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Fechamento de bares gera efeito dominó na noite de São Luís

Segmento é ignorado nas discussões sobre retomada das atividades econômicas pós-pandemia, o que acaba prejudicando também profissionais como garçons e artistas da noite, sem perspectivas de receitas

 

Os bares continuam sem perspectiva de voltar a abrir em São Luís, o que gera uma reação em cadeia, prejudicando garçons, atendentes e artistas da noite

Editorial

Um dos segmentos mais ignorados no debate sobre a retomada econômica pós-pandemia no Maranhão é, especificamente, o de bares.

Empreendimento que depende exclusivamente de sua rede física – já que não tem característica de drive thru ou de delivery – um bar precisa também de garçons e de animação para garantir o lazer à noite.

Mas fechados – e com altos alugueis para honrar – acabam por prejudicar também os profissionais de atendimento e os artistas da noite, ambos dispensáveis no atendimento virtual.

O pior é que os bares devem ser os últimos a voltar a funcionar, já que não se enquadram em nenhum tipo de serviço essencial.

Os restaurantes podem fazer entregas em casa ou funcionar para retirada na loja; os depósitos e lojas de conveniências seguem abertos para compra de bebidas e afins, que podem ser consumidas em casa.

Mas quem vai pedir petisco e cerveja em seu bar preferido para receber em casa? 

Os bares funcionam como um atrativo físico por si só. Seu ambiente, sua luz, sua música e sua bebida é que levam as pessoas a frequentá-lo.

E essa experiência não pode ser virtual. 

Milhares de artistas que vivem exclusivamente de suas apresentações em bares estão em dificuldades financeiras desde o fechamento das atividades.

Milhares de garçons estão esperando o retorno das atividades para poder trabalhar em ambientes físicos.

Mas não há nenhuma discussão conhecida sobre a reabertura deste segmento, que movimenta milhões por ano apenas em São Luís.

São três setores interdependentes, que se juntam nesta pandemia numa espécie de abraço de afogados.

E muitos, sequer, terão condições de voltar ao final da crise…

Marco Aurélio D'Eça

4 Comments

  1. O ultimo segmento comercial a ser aberto, portanto o menos essencial são as igrejas, tem poucos funcionários, e o investimento é só um cara bom de lábia e que não tenha vergonha de pedir dinheiro na cara dura.

    Resp.: Concordo. Na verdade, as igrejas nem precisariam existir. É uma desnecessidade do mundo moderno.

  2. Não te enendo deça você diz que o comércio nao era pra ser flexibilizado e os casos já estão aumentando , como se vai pensar em voltar a abrir os bares mudou de opinião ?

    Resp.: Não há no texto nenhuma frase que pregue a abertura do bares. O que há é uma reflexão sobre o drama que vive o setor, sem políticas públicas de salvaguarda, tanto para atividades deste tipo como para artistas que sobrevivem da noite. Foi este o cerne do post.

  3. aqui na praia da guia no anjo da guarda. tem um bar e pousada feques. que nunca parou de funcionar

  4. Há segmentos um tanto quanto prejudicados como esses. O que dizer dos cursinhos, escolas de reforço, professores free lances ? É claro que há diferenças e chama atenção as boas descrições do ambiente, do entretenimento e dos profissionais que fazem de bares e casas noturnas um acessório importante para a sociedade. Viraram sacrifício necessario no meio da pandemia. O grande problema é a falta de política social efetiva que socorra pessoas e empresas. O Brasil é um fracasso retumbante nesse quesito.

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