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Artistas viram “corretores virtuais” de caridade com lives na internet

Apesar de anunciar os “shows” como solidários, cantores sertanejos faturam milhões com patrocínios exibidos durante o ”programa” e com os acessos das próprias plataformas; sem tirar nada do bolso para a caridade que anunciam

 

A live “solidária” de Jorge & Mateus: milhões em patrocínio, como o da Brahma, e doações apenas de terceiros

Virou febre na Internet as lives de artistas, sobretudo do estilo sertanejo e do arrocha, em que eles cantam por cerca de uma hora, diretamente de casa, anunciando suposta solidariedade em tempos de coronavírus.

Cantores como Gusttavo Lima, Jorge & Mateus, Léo Santana, Xande Avião e Marília Mendonça já fizeram ou estão anunciando esses shows virtuais em que pedem doações.

As lives são legítimas peças de divulgação e manutenção da figura pública com seu público; o que complica na questão dos sertanejos é o termo solidário a um fato que de solidariedade pessoal deles não tem nenhuma.

Nesses eventos, os artistas apenas faturam – e muito alto.

E a caridade que fazem é com a mão alheia; viram espécie de “corretores virtuais da caridade de terceiros”.

O show de Jorge & Mateus, por exemplo, teve uma estrutura gigantesca, montada pela Ambev, que em troca, divulgou sua cerveja Brahma Duplo Malte durante todo o evento.

Os artistas cantavam sempre ao lado de um freezer entupido de cerveja.

 

Gusttavo Lima e sua live-boteco: copo exibido em close e faturamento nas alturas; e sem custos

Além dos patrocínios exibidos durante os “programas”, os artistas faturam alto também com acessos e com os chamados “likes” dos internautas.

A estimativa é que, apenas das plataformas – como youtube, Instagram e Facebook – Jorge & Mateus tenham aturado algo em torno de R$ 200 mil. (Saiba mais aqui)

É preciso reconhecer que, apesar de receber doações, a live de Jorge & Mateus foi uma das poucas anunciadas sem a chancela de “solidária”. 

A suposta “caridade” desses cantores acaba sendo uma forma ainda mais lucrativa de eventos, já que não precisam gastar com estrutura e viagens; e cantam para públicos até 20 vezes maior que a dos shows presencias.

E tudo vira um “novo mercado” como pregam os famigerados coacher’s…

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