Ícone do site Marco Aurélio D'Eça

Primeiras palavras de Bolsonaro como presidente foram pobres e vazias

Novo comandante da nação repetiu clichês comuns bradados por ele e seus aliados durante a campanha e não enfatizou discurso para toda a população, e sim somente para seus admiradores.

Presidente empossado reuniu diversos clichês em suas primeiras palavras e não falou para toda a nação brasileira

As primeiras palavras do presidente empossado da República, Jair Bolsonaro (PSL), foram em sua grande maioria pobres e vazias. Em aproximadamente 16 minutos, tanto no Congresso Nacional quanto o Palácio do Planalto, o novo comandante da nação atacou o socialismo, bradou discursos meramente ideológicos e não largou as vestes de candidato. Além disso, não se referiu às camadas mais populares, aos eleitores que não votaram nele e que também esperam por melhorias e se preocupou somente em agradar ao próprio eleitorado.

Um dos momentos de maior destaque negativo foi quando Bolsonaro – carregando uma bandeira brasileira – disse aos presentes na Praça dos Três Poderes em Brasília que “esta é nossa bandeira, que jamais será vermelha”, em referência aos defensores do petismo e do lulismo. Ainda em discurso, o presidente afirmou que “o Brasil voltará a ser livre de amarras ideológicas”.

Além de baixo conteúdo, Bolsonaro entrou em contradição quando, ao atacar o petismo e o socialismo, disse que o seu “compromisso era o de construir uma sociedade sem qualquer discriminação ou divisão”. No Congresso, o presidente chegou a creditar a autoria do seu atentado, sofrido durante a campanha em Minas Gerais, aos inimigos da pátria. Sem deixar claro quem seriam estas pessoas, Bolsonaro di sse que “quando os inimigos da pátria,  da ordem e da liberdade tentaram pôr fim” à sua vida, “milhões de brasileiros saíram às ruas”.

Sobre o que interessa, ou seja, sobre os projetos futuros de governo, Bolsonaro limitou-se a ler que seriam feitas reformas “estruturantes” na economia, convocou o Congresso para ajudá-lo na aprovação de projetos e informou que acordos para a abertura do país ao comércio internacional serão mantidos “sem o viés ideológico”

À primeira vista, Bolsonaro fez um discurso que somente corroborou com toda a sua fala vazia, repleta de clichês e discursos pouco construtivos que nortearam a sua campanha até chegar ao Planalto. Resta saber se os próximos atos serão direcionados à toda a nação brasileira ou somente aos seus seguidores.

Sair da versão mobile