Governador tem atuado fortemente para afastar o prefeito Edivaldo Júnior do senador-presidente do PDT, num movimento que visa forçá-lo a abrir mão do projeto de se eleger governador já em 2022
No Maranhão, até os ratos do Centro Histórico sabem que o senador Weverton Rocha (PDT) jamais estaria onde está se dependesse do governador Flávio Dino (PCdoB).
Rocha elegeu-se senador por que criou as próprias condições para que isso ocorresse, forçando Dino a ter que apoiá-lo, diante de uma situação construída a fórceps pelo pedetista.
Flávio Dino também não quer que Weverton seja governador em 2022; aliás, o comunista não cogita, sequer, a candidatura do pedetista à sua sucessão.
Por isso Dino tem trabalhado para que o senador fique isolado nas eleições municipais de São Luís, sem opção de alianças e candidatos; e fora do segundo turno.
Em 21 de janeiro último, o blog Marco Aurélio D’Eça escreveu o post Edivaldo Júnior entre Weverton Rocha e Flávio Dino.
Mas é preciso analisar também que Flávio Dino não quis, na última década, nenhum projeto encabeçado por Weverton Rocha, inclusive a eleição e reeleição do próprio Edivaldo Júnior (PDT).
Foi Weverton – e não Dino – quem fez de Edivaldo prefeito eleito e reeleito na capital maranhense.
Em 2012, quando o atual prefeito de São Luís era um deputado federal sem maiores destaques em Brasília, Flávio Dino apostava no ex-prefeito Tadeu Palácio como opção do grupo para disputar a Prefeitura de São Luís.
Foi o atual senador do PDT quem construiu, bancou e segurou a candidatura de Edivaldo, que acabou se elegendo prefeito contra o então favorito João Castelo (PSDB).
Em 2016, Weverton Rocha chegou a vivenciar propostas de Flávio Dino para que Edivaldo Júnior fosse substituído, já que sua rejeição era quase intransponível; resistindo à proposta comunista, o senador vestiu a camisa do prefeito, exortou os aliados e deu a ele uma vitória histórica contra o surpreendente Eduardo Braide (hoje no Podemos). (Relembre aqui, aqui e aqui)
Nem a própria eleição ao Senado, Weverton Rocha deve a Flávio Dino.
O governador comunista tinha outros planos e apostava, até o início de 2018, que o pedetista se contentaria com a reeleição à Câmara. Mas teve que engolir uma candidatura consolidada na base, com centenas de prefeitos, deputado estaduais, prefeitos e vereadores.
O resultado é que Weverton teve quase 2 milhões e votos, mais do que o governador conseguiu na própria reeleição.
Flávio Dino já tem o seu plano eleitoral para 2022, em que Weverton Rocha não está incluído.
Caberá ao próprio senador, agora, saber se construiu um grupo – com aliados incondicionais – ou apenas pensou no próprio umbigo.
E se não fizer essa análise, ficará a ver navios em 2022.
Já a partir de 2020…