Reeleito governador e prestes a deixar o nanico PCdoB, comunista maranhense acredita que, com a derrota do PT, emergirá como referência da esquerda no embate com um governo de extrema direita que se desenha fascista e incompetente
É óbvio que o governador Flávio Dino (PCdoB) jamais votaria no presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).
Mas o comunista maranhense torce, em suas entrelinhas políticas, pela vitória de Bolsonaro.
Seus gestos no primeiro e no segundo turnos apontam para isso; ele simplesmente ignorou a campanha de Fernando Haddad (PT) no primeiro turno e jogou flores em eleitores de Bolsonaro que, no fim das contas, também votaram nele. (Entenda aqui)
E neste segundo turno, Dino segue fazendo o contraponto midiático ao candidato do PSL sem, no entanto, mover uma palha pela campanha de Haddad.
E há uma razão política para a postura de Flávio Dino.
O comunista maranhense sabe que, com a derrota de Haddad e do PT, com o naufrágio do PSDB e com o isolamento de Ciro Gomes em seu PDT, será ele, Dino, a principal referência de oposição ao eventual governo bolsomínion.
Pouco importa os resultados disto para o Maranhão.
Quanto mais se indispor com o futuro governo, mais Flávio Dino se transformará em referência nacional, sobretudo diante de um cenário em que Lula continue preso e inelegível.
Para viabilizar este projeto, o comunista deverá deixar sua legenda nos primeiros meses após as eleições – seja antes ou depois da posse dos eleitos.
Buscará uma legenda mais adequada ao seu projeto nacional, que pode ser o próprio PT ou mesmo o PDT, partido que estarão na linha de frente da oposição a um futuro governo bolsonarista.
Com dois senadores aliados no Congresso, Dino terá porta vozes para denunciar a eventual perseguição de um governo bolsomínion e garantirá lugar de fala em Brasília para fazer o contraponto.
E aí, quem sabe, em 2022, ele surja como a opção ao capitão encastelado no Palácio do Planalto…
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