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Flávio Dino inseguro para indicar Brandão sem atender critérios

Apesar da pressão dos aliados do vice, governador não pretende rasgar os termos da carta-compromisso assinada em julho, o que desrespeitaria a base e liberaria os demais aliados a seguir com suas candidaturas

 

Flávio Dino recebe pressão para indicar Brandão logo, mas sabe que pagará um preço político-eleitoral se rasgar os compromissos assinados com a base

Os principais defensores da escolha do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) como candidato da base única do governo Flávio Dino (PSB) aumentaram a pressão sobre o governador para que a decisão seja tomada em novembro.

Mas Dino ainda demonstra insegurança quanto à escolha de Brandão pelo fato de ele não atender a nenhum dos critérios estabelecidos pelo próprio Dino como pré-requisitos da candidatura na base.

O vice-governador não lidera nenhuma pesquisa – nem mesmo as locais, em seu próprio município, Colinas – não tem apoio da maioria dos partidos e das lideranças do grupo e não demonstra capacidade de unificar a base.

Sua escolha seria, portanto, uma imposição do Palácio dos Leões: decisão “na marra”, como prega o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB).

Mas Flávio Dino sabe que se impuser o nome de Brandão de qualquer forma estará dando liberdade a todos os demais candidatos da base a seguirem com suas candidaturas

Preocupa-se, sobretudo, com o senador Weverton Rocha (PDT), principal candidato  aliado. 

Weverton lidera todas as pesquisas de intenção de votos entre os candidatos da base – inclusive as que são recortes municipais – já recebeu apoio da maioria dos partidos (PDT, DEM, PP, PSL, Cidadania e PRB) e tem apoio das principais lideranças do grupo, como a senadora Eliziane Gama (Cidadania), o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), o presidente da Famem, Erlânio Xavier (PDT) e o presidente da Câmara Municipal de São Luís, Osmar Filho (PDT).

Além, disso, reúne o maior número de deputados federais, estaduais, secretários de estado e cerca de 90 prefeitos, que já participaram dos encontros “Maranhão Mais Feliz”.

Os aliados de Brandão na imprensa chegam ao ponto de revelar que a pré-candidatura do secretário Felipe Camarão seria uma farsa, apenas para evitar que o PT se alinhasse a Weverton, como quer a cúpula nacional do partido.

O próprio Felipe tem criticado esta postura e garante que não é “balão de ensaio” do Palácio dos Leões.

Além destes candidatos, Flávio Dino tem em sua base a pré-candidatura do secretário Simplício Araújo, que chega a superar Brandão em diversas pesquisas e em regiões específicas do Maranhão; e flerta abertamente com a pré-candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PSD).

Mas o governador terá que tomar uma decisão sobre os candidatos agora em novembro, sendo obrigado a quebrar os ovos do seu omelete.

A menos que adie esta decisão para abril, quando deixar o cargo.

Mas, neste caso, quem ainda dependerá de sua escolha?

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