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Não há sigilo da Justiça no caso Décio Sá…

Aluísio: ele esconde os fatos; a imprensa não precisa!

A imprensa maranhense não tem nenhuma obrigação de seguir o sigilo decretado pela polícia nas investigações do assassinato do jornalista Décio Sá.

O sigilo é um decreto adminitrativo da Secretaria de Segurança, que vale apenas para políciais – comandantes e comandados.

Cabe aos órgãos de imprensa decidirem se acatam ou não este sigilo – seguindo a orientação policial – cada um com seu juizo de valor ou levando em conta suas relações com a polícia.

Este blog não! Este blog vê o sigilo com desconfiança.

Este blog vai continuar “cascavilhando” os bastidores da operação, para divulgar o que achar importante para a sociedade e denunciar aquilo que considerar suspeito.

Se o Sistema de Segurança quiser mesmo proibir definitivamente o assunto Décio Sá, terá que entrar na Justiça, pedindo a decretação do sigilo universal no caso.

Mas, assim, a censura só caracterizará o complexo de culpa da polícia…

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Sarney emociona-se no túmulo de Décio: “está claro que foi um crime de mando!”…

Sarney faz prece diante do túmulo de Décio (Imagem: D. Jesus/O EstadoMaranhão)

O presidente do Congresso Nacional, José Sarney (PMDB), visitou hoje à tarde o túmulo do jornalista Décio Sá, assassinado com seis tiros no dia 23 de abril.

O senador depoistou uma coroa de flores e o exemplar do jornal O EstadoMaranhão em que homenageou Décio Sá.

É lamentável que alguém possa cometer um crime desses. Décio morreu jovem. Era corajoso, brilhante e destemido. Está claro que foi um crime de mando. Um crime bárbaro – frisou o parlamentar.

Sarney estava internado quando Décio Sá foi assassinado, em um bar da Avenida Litorânea.

– Ele coonversou comigo neste dia. Perguntou pela minha saúde e quis saber sobre a alta. No dia seguinte, recebi a notícia de sua morte – contou o presidente do Senado.

Acompanhado apenas de jornalistas do Sistema Mirante – principal do jornal O Estado – o senador recomendou que as autoridades elucidem o mais rapidamente o assassinato de Décio Sá.

Até para que, segundo ele, a liberdade de expressão possa ser preservada…

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Por que temer a CPI???

Crimes como este são cada vez mais rotineiros no estado

Não faz qualquer sentido a ação do governo para impedir a instalação da CPI que pretende investigar os casos de pistolagem no estado.

Se o governo está preocupado apenas com a imagem, está errado. Se estiver preocupado em abafar a possível volta da pistolagem no Maranhão, também está errado.

A CPI não é contra o governo.

Tentar derrubá-la por questões políticas – em um momento de intenso clamor popular – é que vai manchar a imagem do governo.

Quanto à volta pistolagem, não adianta querer tapar o céu com a  peneira.

É notório no Maranhão que a violência recrudesceu em todos os níveis. E a pistolagem, os crimes de encomenda, os acertos de conta pessoais acontecem dia após dia, sem resposta efetiva do sistema de Segurança.

Só a presença de armas como esta entre criminosos já justifica uma investigação

Se o recorte for apenas deste ano, pode-se selecionar mais de uma dezena de crimes sem solução, com aspectos claros que caracterizam o crime de encomenda.

Por que não ter o supote de uma Assembleia para buscar respostas que a polícia não deu?

O corporativismo da polícia, a falta de acompanhamento sistemático do Ministério Público e a ausência e uma correição periódica levam, quase sempre, ao descaso nas investigações mais complexas.

Com deputados, a própria dialética resultante da dicotomia governistas/oposicionistas é capaz de jogar luz sob aspectos crminais não percebidos pela polícia.

E a presença constante e intensiva da imprensa, ajuda no desvendar de aspectos que, muitas vezes, passam despercebidos na investigação formal.

Se o governo tiver mesmo interesse em reforçar o combate à violência, também ajudará a comissão, com informações relevantes.

Portanto, não há nada a temer na CPI da Pistolagem.

Seja qual for o ponto-de-vista que se tenha…

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Sarney deve visitar túmulo de Décio Sá…

Sarney quer despedida formal de Décio

O presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB), deverá fazer, ainda esta tarde, uma visita ao túmulo do jornalista Décio Sá.

Assassinado com seis tiros, no dia 23 de abril, Décio está sepultado no Cemitério Jardim da Paz. Na época do crime, o senador estava internado no Hospital Sírio & Libanês.

Sarney decidiu vir a São Luís logo que tivesse condições de viagem para prestar sua homenagem àquele que considera “um dos melhores jornalistas da história do Maranhão”.

A idéia era fazer a visita pela manhã, mas a saída de Brasília atrasou.

No último domingo, o presidente do Senado dedicou sua coluna no jornal O EstadoMaranhão a Décio Sá, a quem considerou “mártir” do jornalismo.

José Sarney pretende ter alguns minutos de contrição e silêncio para uma despedida pessoal do jornalista…

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O óbvio ululante…

É só daqui que podem ser as testemunhas

Se um assassinato ocorre em uma academia de ginástica, por exemplo, o natural é que as testemunhas sejam os donos, funcionários e até frequentadores desta academia.

