Ícone do site Marco Aurélio D'Eça

Flávio Dino terá teste de tolerância política nas eleições de outubro

Governador vê diversos adversários com força eleitoral em alguns dos principais municípios – incluindo São Luís – mas sabe que sua interferência poderá ter repercussão negativa em seu próprio projeto de poder para 2022

 

Da sacada do Palácio dos Leões, Flávio Dino aponta cada vez mais para horizontes além do Maranhão; mas sabe que precisa cada vez menos de guerra paroquial

Ensaio

O governador Flávio Dino tem um projeto de poder desenhado para 2022: ele quer ganhar cada vez mais influência política nacional para tentar se viabilizar como candidato a presidente, ou, quem sabe, vice-presidente.

Mas sabe que, para viabilizar seu projeto, é preciso cada vez menos beligerância no plano estadual, evitando repercussão negativa.

Por isso, Dino terá um teste de tolerância política nas eleições de outubro.

Adversários do governador são favoritos ou disputam em igualdade de condições em municípios como São Luís, Imperatriz, Coroatá, Barra do Corda e Lago da Pedra.

E seus aliados, obviamente, querem sua interferência para evitar eventuais derrotas.

Ricardo Murad é adversário duro e corajoso; e sabe usar as armas de que dispõe contra seus adversários, estejam onde estiverem

Mas como se comportará Dino – cada vez mais no papel de estadista – em relação a campanhas como a Eduardo Braide (Podemos), favorito em São Luís; Maura Jorge (PSL), líder em Lago da Pedra, e Ricardo Murad (PSDB), com amplas chances em Coroatá?

Interlocutores do blog Marco Aurélio D’Eça no Palácio dos Leões dizem que Dino tenta, cada vez mais, isentar-se do debate eleitoral municipal.

Mas reconhecem que situações como a de Lago da Pedra e a de Coroatá – bem mais do que a de São Luís – preocupam o governador.

Maura Jorge e Ricardo Murad são adversários intensos, ostensivos e com forte repercussão midiática; no poder, ampliam essa força e podem fazer estragos na imagem de Dino.

Maura Jorge já demonstrou coragem contra o próprio Flávio Dino; e ainda dispõe de forte penetração nas redes sociais, campo necessário ao comunista

É, portanto, um caminho difícil para o comunista.

Se decidir ficar neutro mesmo nestes municípios com adversários históricos, nada garante que eles saberão reconhecer o silêncio caso vençam as eleições.

Mas se forem provocados, atacados e perseguidos – e mesmo assim vencer as eleições em suas bases – sairão das urnas com sede suficiente para uma campanha de desconstrução do governador.

As eleições de 2020 são, portanto, uma escolha estratégica do governador.

E ele terá que avaliar suas consequências…

Sair da versão mobile