Se aceitar virar “esquerdista” e for aceito no PSB de Flávio Dino, para tentar dar palanque ao ex-presidente Lula, vice-governador terá que abrir mão do PSDB; por outro lado, se decidir ficar no ninho tucano, onde tem raízes ideológicas, ele já sabe que perderá o apoio petista, provavelmente para oi senador Weverton Rocha
O vice-governador Carlos Brandão vive nestes meses que antecedem sua posse como governador uma espécie de escolha de Sofia: até abril, ele terá que escolher entre o PT ou o PSDB como seu partido nas eleições de outubro.
E a escolha de um excluirá, automaticamente, o outro de sua base
Para piorar a situação do candidato de Flávio Dino (PSB), qualquer que seja a sua escolha estará, pondo um dos lados no colo do senador Weverton Rocha (PDT), que já lidera as pesquisas de intenção de votos.
No fim de semana, Brandão e seus aliados comemoraram apoio do Cidadania à sua candidatura; mas esconderam na divulgação que esse apoio se dará por causa da federação partidária que o Cidadania está construindo com o PSDB.
Ou seja, o apoio impõe a Brandão que permaneça no PSDB; e permanecendo na federação tucana, perderá automaticamente o PT, que já namora abertamente com o senador Weverton.
Ocorre que o PT é o sonho de consumo do atual governador Flávio Dino, que vem forçando uma transferência de Brandão para o seu partido, o PSB, exatamente para poder ter o ex-presidente Lula em seu palanque.
Se Brandão decidir deixar o PSDB para atender Flávio Dino, perderá automaticamente não apenas o controle do ninho maranhense, mas também o próprio Cidadania.
E os dois partidos tendem a desembarcar, automaticamente, no palanque de Weverton.
Embora faça festa a todo momento tentando vender a ideia de articulação política, Brandão sabe que sua situação é uma das mais difíceis do ponto de vista partidário.
Mais cedo ou mais tarde, porém, terá que escolher entre a cruz e a espada…