Ícone do site Marco Aurélio D'Eça

José Sarney: “o medo não pode nos tirar a esperança”…

Em contundente artigo em que relaciona o medo historicamente, ex-presidente destaca trecho sobre o momento político do Maranhão, em que a intimidação, a perseguição e a imposição da força têm marcado as relações políticas

 

No Maranhão hoje, o medo é esse instrumento utilizado politicamente.

Todos têm medo: os comerciantes têm medo das fiscalizações dirigidas; os políticos têm medo das comissões de inquérito semelhantes às da inquisição, que levaram às fogueiras; os funcionários têm medo das ameaças e das demissões.

Cada cidadão tem medo de uma forma de perseguição.

Uma denúncia aqui, uma demissão acolá, uma ameaça mais além, chantagens, pressões, insinuações, calúnias, difamações, falsidades…

Tudo isso rasga a coesão social, rompe a vida das famílias, mina o futuro.

A ideologia semeia dogmas – e ai daqueles que não acreditem. Hoje ela desapareceu, tornou-se retórica antiquada; só fez mal à humanidade.

Nada fez mais medo – nem a guerra nuclear – que o regime encarnado em Stalin, que matou mais de 30 milhões de pessoas.

Será que alguém pensa que o comunismo pode renascer no Maranhão?

Que saudade do medo simples de minha infância, quando – é minha primeira memória – eu e meus irmãos espiávamos, de detrás da porta, os índios que entravam na cidade em fila!

O que o medo não pode nos tirar é a esperança…

Trecho do artigo “O Medo como intimidação”, publicada na edição de fim de semana de O EstadoMaranhão

Sair da versão mobile