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As ameaças de Cutrim e o jogo de gato e rato de Aluísio Mendes…

Cutrim jogou dúvidas sobre processo conduzido por Aluísio

O que o deputado Raimundo Cutrim (PSD) fez na tribuna da Assembleia foram ameaças abertas ao Sistema de Segurança, ao governo Roseana Sarney (PMDB) e aos delegados que investigaram o caso Décio Sá.

– Eu vou buscar meus direitos a onde quer que seja. Eu sei de muita coisa. E eu vou começar a falar por capítulos. Nesta semana farei outro pronunciamento;talvez dois ou três nesta semana. E vou começar a falar e vou esperar alguém vim – disse o parlamentar, na tribuna da Asembleia.

Ameaças estas que necessitam respostas imediatas do Sistema de Segurança.

Cutrim falou de depoimentos direcionados, fraudes nas investigações e manipulação de informações, coisas que a Secretaria de Segurança tem obrigação de esclarecer.

Pelo que ficou claro no pronunciamento, o deputado tem informações que podem ameaçar alguém do governo, o próprio Aluísio ou os delegados da Polícia Civil.

E até que ponto estas informações estão intimidando uma ação mais efetiva da polícia?

Obviamente que o deputado está acuado com toda a pressão que vem sofrendo – e como dizia o próprio jornalista Décio Sá, “um homem acuado é capaz de tudo”.

Mas o secretário Aluísio Mendes também contribui para esta reação de Cutrim, que pode ter consequências imprevisíveis e desastrosas para o governo, para a Assembleia e para o próprio grupo Sarney.

Aluísio faz um jogo de gato e rato desnecessário com Cutrim.

Nada declara sobre o desafeto, mas passa informações de bastidores e deixa que a polícia fale contra o parlamentar. Se tem algo contra o deputado, a polícia tem obrigação de divulgar oficialmente. Se não tem, tem a mesma obrigação.

O deputado em plenário: acuado e com informações

Um exemplo é o inquérito do próprio caso Décio.

Foram indiciados 13 envolvidos, mas a polícia só divulgou os nomes de nove. Foram divulgados até nomes de foragidos – e de pessoas das quais nem se sabe o nome – mas quatro deles foram mantidos em sigilo.

Por que razão?

Se estão no relatório e a polícia tem indícios da participação no crime, por que mantê-los escondidos da sociedade?

É tosca a justificativa de que os indiciados também estão envolvidos no caso da agiotagem, por isso o sigilo.

Até por que há vários outros citados nas investigações – além do próprio Cutrim, tem o delegado federal Pedro Meireles, os policiais civis Alcides e Durans e o advogado Ronaldo Ribeiro.

São alguns deles os quatro outros indiciados? É Cutrim ou não é?

Raimundo Cutrim não pode usar uma pretensa perseguição para fazer ameaças a quem quer que seja – ele tem é que se defender – serenamente e com provas, não com chantagens.

Mas o secretário Aluísio Mendes  também não pode transformar a investigação – do caso Décio, da agiotagem e da grilagem – numa questão pessoal entre ele e Cutrim.

Desta forma, o desastre será para o governo e para a sociedade.

Tanto quanto as declarações ameaçadoras do ex-secretário…

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Banga falou menos à polícia que à imprensa…

Banga não flou tudo o qeu sabe à polícia

O ex-prefeito de Serrano do Maranhão, Vagno Pereira, o Banga, já prestou depoimento no inquérito que apura os crimes de agiotagem no Maranhão.

Mas falou menos à polícia que à imprensa.

Segundo apurou o blog, o ex-prefeito não quis registrar no termo de ocorrência algumas das declarações dadas a este blog e à rádio Mirante AM, no último dia 3.

O próprio Banga pediu para que o depoimento fosse mantido em sigilo.

Depois das denúncias que fez  à imprensa, ele decidiu isolar-se nas últimas três semanas.

À rádio Mirante, Banga acusou diretamente o agiota Gláucio Alencar de tentar arrancar dinheiro da prefeitura, e citou o delegado Pedro Meireles, o advogado Ronaldo Ribeiro e o deputado Raimundo Cutrim (PSD).

Sobre Gláucio disse:  “Ele disse  que eu iria pagar de qualquer jeito [um débito que o ex-prefeito Leocádio supostamente teria com o agiota] e que até tinha vinte folhas de cheque da prefeitura dentro do carro, só pra eu assinar. Mas eu não quis”.

