“Eles que saiam!!!”; “Ele que nos tire…”

O jogo psicológico entre dinistas e brandonistas sobre desocupação de cargos no governo mostra que há muito ainda o que se discutir na relação do governador Carlos Brandão com os aliados do ministro Flávio Dino

 

NÃO HÁ PORTAS FECHADAS. Flávio Dino e Carlos Brandão já nem se falam mais; nenhum dos lados, porém, toma a iniciativa da separação

Ensaio

As frases que dão título a esse post são usadas frequentemente por aliados do governador Carlos Brandão (PSB) e por remanescentes do governo Flávio Dino – em diferentes formas e conteúdo – sempre que confrontados com a presença de dinistas no governo, mesmo na iminência de rompimento entre os grupos.

  • os brandonistas dizem sempre: “se eles fazem oposição, por que não entregam os cargos?!?”;
  • os dinistas respondem, sem titubear: “se Brandão não cumprirá acordo, que demita os nossos”.

“Acho que é justo fazer oposição, mas tem que ser com base na realidade. Brandão é tão bom que permite uma secretaria do PCdoB, mesmo o PCdoB atacando ele todo dia”, provocou nesta terça-feira, 1º o deputado Adelmo Soares (PSB), como mostrou este blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Brandonistas já pressionam  dinistas por saída do governo…”.

Adelmo Soares é, ele próprio, um ex-comunista de quatro costados, hoje convertido ao brandonismo; sua fala reflete como os dois grupos usam, para fazer pressão de um lado e de outro, os que necessitam de espaços de poder.

É um jogo claramente psicológico, que aponta para a medida da crise entre os dois grupos; e reforça que nenhum dos lados quer o rompimento, mas apenas impor ao outro os seus postulados.

  • os brandonistas sabem que correm riscos ao esticar a corda com os ex-aliados;
  • os dinistas, por sua vez, sabem que precisam do governo nas eleições de 2026.

É nesse jogo de gato e rato que eles devem conviver até abril de 2026.

Quando esgota-se o prazo para a tomada de decisões…

Marco Aurélio D'Eça