Despreparado, presidente eleito cuida ele mesmo de formular as propostas de seu futuro governo e opor-se a elas; e mostra-se reticente e desconfiado diante das ideias dos seus próprios indicados para o Ministério
A oposição está dispensada, por ora.
Bolsonaro cuida de ele mesmo formular as propostas de seu futuro governo e opor-se a elas.
A transferência da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém estava decidida e foi até confirmada pelo presidente eleito ao jornal israelense Hayon.
Quando o Egito suspendeu uma visita ao Cairo do chanceler Aloysio Nunes Ferreira, porém, Bolsonaro contestou que a medida pudesse ser uma retaliação dos árabes:
– O martelo nem foi batido ainda… – disse.
O famoso martelo está custando a cair em outros assuntos.
A fusão entre os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente foi anunciada e desmentida repetidas vezes.
E, sobretudo, o martelo mantém-se preguiçosamente suspenso na questão da Previdência.
Na entrevista ao apresentador Datena, Bolsonaro opôs-se à proposta de mudança para o sistema de capitalização, esposada pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes:
– Quem vai garantir que essa nova Previdência vai dar certo?.
Feito presidente, Bolsonaro experimenta, como Pilatos, quanto é duro procurar a verdade.
O juiz Moro reforça a tendência de, dentro do futuro governo, opor-se a ele, ou corrigi-lo. Ele não concorda em classificar o MST como organização terrorista, como quer Bolsonaro.
– Não é consistente – definiu Moro
Diminuir a maioridade penal acha aceitável, mas só para poucos crimes: homicídio, lesão grave e estupro. E proibir saídas da prisão, só em caso de membros de facções do tráfico.
Essas e outras questões foram expostas em entrevista coletiva em que o juiz da Lava-Jato se apresentou tão claro e seguro quanto o presidente eleito se mostra reticente e desconfiado em semelhantes ocasiões.
Bolsonaro nutre um sentimento de aversão aos principais órgãos da imprensa, Rede Globo inclusive e Folha de S.Paulo na primeira linha de tiro (“Por si só esse jornal acabou”).
Moro foi só carinhos à imprensa, no fim de sua entrevista:
– A coletiva foi a forma que reputei apropriada para prestar esclarecimentos necessários, mas também em homenagem ao trabalho que a imprensa realizou durante toda a Operação Lava-Jato.
Texto de Roberto Pompeu de Toledo, publicado na edição de Veja de 14 de novembro de 2018 sob o título “Qual a verdade?”
Te amoita blogueiro.
Espera os resultados dele após um ano de gestão, pra vc ter subsídios pra criticar .
Vc tá sendo imaturo enquanto cidadão e jornalista.
Ele ainda nem assumiuu…