Após denúncia de que os R$ 33 milhões do contrato com o instituto foram usados para comprar apoio ao prefeito Edivaldo Júnior, pessoal com carteira assinada foi chamado para assinar carta de próprio punho desfazendo-se de parte do que tinham a receber
Eles não vão pagar os sete meses de atraso em carteira. Estão exigindo que a gente faça uma carta, de próprio punho, pedindo o desligamento. E só vão pagar o mês de fevereiro, mais 1/3 de férias e 1/3 do 13º, com data de 29 de fevereiro na carta”, revelou A. G. S.
A mulher é uma das centenas de indicadas por vereadores para receber salários do ISEC.
A elaboração e o preenchimento da carta pode ser vista na imagem que ilustra este post, feita na última quarta-feira, quando dezenas de contratados foram chamados à sede do instituto.
O depoimento de A.G.S. mostra o clima que se firmou no instituto desde que o ex-juiz da Ficha Limpa, Marlon Reis, pediu ao TRE a cassação do prefeito Edivaldo Júnior (PDT), pelo desvio dos R$ 33 milhões do contrato, apontado como o maior esquema de corrupção eleitoral já desbaratado em uma eleição municipal em São Luís.
De acordo com o que contou a mulher – que não quis se identificar publicamente, mas deixou seus dados com o titular do blog – o clima no ISEC é de pressão sobre os contratados, sobretudo os indicados por vereadores e lideranças partidárias.
– Eles obrigam a gente a fazer a carta por que afirmam que as denúncias não vão dar em nada. E dizem que é melhor pedir o desligamento e entregar a carteira para dar baixa. Fiz isso na quinta-feira – revelou a ex-contratada, sem definir a qual quinta-feira se referia.
O contrato com o ISEC foi firmado em julho de 2015, ao custo total de R$ 33,2 milhões.
Além da denúncia que pode resultar no afastamento de Edivaldo da campanha eleitoral, o caso está sendo investigado pelo Ministério Público.
E pode resultar também em ação criminal contra o prefeito…