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Os números não mentem jamais…

Em resposta a artigo da deputada Andrea Murad, secretário de Saúde Carlos Lula contesta a redução dos gastos da Saúde e apresenta dados do governo para o setor. leia a íntegra abaixo:

 

Por Carlos Lula*

Uma das esquisitices de quem, como eu, tem apreço por livros, é, em muitos casos, ter acesso a conteúdos e matérias que, a princípio, pouco lhe dizem respeito. Quando criança, recordo-me de visitar bibliotecas vastas, a revelar que seus donos de tudo liam, das ciências humanas às exatas. Nunca me imaginei num cenário desses, mas hoje, a vislumbrar minha própria biblioteca, encontro praticamente de tudo um pouco. Nela, inclusive, há um cantinho especial para a matemática.

Digo isso porque voltei à leitura de um belíssimo livro do jornalista e escritor americano Darrell Huff, diante de artigo que apontava um suposto sucateamento da Saúde no estado do Maranhão. Pois bem, o livro chama-se “Como mentir com estatística” e foi lançado nos Estados Unidos em 1954, mas relançado em 2016 no Brasil numa bem acabada edição.

O que o autor faz, de maneira descontraída, simples, e, por vezes, irônica, é chamar a atenção para o fato de que as estatísticas utilizadas numa matéria jornalística, por exemplo, podem estar corretas, mas a forma de obtê-las, interpretá-las, associá-las e até mesmo apresentá-las pode causar grandes distorções. Eis o alerta fundamental de Huff.

Voltemos, então, ao Maranhão. O artigo acima referido parte do pressuposto de que “houve redução nos gastos com a saúde pública no governo Flávio Dino”. Para tanto, sua autora se utiliza de dados públicos da Secretaria de Planejamento do Governo. Segundo ela, as despesas totais com a Saúde estariam caindo drasticamente, de sorte que teríamos hoje menos materiais hospitalares, menos medicamentos, menos atendimentos e internações e até menos cirurgias.

Pois bem. O que o artigo chama de “despesa total” desconsidera o total de despesas empenhadas, levando em conta apenas as liquidadas. Todo o restante deriva daí, dessa “pequena” mudança metodológica. Entretanto, o verdadeiro critério de validação para o cálculo de gastos percentuais com a saúde considera exatamente o valor omitido, ou seja, deve ser ponderado o que foi efetivamente empenhado, e não apenas o valor liquidado. Ao observar os reais números, toda a argumentação do citado artigo cai por terra.

Os números aqui destacados estão no saite da SEPLAN e são públicos. Em 2014, o Estado gastou R$ 1.894.215.906,11. Já em 2016, R$ 2.015.205.683,12. Ou seja, mesmo num cenário de grave crise econômica, o governo do Maranhão gastou em serviços de saúde em 2016 quase 121 milhões de reais a mais que em 2014, R$ 120.989.777,01 para ser mais exato. Nos últimos dois anos, portanto, não diminuímos; aumentamos o investimento em saúde.

Outro dado que também precisa ser analisado diz respeito à produção da Secretaria.

Para isso, é necessário analisar os números do DATASUS. Neles, mais indicadores, a demonstrar exatamente que os argumentos postos no citado artigo não correspondem à realidade. Se em 2014 foram realizadas 78.207 internações em nossa rede de saúde, em 2015 ocorreram 82.249, e em 2016, 93.732. Um crescimento de 19,85% em apenas dois anos. Já produção ambulatorial saiu de 23.930.174 atendimentos em 2014 para 25.368.797 atendimentos em 2016, crescendo mais de 8%. Uma simples análise de números, portanto, leva à conclusão que o aumento de investimento em saúde nos rendeu o crescimento do número de internações, consultas, cirurgias e procedimentos na nossa rede de saúde nos últimos dois anos.

Poderia falar ainda dos hospitais regionais, da eficiência no uso do recurso público, da abertura de 10 leitos de UTI em Caxias, de 10 leitos de UTI em Pinheiro, de 10 leitos de UTI em Santa Inês, de 8 leitos de UTI em Bacabal, de 8 leitos de UTI na Maternidade Marly Sarney, de 10 leitos de UTI em Imperatriz e na breve abertura de mais 10 leitos de UTI em Balsas, apenas para citar mais um dado, mas o espaço não o permite.

Iniciei com o professor Darrell Huff e pretendo com ele finalizar. Ele adverte, lá pelas tantas, que é bom analisar com bastante atenção fatos e números em jornais, livros, revistas e anúncios antes de aceitar qualquer um deles como correto. Às vezes, diz ele, um olhar cuidadoso melhora o foco, exatamente o que pretendemos aqui demonstrar. Aumentamos o número de unidades, o número de leitos, o número de leitos de UTI, os procedimentos, as cirurgias e internações, eis a realidade. Os dados são públicos e objetivos, mas é preciso adotar a metodologia correta para analisá-los, sob pena de enviesá-los somente para agradar a nossa torcida. Afinal de contas, os números não mentem, mas quem os manipula corre sempre o risco de fazê-lo.

* Secretário de Estado da Saúde

Marco Aurélio D'Eça

6 Comments

  1. AGORA MESMO LASCOU!!! LULA TENTANDO ESCREVER ASNEIRAS BASEANDO EM ESTUDOS ESTATÍSTICAS DE MAIS DE 50 ANOS ATRÁS. TÁ DOIDO, UM ADVOGADO LÊ UM LIVRO DE UM IDIOTA AMERICANO E QUERER FAZER INFERÊNCIAS ESTATÍSTICAS SEM A MÍNIMA BASE CIENTIFICA ATUAL.

  2. PEDE PARA SAIR DESSA BOCA QUENTE,SENÃO DEDEA TE ESMAGA!!! SINCERAMENTE, DEPOIS QUE LULA ENTROU NESSE GOVERNO DO CAPETA, SE VÊ SEU DESPRESTÍGIO NO MUNDO JURÍDICO MARANHENSE.

  3. LULETE É UM CAPETA, E NEM DEVERIA ESTÁ NESSE TERRENO PANTANOSO QUE É A ÁREA DA SAUDE. SE FORA COLOCADO EM UM CARGO JURÍDICO TALVEZ TERIA MELHOR DESEMPENHO! ESSE CABRA APANHA É FEIO PARA DEPUTADA GATONA ANDREA MURAD, EM SE FALANDO EM ASSUNTOS DE SAÚDE. ENFIM QUANDO QUE ESSE APEDEUTA EM SAÚDE VAI PEDIR PARA SAIR DE PASTA INEFICIENTE QUE ELE PENSA QUE COMANDA?

  4. Ele Lula deveria se preocupar em pagar funcionários das Upas tenho um parente que trabalha numa UPa e este me disse que tem técnicos em enfermagem há cerca de 4 meses sem salário, o que eu mais abomino nessa turma que come na borda da política é se achar os seres mais brilhantes do mundo dada a sua capacidade de mentir, distorcer os fatos, e para seu Edivaldo os porteiros das escolas estão há mais de dois meses com salários atrasados, ou seja, indo para o terceiro mês, falta de respeito tem limite, mas parece que essa turma não sabe disso.

  5. Uma retórica empolada, com cheiro de academicismo ultrapassado para dizer o seguinte: os argumentos a que a Andreia alude não levaram em conta os valores empenhados, apenas os liquidados. fica uma pergunta: quer dizer que ainda há valores empenhados de 2015 e 2016 qu ainda não foram liquidados? Seria calote aos fornecedores, funcionarios, etc?

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