Ícone do site Marco Aurélio D'Eça

Futebol maranhense de volta ao fundo do poço…

Quando se esperava que a presença de dois grandes na Série C serviria ao menos como consolação, diante da iminente queda do Sampaio Corrêa, eis que o Moto Club se vê acéfalo, mesmo com todo o saldo positivo da temporada 2016

 

Sérgio Frota com Flávio Dino: calendário político falou mais alto que o esportivo

Medíocre, desorganizado, corrupto e de baixa qualidade técnica, o futebol maranhense viveu pelo menos 20 anos numa espécie de limbo do futebol brasileiro.

Não havia sequer série para classificar os três grandes maranhenses.

De 2011 para cá, o Sampaio Corrêa deu uma arrancada fenomenal, saltando da Série D à Série B em apenas três anos, lotando estádios e atraindo torcedores de várias idades.

Mas aí veio a política para estragar tudo.

Embalado pelo sucesso boliviano, seu presidente, o empresário Sérgio Frota, seguiu a receita de muitos outros antes dele e resolveu aproveitar-se da torcida para ganhar mandato eletivo.

Primeiro como vereador; depois como deputado estadual.

E deu no que deu.

O Sampaio amarga em 2016 a lanterna da Segunda Divisão e deve cair nas próximas rodadas, fruto da falta da planejamento e de projetos a toque-de-caixa, mais preocupados com o calendário político do que com o esportivo.

Hans Nina: evidente frustração com o resultado das urnas

A esperança se voltou para o Moto Club, que fez brilhante campeonato maranhense e lutou com raça na Série D, garantindo o acesso à Série C de 2017, onde deverá encontrar o adversário Sampaio Corrêa.

A presença dos dois maiores clubes maranhenses na mesma divisão do Brasileirão poderia ser uma espécie de consolo para a queda iminente do Sampaio.

Mas aí veio novamente a política.

Embalado pelo sucesso do Papão, seu presidente, Hans Nina também tentou aproveitar-se da popularidade para se eleger vereador de São Luís.

Mas fracassou.

E apenas um mês depois do revés nas urnas, Nina renuncia à presidência do clube, caracterizando uma decepção com o torcedor, cuja paixão pelo futebol não caracteriza obrigação com a política.

Hans Nina pode até tentar desvencilhar sua decisão esportiva do fracasso político, mas fica notória a relação entre os dois campos.

E já há também especulações de que Sérgio Frota venha a deixar a presidência do Sampaio ao final da temporada.

Triste destino de um futebol que tem sido usado por oportunistas de toda sorte.

E que sempre acaba no fundo do poço…

Sair da versão mobile