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Flávio Dino e Odebrecht: a conexão Alcântara…

Dossiê da Procuradoria-Geral da República montado a partir da delação do ex-diretor José de Carvalho Filho cita visitas do governador comunista à base de Alcântara, logo nos primeiros dias do seu governo, para discutir futuro da base, alvo da empreiteira desde 2010

 

Dino em Alcântara
Viagens coincidiram com período de crise no consórcio firmado entre Brasil e Ucrânia

Há no dossiê da Procuradoria-Geral da República relativo ao pagamento de caixa 2 de R$ 200 mil ao governador Flávio Dino (PCdoB) – para atender a interesses da Construtora Odebrecht – registros de visitas do comunista à Base de Lançamento de Alcântara.

O documento cataloga matérias de jornais e informações sobre o interesse do governador comunista no CLA. Para tentar entender os motivos dos registros da PGR, é preciso relembrar no tempo a relação de Dino com Alcântara.

A primeira visita do comunista se deu logo nos primeiros dias do seu governo, em 21 de janeiro de 2015.

O objetivo, segundo matéria da própria assessoria, era garantir a manutenção de investimentos em tecnologia no CLA. (Veja aqui)

O site do Ministério da Ciência e Tecnologia registra nova visita de Flávio Dino a Alcântara em 25 de novembro de 2015. Desta vez, o governador chamou o então ministro da Defesa, Celso Pansera, para tratar “dos rumos do programa espacial brasileiro“, após o rompimento do acordo Brasil/Ucrânia. (Leia a íntegra da matéria aqui)

Definição de rumos
Dino recebe o então ministro Pansera para discutir futuro de Alcântara após rompimento da Cyclone Space

A princípio, a visita do governador a Alcântara não aparenta nada de mais extraordinário.

É preciso voltar ainda mais no tempo, porém, para se chegar a um indício do que quer a PGR com os recortes de informações sobre a presença do comunista na base espacial.

Chega-se a 2010, mesmo ano em que, segundo a delação do ex-executivo José de Carvalho Filho, Flávio Dino recebeu R$ 200 mil em caixa 2 para sua primeira campanha ao governo. (Relembre aqui)

Naquela época, a Odebrecht disputava licitação, em consórcio com a Andrade Gutierrez, para construção de uma nova base para a empresa Cyclone Space, formada pelos governos do Brasil e da Ucrânia.

Mas em maio de 2010 o Conselho de Defesa Nacional decidiu encerrar a licitação, alegando necessidade de pressa na definição do calendário para a obra.

A revista Exame escreveu sobre o assunto. E disse o seguinte:

– Segundo EXAME apurou, o consórcio formado por Odebrecht e Andrade Gutierrez é o que está em negociações mais avançadas com a Agência Espacial Brasileira e os representantes ucranianos para o início da obra. (Leia a íntegra aqui)

Odebrecht em Alcântara
Torre Móvel de Integração feita para a construtora pela RCO soluções para indústrias

De fato, o consórcio Odebrecht/Andrade Gutierrez foi escolhido para tocar o projeto Cyclone 4.

Tanto que, em 19 de abril de 2012, o site da empresa RCO, especializada em equipamentos para indústrias, noticiou a entrega de uma Torre Móvel de Integração, de sua fabricação, para expansão da base de Alcântara, então sob a responsabilidade da Odebrecht. (Leia aqui)

Ocorre que, a partir de 2014, quando Dino disputava o governo maranhense pela segunda vez – agora com doação legal de R$ 200 mil da mesma Odebrecht – a parceria Brasil/Ucrânia em Alcântara começou a fazer água.

O acordo bilateral foi oficialmente rompido em julho de 2015. (Saiba mais aqui)

E provavelmente esteja exatamente aí a relação entre as duas visitas de Dino ao Centro de Lançamento, já na condição de governador.

Mas isto só poderá ser esclarecido pelo Ministério Público…

Marco Aurélio D'Eça

4 Comments

  1. Qnd eu digo que tá ficando feio esse desejo dos blogueiros do sistema por FD…aceitem…o povo quer DISTÂNCIA da familia Sarney

  2. O nome de José Sarney e Lobão há tempos e este blog nada! Pelo contrario, os defende. Qual a razão? Dino, foi citado. Bastou. E agora aparece este dossiê aloprado. Jornalista? Não.

  3. Todo fora do contexto e fora de conexão.
    Alhos e bugalhos sendo misturados.
    As fotos da TMI não apresentam NENHUMA relação com Odebrecht ou Camargo. Como diria Jaks, o extirpador, vamos por parte:
    A TMI ( Torre móvel de Integração) faz parte do CLA ( antigo GICLA ) é 100% brasileira e foi Construída pela JARAGUÁ de São Paulo com alguma colaboração de empresas maranhense e Engenheiros Locais, onde me incluo. É uma estrutura muito acanhada para lançamentos de foguetes de pequeno porte ( no máximo 30 m ) com baixíssimo empuxo ( carga máxima de 350 KGF ) e que atinge apenas as mais baixas órbitas, NÃO APRESENTANDO interesse nenhum no aspecto comercial na disputadíssima “indústria” de lançamentos de satélites comerciais.
    O Centro de Lançamento de Alcantara ( CLA ) e sua TMI servem para desenvolvimento de tecnologia não só para propulsores de foguetes quanto para satélites de baixa órbita, na verdade é um laboratório.
    E O Projeto Ciclone? Bem, esse ERA um programa de parceria Brasil/Ucrânia para construção de uma base de lançamentos de foguetes competitivos ( mais de 50 m , carga útil da mais de duas toneladas e atingindo órbitas elevadas de mais de 3 000 km ). No projeto Ciclonem NÃO existiriam as TMIs pois os foguetes seriam montados na HORIZONTAL e depois içados para torres verticais para o consequente disparo.
    O projeto faliu pois a Ucrânia NUNCA colocou um centavo no mesmo e a conta ficou para o governo pagar tanto Odebrecht quanto a Camargo ( inclua-se as propinas, se houveram é claro ).
    Agora tanto a Camargo quanto a Odebrecht sempre quiseram que as Obras continuassem, pois era mais uma mina de ouro de onde PODERIAM sair carradas e carradas de propinas.
    Os dois projetos ficavam na Calota do CLA em Alcântara.

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