Sobre Pedro Meireles: “Eu não sei como eles conseguiram fazer essa armação e ele [Gláucio Alencar] com esse delegado Pedro [Meireles] conseguiram me prender, de um nada. Esse delegado me encontrou aqui na estrada, vindo de um povoado, e simplesmente me prendeu”.
 
Sobre Ronaldo e Cutrim: “O advogado do Hermininho [Hermínio Filho, presidente da Câmara, que chegou a assumir a prefeitura por alguns meses] é esse mesmo Ronaldo Ribeiro e o candidato dele é o deputado Raimundo Cutrim”.
 
A polícia não diz que trechos da entrevista o ex-prefeito deixou de reduzir  termo quando prestou depoimento…
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Funcionários da CGU também saem em defesa…mas de quem???

Os servidores da Controladoria-Geral da União também divulgaram nota pública em que saem em defesa do órgão de controle e acusam “blogs maranhenses” de “insinuações maliciosas”.

Segundo a “Carta Aberta”, que traz assinatura do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle – Delegacia Sindical do Maranhão (UNACON/MA), os blogs maranhenses “tentam vincular, de modo infundado, a referida instituição aos esquemas de corrupção e agiotagem que assolam nosso estado”.(?)

É estranha a nota dos servidores da CGU, uma vez que não há qualquer declaração oficial de que há servidores do órgão envolvido com o esquema comandado pelo agiota Gláucio Alencar.

Pelo menos nada disso chegou à imprensa, como o titular do blog tem respondido aos comentários.

Curiosamente, a nota d0 Unacom/MA também sai em defesa do delegado federal Pedro Meireles que, a rigor, nada tem a ver com a CGU. E chega a elucubrar que, com a suposta acusação a Meireles, “então é certo que servidores da CGU/MA estão enredados em chantagens, extorsões e agiotagem” (?).

– É de se antever os próximos capítulos, em suas duas possíveis versões, “aguardem …”. “Membros do Ministério Público Federal e do Poder Judiciário estão seriamente implicados nas ações ardilosas do delegado e de servidores da CGU/MA, ou foram por estes ingenuamente operados” – chegam a prevê os servidores do órgão.

Este blog tem estranhado a agonia com que membros da Controladoria-Geral da União – e pessoas que parecem ligadas a ela – tentam se antecipar às investigações da polícia maranhense contra a agiotagem que impera no estado.

Não há e não houve nenhuma acusação oficial da polícia maranhense contra qualquer memro da Controladoria-Geral da União. Também não houve declaração ou acusação da imprensa – blogs, sobretudo – aos chefes e servidores do órgão.

Mas , repita-se, é estranha a forma como pessoas ligadas à CGU têm comentado em blogs a este respeito.

Com a palavra, a Secretaria de Segurança do Estado…

Leia aqui a íntegra da nota da CGU.
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Associação de Delegados sai em defesa de Pedro Meireles…

Desde sexta-feira, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal divulga nota em que defende a conduta do delegado Pedro Meireles, apontado pela polícia maranhense como suposto envolvido com a quadrilha de agiotas comandada por Gláucio Alencar, preso como mandante da morte o jornalista Décio Sá.

– A propósito de notícias veiculadas em blogs e jornais de São Luís (MA) sobre o delegado de polícia federal PEDRO ROBERTO MEIRELES LOPES, lotado na Superintendência Regional do DPF no Estado do Maranhão, a Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) esclarece que o associado vem desenvolvendo seu trabalho com seriedade e profissionalismo, com relevantes serviços prestados à sociedade maranhense e ao País – diz a nota.

Já neste ponto, um equívoco. Não são não notícias de blogs e jornais que apontam Meireles como envolvido com agiotas. As ifnormações são da própria polícia.

A delegada-geral Cristina Menezes declarou em entrevista à TV Mirante haver indícios de envolvimento do delegado com agiotas. Portanto, as notícias são oficiais, e não apenas meras informações da imprensa.

Meireles, com Ronaldo Ribeiro e Roberto Viegas: sorrisos no velório de Décio Sá

Mas à frente, a nota da ADPF afirma:

– Há de se ressaltar que as operações da Polícia Federal de combate aos crimes por desvios de recursos federais, inclusive as que foram comandadas pelo delegado Pedro Lopes, em geral são realizadas em conjunto com Controladoria Geral da União, Ministério Público Federal e a Justiça Federal. Portanto, são operações realizadas conforme os princípios constitucionais e os ditames da lei. Entretanto, por suas peculiaridades, são operações que contrariam interesses de grupos econômicos e políticos poderosos. Dessa forma, todos os fatos devem ser investigados com isenção e imparcialidade antes de se atribuir qualquer acusação a um profissional que até então tem uma ficha profissional incólume.

