Começa a soar preconceituosa a pressão da chamada elite da política de Brasília na tentativa e afastar o presidente interino da Câmara Federal; se ele não servia para a presidência, não deveria ter servido, também, para a vice-presidência
Tem ganhado ares de puro preconceito a pressão da chamada elite política brasileira para que o presidente interino da Câmara Federal, deputado federal Waldir Maranhão (PP), se afaste do cargo.
Ora, se Waldir Maranhão não serve para ser presidente, por que o elegeram vice-presidente?
É puro preconceito achar que o deputado – duas vezes reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) – seja um tolo.
Tolos não se elegem deputado federal.
No cargo já há mais de 10 dias, o deputado maranhense tem demonstrado, na verdade, uma capacidade de resistência digna dos líderes do Congresso.
Maranhão sabe da importância estratégica de seu cargo neste momento de transição política e não vai entregar o poder de mão beijada.
Se quiserem, que o arranquem de lá a fórceps.
Mas parece estar se tornando cada vez mais difícil esta missão, diante da demonstração de uma outra característica do pepessista: o forte poder de articulação, que se contrapõe às raposas paulistas.
Aliados do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já demonstram interesse na manutenção de Waldir Maranhão.Membros experientes da mesa, como Beto Mansur (PP-SP), também já admitem conviver com ele.
E os emissários do presidente Michel Temer (PMDB) já sabem que, neste momento, é tolice brigar com quem tem o poder de conduzir a pauta da Câmara, fundamental para as reformas do novo governo.
Waldir Maranhão resiste a mais um final de semana no segundo posto mais importante da República atualmente.
E parece também não se dobrar ao preconceito…