Em reunião do Colégio de Procuradores, Danilo de Castro usou expressão popular para falar da desconfiança com cabeça de juiz – o que, de certo, ele tem razão – mas recuou, inseguro, após repercussão negativa de sua fala

BAIXANDO A CABEÇA. Procurador de Justiça Danilo Castro não sustentou sua fala e teve que se retratar diante do “poder” de juízes maranhenses
Incomodado com o questionamento ao rito adotado no Ministério Público para aprovação de leis se seu interesse na Assembleia Legislativa o procurador-geral de Justiça Danilo Castro soltou a frase abaixo:
“Cabeça de juiz, dianteira de padre e traseira de burro não são confiáveis”, disse, adaptando um ditado popular para argumentar a imprevisibilidade do resultado do julgamento da representação que pode culminar com a revogação de dispositivo, uma espécie de legislação em causa própria do MP.
- Danilo Castro tem razão quando expressa a desconfiança na cabeça de juiz; é preciso atenção não apenas na cabeça, mas em todas as ações de magistrados;
- este blog Marco Aurélio d’Eça, inclusive, já postou diversas vezes sobre os equívocos judiciais, para dizer o mínimo. (Releia aqui, aqui, aqui, aqui e também aqui).
O problema é que o procurador-geral de Justiça não segurou em pé o que expressou sentado:
“Para afastar qualquer espécie de mal-estar, pede escusas para o caso de involuntariamente ter passado qualquer impressão negativa, pois, na verdade, quis expressar apenas que os Juízes são independentes e imparciais e que suas decisões, naturalmente, com base nesses princípios, são imprevisíveis, como de fato devem ser”, desculpou-se Castro, em nota cheia de loas e sedas ao Judiciário maranhense.
O episódio expõe a insegurança institucional do novo PGJ maranhense e leva, neste blog Marco Aurélio d’Eça, a uma expressão também popular:
“Quem tem, tem medo….”.