Outro equívoco. O fato de envolver tantas instituições não blinda as operações contra vícios ou irregularidades. Usar também a argumentação de que a suposta desmoralização de Pedro Meireles pode vir a ser de interesse de grupos políticos e econômicos poderosos,  é outra falácia com intenção política.

O próprio Meireles já confessou sua amizade com Gláucio Alencar. Há também acusações de  um ex-prefeito contra ele. Além disso, a imagem dele com Ronaldo Ribeiro, sorrindo, no velório de Décio Sá, fala por si só.

Este blog respeita a posição corporativista da ADPF, mas sente-se à vontade para analisar qualquer informação que lhe chega.

De qualquer forma, o ponto fundamental do documento está no final do último parágrafo.

Os fatos devem ser investigados com isenção e imparcialidade antes de se atribuir qualquer acusação a um profissional que até então tem uma ficha profissional incólume – pondera

O Brasil acompanha pela mídia a CPI do Carlinhos Cachoeira, que mostrou as entranhas do crime organizado nos três poderes. Um dos atingidos foi exatamente o senador Demóstenes Torres, um procurador de Justiça de Goiás, até então com “ficha profissonal incólume”, para usar um termo da própria ADPF.

O que se espera é que Meireles possa ter argumentos para manter esta ficha profissional incólume.

Quanto à investigação, a investigação isenta, é exatamente o que se espera que a polícia maranhense faça.

Sem corporativismo ou protecionismos…

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Inquérito sobre agiotagem começa segunda-feira…

 

Meireles e Ronaldo agora serão investigados

Somente nesta segunda-feira será oficialmente aberto o inquérito para investigar os crimes de agiotagem envolvendo prefeituras e políticos do Maranhão.

As investigações serão comandadas pelo delegado Maimone Barros, que integrou a comissão de delegados responsável pela elucidação da morte do jornalista Décio Sá.

Entre o material encaminhado ontem à Justiça, estão os 37 talonários de cheques em branco assinados por prefeitos maranhenses – que foram apreendidos com o agiota Gláucio Alencar.

É com base nestes cheques que Barros definirá os depoimentos.

Além do próprio Gláucio Alencar – indiciado como mandante da morte de Décio Sá – também serão investigados o delegado federal Pedro Meireles e o advogado Ronaldo Ribeiro.

Mas o caso não se restringirá à quadrilha de Alencar, se estendendo para outros grupos de agiotas.

E muito mais prefeitos e políticos maranhenses…

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Caso Décio: para depor, Cutrim espera comunicado da polícia, que espera definição dele…

Cutrim espera comunicado da equipe de Aluísio Mendes, que espera definição dele

O deputado Raimundo Cutrim confirmou agora há pouco ao blog que ainda não foi ouvido pela polícia no caso Décio Sá.

– Até agora não houve qualquer contato da polícia sobre o assunto – disse Cutrim.

Só após o depoimento do deputado – que deverá ser feito em local e data definido por ele – o inquérito deve ser encaminhado à Justiça , com a relação de indiciados no assassinato do jornalista.

Mas a história não acabará aí.

A  partir do caso Décio, a polícia iniciou as investigações das práticas de agiotagem no Maranhão, inúmeras vezes denunciadas pelo jornalista.

E faz relações entre o assassinato e os agiotas, envolvendo ainda diversos outros figurões.

Da política, da polícia, da Justiça e do Direito.

Mas esta é uma outra história…

Texto alterado às 15h25 para correção de informação
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Parece mesmo crime organizado…

A prisão do cabo PM Francisco Esteves, ontem, em Pinheiro, trouxe mais evidências de que a quadrilha de agiotas chefiada por Gláucio Alencar – e que encomendou a morte do jornalista Décio Sá – tem mesmo tentáculos em toda a estrutura estadual.

É como o crime organizado, uma máfia, que alicia servidores públicos, policiais e políticos, garantindo proteção em troca de dinheiro.

Francisco Esteves confessou que trabalha como segurança e como motorista de  Ronaldo Ribeiro, advogado e amigo de Gláucio Alencar.

E nesta condição, deve ter presenciado diversas conversas e ações criminosas, traindo aquilo que jurou defender quando formou-se na academia de polícia.

Mas há outros policiais envolvidos com a quadrilha.

