Ao afirmar em entrevista de rádio que “revelará coisas sobre autoridades” maranhenses em sua audiência sobre espionagem na Câmara dos Deputados, secretário acaba por fazer confissão antecipada de sua própria prevaricação
O blog do John Cutrim repercutiu nesta segunda-feira, 17, entrevista do secretário de Segurança Jefferson Portela em que o próprio acaba por fazer uma espécie de pré-confissão do crime de prevaricação e acobertamento.
Ao dizer que está pronto para ir depor na Comissão de Segurança da Câmara Federal, Portela afirma que vai falar sobre “coisas que estão escondidas aqui” ao revelar sobre “agiotagem, crime organizado e contrabando”. (Veja a íntegra aqui)
Ora, se o secretário vai confessar em Brasília que “existem coisas escondidas aqui [no Maranhão]“ então ele próprio comete um crime, ao não revelar, como chefe da polícia e da Segurança, essas coisas que estão escondidas.
A confissão de Portela fica pior ainda quando ele afirma haver “gente aí de paletó e gravata botando gente pra trazer cigarro pra cá, envolvido com agiotagem, tirando onda de autoridade pública envolvida com o crime e estão se tremendo”.
É gravíssima a revelação do secretário, sobretudo pelo fato de ser ele próprio o responsável por manter “coisas escondidas aqui” mesmo sabendo ter “gente aí de paletó e gravata” usando outros para cometer crimes.
Se sabe disso, porque Jefferson Portela nunca tomou atitude?
E se sabe disso, porque usa a informação para ameaçar e não para desbaratar eventuais grupos criminosos?
Denunciado por espionagem de autoridades maranhenses – incluindo senadores, deputados federais e estaduais, desembargadores e os próprios policiais – Jefferson Portela vai ter que se explicar na Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados.
E ao ameaçar revelar coisas escondidas – numa tentativa de acuar os deputados Aluisio Mendes e Edilázio Júnior, responsáveis pela sua convocação – o secretário se complica ainda mais.
E acaba por se envolver em possíveis acobertamentos de crimes, chantagem e prevaricação no cargo de chefe da segurança.
Mais coisas a ter que explicar à Câmara Federal…