Votar no Bolsonaro ignorando seu discurso de ódio é tão covarde quanto apoiá-lo apenas para prejudicar o governo maranhense; o momento é de reflexão diante do abismo iminente, não de disputa ou gestos de vingança
Editorial
Este blog tem posições firmes contra o governo Flávio Dino (PCdoB) e seus satélites nas prefeituras, nos tribunais, na imprensa…
E se manterá firme na crítica a este projeto que, entende, assola o Maranhão há quatro anos.
Mas este blog não pode aceitar que o voto em Jair Bolsonaro (PSL) para presidente seja visto apenas como “uma forma de derrotar o Flávio Dino”.
Nas últimas semanas este blog assiste estarrecido o caminhar – feito rebanho – de uma parcela considerável da população maranhense, movida pelas fakes news e robôs que invadiram a internet com mensagens do capitão.
O pior é ver gente com histórico de militância na esquerda – e até com passagens pelo PT – com discurso de vingança, lenientes e querendo dar lição de moral ao partido.
O pior é ver gente que sempre esteve ao lado de Lula de repente passar a entender que Bolsonaro seja opção de poder no Brasil apenas pelo fato de ser ele “inimigo de Flávio Dino”.
Pelo seu próprio histórico e perfil, Bolsonaro jamais deveria ser ao menos cogitado como possibilidade de poder de quem se considera estudado e viajado.
Bolsonaro não é um teste para a democracia, como podem pensar alguns; ele é o próprio fim da democracia.
Votar no Haddad – mesmo com toda a cúpula do PT presa, como questionam por aí – este sim é um exemplo de democracia.
Só em ambientes democráticos, um partido pode ter seu principal líder condenado e preso – de forma questionável, para dizer o mínimo – e, mesmo assim, continuar a jogar o jogo democrático, respeitando as instituições e o país.
Haddad nunca pregou o fechamento do Supremo Tribunal Federal, como faz Bolsonaro e seus agregados;
Haddad nunca ameaçou prender ou expulsar do país aqueles que lhe fazem oposição, como fez o próprio Bolsonaro;
Haddad nunca questionou a segurança das urnas eletrônicas, como questiona Bolsonaro e os seus.
Para o Maranhão, votar em Haddad é muito mais que beneficiar o Flávio Dino; é defender o próprio Brasil.
Votar em Haddad é dizer que ainda há esperança a um mundo estarrecido com o caminhar entorpecido dos brasileiros.
É impossível conceber que não se possa pensar no risco às mulheres, na ameaça aos nordestinos, aos negros e índios, apenas por que se vê em alguém uma forma de atravancar o próprio Maranhão.
É com esta consciência social e política, com a convicção de que se trilha o caminho certo, que este blog faz um apelo ao Maranhão, a cinco dias pleito.
E sentencia: Haddad é a melhor opção para o país.
Simples assim…