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Perdemos o “trem” da vacina…

Por Gastão Vieira*

A Constituinte de 1988 tinha a alma democrática e o coração voltado para proteger os desprotegidos. Criou-se, como consequência, um sistema de proteção social que incluía saúde gratuita para todos, o SUS, e a proteção financeira para todos , o BPC, o Benefício da Prestação Continuada.

Logo no primeiro governo pós-constituinte, a regra não foi cumprida integralmente e o SUS não recebia o que era devido.
O tempo priorizou os planos de saúde que se multiplicaram e levaram para médicos, clínicas e hospitais privados quem deveria ser atendido pelo SUS.

Nos municípios o sistema próprio era descuidado pelos prefeitos, hospitais antigos sobreviviam sem equipamentos , os novos que foram construídos não tinham como se sustentar.

Postos de saúde na zona rural, sem equipamentos e sem médicos,  não respondiam ao mínimo. O programa “Mais Médicos”,  da Dilma focava esse público. Os médicos cubanos moravam nos povoados.

Embora a presença deles não significasse nenhuma perda para os médicos brasileiros , nem concorrência, pois atuavam exclusivamente na zona rural, o programa foi combatido com todo vigor pelas entidades médicas e acabou.

Os municípios ficaram com enormes dificuldades para atender seus habitantes. A equivocada solução do governo estadual, de controlar a saúde municipal, também não funcionou.

Os hospitais de 22 leitos, construídos em pequenos municípios estavam acima das possibilidades de serem custeados. O SUS continuava perdendo recursos, as transferências federais eram insuficientes, decrescentes.

Enquanto isso, os planos de saúde privados bombavam e ocupavam a rede particular. Ao invés de transferir para o SUS o Ministério da Saúde transferia os recursos para o setor privado.

Assim a pandemia nos encontrou. Os municípios não testavam e limitavam-se a comprar máscaras. Os doentes eram tratados com o protocolo do Ministério da Saúde, do Bolsonaro, baseado na cloroquina.

O tratamento precoce passou a ser administrado em todo lugar, para todos os pacientes. Muitos passaram a se cuidar em casa,
por conta própria. E o tratamento precoce , sugerido pelo Presidente prevaleceu.

Os médicos não têm nenhuma responsabilidade pela prescrição. Não serão nunca processados pelo tratamento. Consegue-se receita na internet, compra-se nas promoções das farmácias.
É o Brasil do jeitinho…

Em meio a tudo isso, Bolsonaro gastou 90 milhões com o tratamento sem efeito, o que daria para comprar 3 milhões de vacinas. Agora descobre-se que a saída é vacinar. O problema é que não temos vacinas, não compramos no momento certo. E mais uma vez a sensação é de “Salve-se quem puder”!

*Deputado federal do Pros-MA

Marco Aurélio D'Eça

3 Comments

  1. Esse ex deputado em atividade, ao invés de cobrar o bom uso do recurso disponivel e que sumiu como os respiradores pagos e nunca recebidos prefere a uma altura dessas ficar babando comunista.

  2. Agora explica, gastao babão traíra, o porquê de não ter vacina no mundo, só nos EUA. A europa e o resto do mundo estão penando para comprar e não tem. Tambem nao compraram na hora certa? Mesmo as 100 milhões que o EUA comprou é só para agosto. Isso também é culpa de bolsonaro? Gastão babao já chegou no mais baixo nível que é repetir os mantras da esquerda sem questionar.

  3. Engraçado que não vejo nos últimos dias algo sobre os recursos enviado aos estado e municípios. Pensei que este blog fosse imparcial

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