Dois deles – identificados apenas por Durans e Acides – chegaram a participar de reuniões sobre a morte de Fábio Brasil. Foram afastados das funções, mas nunca mais falou-se neles.

Esta semana, o blog de Luís Pablo noticiou que policiais ligados ao agiota estariam pressionando prefeitos e ex-prefeitos devedores do esquema a quitar suas supostas dívidas.

Gláucio Alencar mantinha – ou mantém – influência também sobre deputados estaduais, juízes, policiais federais e membros de vários outros órgãos públicos.

Os nomes já foram todos divulgados na mídia, ao longo destes quase 120 dias.

Mas a prisão de Francisco Esteves mostra também que, mesmo diante da ação da polícia, os investigados parecem não se importar.,

E os que ainda estão soltos, continuam agindo da mesma forma.

Com se na estivesse acontecendo.

Coisa de máfia mesmo…

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Caso Décio: PM preso em Pinheiro estava com Ronaldo Ribeiro…

Ronaldo Ribeiro estava com policial preso

O cabo PM Francisco Esteves, preso hoje, em Pinheiro, estava no mesmo carro que o advogado Ronaldo Ribeiro, investigado pela polícia como integrante da quadrilha de agiotas de Gláucio Alencar, que encomendou a morte do jornalista Décio Sá.

Ronaldo Ribeiro dirigia a SW4 abordada pela polícia.

Esteves agia como segurança de Gláucio e Ribeiro – e, mesmo sem carteira de habilitação, também atuava como motorista dos dois investigados.

No momento da prisão, o PM portava uma pistola cromada, sem registro na Secretaria de Segurança, mas não disse a quem pertencia.

Francisco Esteves estava na caminhoente, indo para Pinheiro. Ronaldo Ribeiro era quem dirigia o veículo no momento da abordagem.

O policial vinha sendo monitorado desde o assassinato de Décio Sá, por suspeitas de integrar a quadrilha de agiotas.

Ele foi preso por que a polícia percebeu, ainda no ferry-boat que seguia para Pinheiro, uma arma em sua cintura.

Esteves confessou que trabalha para Ronaldo Ribeiro, mas não disse o que iria fazer em Pinheiro.

Mas como motorista-segurança dos investigados, certamente tem muito a dizer à polícia…

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Amigos de infância…

Os amigos Gláucio e Bolinha…

Um dado curioso ganha corpo a cada depoimento dos personagens envolvidos ou citados nas investigações do assassinato do jornalista Décio Sá e das práticas de agiotagem que assolam o Maranhão.

…Também eram amigos de Meireles e Ribeiro…

A maioria destes personagens é formada por amigos de infância, pessoas que se conhecem – ou dizem se conhecer – desde a mais tenra idade.

Gláucio Alencar é amigo de infância de Júnior Bolinha, que vem a ser amigo de infância do capitão Fábio Aurélio.

O advogado Ronaldo Ribeiro, por sua vez, foi criado junto com o delegado de Polícia Federal Pedro Meireles, a quem chama de “Pedrinho”.

…Que, por sua vez, eram amigos de Décio Sá

Ronaldo Ribeiro foi também amigo de infância do próprio Décio Sá -ou diz ter sido – o que o levou a interceder junto a ele em favor de Gláucio Alencar, segundo ele próprio diz em declaração à imprensa.

Não se estabelece aqui nenhum juízo de valor entre as relações de amizades e o eventual envolvimento em crimes.

Mas é estranho que se possa conviver desde a infância, sem que se tenha conhecimento das práticas de uma pessoa.

É simples assim…

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Parceria…

Do blog de Gilberto Léda

A foto que ilustra este post já havia sido publicada aqui antes. Mas estava “cortada” e nela apareciam apenas o advogado Ronaldo Ribeiro (de paletó, sorrindo) e Pedro Meireles (de camiseta azul-escuro, também com um belo sorriso no rosto), como se vê aqui.

Ocorre que da pequena reunião da qual os dois participavam – durante o velório do jornalista e blogueiro Décio Sá, em abril deste ano – também fazia parte o chefe da regional Maranhão da Controladoria Geral da União (CGU), Roberto Viégas (de óculos escuro, também sorrindo na foto.

A maioria das ações da Polícia Federal comandadas pelo delegado federal Pedro Meireles – que aparece em depoimento do agiota Glaucio Alencar e já prestou depoimento no inquérito que apura a morte do jornalista – era feita em parceria com a CGU, de Viégas.

Inclusive a Operação Donatários, no Incra…