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Considerações sobre o caso Neymar…

Tentar minimizar a situação desqualificando a suposta vítima não resolve o problema; e o debate não pode ser influenciado apenas por questões de gênero e condição social dos protagonistas

 

Do que se viu até agora nas redes sociais a respeito do caso envolvendo o jogador Neymar Júnior e uma mulher que o acusa de estupro, foi uma exposição gratuita do preconceito social e do machismo que marcam a sociedade brasileira.

O caso é obscuro por si só, ao envolver uma figura pública com histórico de situações não muito lisonjeiras e uma mulher, como muitas no Brasil, em busca de prazeres e boa vida.

Mas reduzir o debate apenas ao fato de Neymar ser um milionário astro do futebol, capaz de atrair moçoilas de toda estirpe, é expor o machismo característico do brasileiro comum, incluindo o de muitas mulheres.

Ora, tentar minimizar o problema envolvendo o jogador apenas desqualificando a suposta vítima não ajuda na questão. Apontar o desajuste do craque como causa natural do problema, também é reducionista.

Até agora, Najila Trindade Mendes de Souza nunca negou que queria mesmo era sexo com Neymar; em suas declarações e depoimentos ela deixa claro que foi a Paris com o intuito de transar com o craque, uma, duas, dez vezes se fosse o caso.

Mas no momento em que uma mulher diz “não!”, é preciso que o companheiro entenda que é não. Ridicularizar isso, é diminuir a condição de mulher; é exacerbar o machismo.

“Não, é não” e ponto! E é bem aí o cerne da questão.

Neste aspecto, é preciso entender também o que caracteriza um estupro.

Qualquer prática sexual não consensual, forçada, que é feita independentemente de a vítima querer caracteriza estupro.

Se uma mulher, um homem, um homossexual ou seja lá quem for, decide ir para a cama com o parceiro, e, lá chegando, apesar do clima, não aceita algum tipo de prática, esta prática passa a ser estupro se feita mesmo assim.

Fazer sexo oral sem o consenso do companheiro, é estupro;

Sexo anal sem que a outra parte queira, é estupro;

Até o sexo papai-e-mamãe sem a vontade de um dos dois é estupro.

Seja com prostituta, gay, garoto de programa ou entre casados.

A suposta vítima poderia ter ido a Paris para fazer sexo 24h por dia; e ela mesma admite que foi para isso.

Mas se ela só aceitasse fazê-lo com camisinha, isso precisa ser respeitado.

Se ela não aceitar sexo anal, por exemplo, fazê-lo mesmo assim – “uma vez que ela já está lá mesmo, né?”, poderia justificar alguém – é praticar estupro.

Seja ela uma prostituta, um garoto de programa, um gay, uma mulher casada, um homem… se não quer fazer assim, não pode fazer assim.

Neste ponto, encerra-se a questão.

É simples assim…

Marco Aurélio D'Eça

4 Comments

  1. Pôxa , Marco! Sou até teu fã, mas nessa vc vacilou feio. Então tu já sabe q ela disse NÃO? Todos teu texto é em cima do “NÃO” que ela supostamente diz. A verdade é a dela ? Será q ela disse esse “NÃO”? Neymar disse q foi consentido. Vc que tá pré-julgando, julgando e condenando o Neymar

    Resp.: Amigo, deixa eu explicar uma coisa: para a lei brasileira, para os dispositivos legais de punição ao estupro, a pessoa nem precisa dizer “não”. Esse “não” não precisa ser dito. Não é que a pessoa vá, sente com o parceiro e tenha que dizer: “não quero isso, não quero aquilo”. Isso é tolice. Esse “não” pode ser expressado de qualquer forma: por expressão de dor, por recuo, por medo. E até quando há um “consentimento contrariado”, a Justiça entende ser um “não”. Porque “Não, é não!”, seja de uma casada, de uma crente ou mesmo de uma puta. Não, é não! Simples assim.

  2. Acho que o plano dela ,como de outras marias chuteiras,sempre tentando se dar bem nesse tipo de investida, dar-se-a no final em nada. Ela já foi mal intencionada,quando deixou o seu celular em posição de filmagem para poder arrancar algo que daria algum retorno financeiro ao seu favor ,caso contrario jogaria na mídia mundial. Infelizmente é uma historia triste para todos e ela por ser incompetente e sem visão de golpe,saíra como entrou.

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