em plena época de impeachment, o que forçará um posicionamento claro do governador com relação a 2018
Em meio à polêmica surgida no Brasil com a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), um movimento partidário no Maranhão – a adesão do PT ao governo Flávio Dino (PCdoB) – tem passado quase que despercebido, apesar do impacto provocado.
Primeiro que o principal parceiro do governo Dino é o PSDB, comandado pelo vice-governador Carlos Brandão. O PSDB, como se sabe, é a principal voz partidária pelo afastamento da presidente, e já declarou que pretende mobilizar o país em torno desse objetivo.
Os petistas disseram que decidiram aliar-se a Flávio Dino por causa da defesa pública que ele fez do mandato de Dilma Rousseff. Na quarta-feira, o deputado Zé Inácio foi à tribuna da Assembleia Legislativa defender a aliança com o governo e declarou o objetivo do PT: “Precisamos reforçar as conquistas dos governos Lula e Dilma; e lutar contra o golpe das forças conservadoras, capitaneadas pelo PSDB”. Trata-se praticamente de uma declaração de guerra.
Inácio deixou claro que todos os movimentos visam resguardar Dilma até 2018, quando o PT pretende – com o apoio de Dino, do PCdoB e das demais forças de esquerda – lutar para derrotar o PSDB.
Como de praxe, o vice-governador Carlos Brandão fechou-se em copas. E como ele agiram todos os demais tucanos, de todas as plumagens -de João Castelo a Neto Evangelista; de Sérgio Frota a Sebastião Madeira.
Mas o PSDB maranhense sabe que a movimentação do PT foi a senha para mostrar que, dificilmente, o partido de Aécio Neves permanecerá no lugar em que está no governo maranhense nas eleições de 2018.
E quanto mais avançar o impeachment, mais esses ânimos estarão exaltados entre as duas legendas no Maranhão.