Apenas o senador Weverton Rocha e o vice-governador Carlos Brandão mostram condições plenas de alcançar um confronto direto nas eleições de outubro; e mesmo Simplício Araújo – o outro nome da aliança governista – mostra mais consistência que os nomes da direita e do bolsonarismo, como Roberto Rocha, Lahésio Bonfim e Josimar Maranhãozinho
Análise de conjuntura
A eleição para governador do Maranhão caminha abertamente para uma polarização entre o senador Weverton Rocha (PDT), que lidera as pesquisas, e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que terá a máquina do governo trabalhando a seu favor.
Com a decisão da ex-governadora Roseana Sarney de concorrer à Câmara Federal, o chamado grupo Sarney – desmobilizado desde as eleições de 2018 – encerra definitivamente o seu ciclo político no Maranhão.
Já os candidatos da direita e do bolsonarismo – como o senador Roberto Rocha (ainda no PSDB), o prefeito Lahésio Bonfim (PTC) e o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL) – não dispõem de estrutura, força partidária ou apelo social capaz de construir uma terceira via.
Para efeito de comparação, a candidatura do ex-secretário Simplício Araújo (Solidariedade) mostra-se mais consistente politicamente do que as de direitistas e bolsonaristas.
Esta polarização na base dinista é também um marco histórico no Maranhão: é a primeira vez que um mesmo grupo apresenta possibilidades reais de ter dois representantes disputando um segundo turno eleitoral.
E isto também pode ser considerado um legado do governo Flávio Dino (PSB).
Líder em todas as pesquisas, Weverton Rocha tem a solidez e a capilaridade da máquina partidária do PDT, que fortalece o palanque do senador com alianças pontuais nos municípios e articulação partidária nacional; além disso, o pedetista tem legitimidade para reivindicar a herança do governo Dino, por estar na mesma base social do governador.
O vice-governador Carlos Brandão ainda patina nas pesquisas, disputando um terceiro e quarto lugares; mas mesmo Weverton Rocha sabe que a força do Palácio dos Leões é significativa em um estado como o Maranhão. Caberá a Brandão mostrar que espectro ideológico da opinião ele pretende alcançar, o que ficará mais claro a partir da formação do seu governo, que começa em abril.
De uma forma ou de outra, Weverton e Brandão travarão um forte duelo por lideranças e partidos, cada um usando as armas que tem; e irão protagonizar também os números das pesquisas a partir de agora.
Esta polarização tornará ainda mais difícil a articulação dos demais candidatos, que terão pouca margem de manobra nos municípios.
Weverton e Brandão deverão estar no segundo turno das eleições, não necessariamente nesta ordem.
Mas a eventual vitória de um ou de outro foi construída bem antes do ano eleitoral, com articulações que praticamente tiraram do páreo todas as demais forças políticas.
Simples assim…