É o óbvio ululante.

Mas a polícia maranhense acha que não.

A polícia maranhense mostra-se preocupada com o vazamento dos depoimentos das testemunhas do caso Décio Sá por que, justifica, os bandidos podem saber quem são elas.

O morro da fuga: como saber quem estava aqui?

É muita tolice para uma polícia só.

Ora, os bandidos – matadores e executores – sabem desde sempre que a polícia iria começar a investigar exatamente pelo restaurante Estrela do Mar.

A menos que a polícia não conhecesse sequer o básico da investigação criminal – o que não é o caso.

Não precisa de vazamento de informações para que toda a sociedade – bandidos e cidadãos de bem – saiba que as principais testemunhas vêm do restaurante.

Isto por que, repita-se, é o óbvio ululante.

A justificativa da polícia maranhense para reclamar o sigilo, portanto, é uma balela.

Pior é ver a Justiça maranhense se dar ao trabalho de perder tempo com uma investigação para apurar vazamentos.

Este blog vai continuar ignorando solenemente a determinação de sigilo no caso Décio – mesmo por que, este blog não é subordinado à polícia.

Este blog entende que a sonegação de informações só encobre a própria incapacidade da polícia maranhense de resolver o caso.

Ou a sua cada vez mais evidente – e suspeita – má-vontade…

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Governistas fogem da CPI da Pistolagem na Assembleia…

Apesar da resistência, CPI tem chances de instalação

Até agora, apenas três membros da bancada governista – Zé carlos da Caixa (PT), André Fufuca e Chico Gomes (ambos do PSD) – assinaram o requerimento de criação da CPI da Pistolagem, na Assembleia Legislativa.

Gomes e Fufuca poderão receber pressão para retirá-las.

Também membro da bancada governista, Zé Carlos adota postura mais independente em relação à atuação na Casa e não deverá sofrer a mesma pressão.

Os líderes governistas temem que a orientação do Palácio dos Leões seja a de vetar a comissão – embora não tenham ainda falado oficialmente com o governo.

O temor é que a comissão, cuja autoria é do petista Bira do Pindaré, seja usada politicamente para desgastar a imagem do governo, que já enfrentando problemas com a falta de respostas efetivas da polícia ao assassinato do jornalista Décio Sá.

Além de Gomes, Fufuca e o autor, outros 10 deputados já assinaram o pedido de criação da CPI: Othelino Neto (PPS), Marcelo Tavares (PSB), Valéria Macêdo (PDT), Zé Carlos da Caixa (PT), Graça Paz (PDT), Luciano Leitoa (PSB), Carlinhos Amorim (PDT), Eliziane Gama (PPS), Neto Evangelista e Gardênia Castelo (ambos do PSDB).

Fim da Pistolagem vira clamor popular

Com este total, faltaria apenas uma assinatura para garantir a instalação.

A deputada Cleide Coutinho (PSB), que não está na cidade, deve assinar semana que vem. Já Hemetério Weba (PV) assumiu o compromisso público, ao declarar da tribuna que assinaria a criação da CPI.

O requerimento da CPI é claro: o objetivo é investigar casos de assassinato com características de pistolagem – entre eles o de Décio Sá.

Para o autor do requerimento, nada há que possa comprometer o governo.

Mesmo assim, os deputados governistas passam longe das assinaturas…

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Delegado acusa Justiça por vazamento de informações do caso Décio…

Uchôa: a culpa é da Justiça (???)

O superintendente de Polícia Civil da Capital, delegado Sebastião Uchôa, acusou diretamente a Justiça pelo vazamento de depoimentos das testemunhas do assassinato do jornalista Décio Sá.

 – Os documentos vazaram da justiça. Será instaurado inquérito policial na supervisão de crimes funcionais para apurar a responsabilidade criminal e requerer abertura de sindicância à diretoria de fórum, para saber quem permitiu o vazamento de informações importantes que vão atrapalhar as investigações – declarou Uchôa, segundo o blog de Marcial Lima.

Os depoimentos foram publicados em primeira mão no blog de Itevaldo Júnior, e repercutido por este e outros blogs, o que causou forte debate na impresa.

Ainda segundo o blog de Marcial Lima, duas testemunhas que iriam prestar esclarecimentos do caso decidiram cancelar a oitiva após o episódio.

Ete blog mantém a mesma postura que sempre norteou suas publicações.

Vai continuar divulgando todos os fatos que considerar relevantes para a elucidação da morte de Décio Sá – documentos, imagens, depoimentos…

Entende, sobretudo, que a falta de informações só ajuda os autores da morte e os mandantes do crime.

Cabe à polícia guardar segredo de suas ações.

Até por que, se não tiver capacidade para evitar vazamentos, não terá também para elucidar o caso.

É simples assim…

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O lado obscuro das investigações…

 

Décio Sá: covardemente assassinado há 10 dias

Por Leandro Castro, de Brasiliacom edição

Estacionado no último post datado da segunda-feira, 23/04/12, o blog do Decio Sá, jornalista que foi assassinado a tiros em um bar da Litorânea, em São Luis, continua sendo um dos mais acessados diariamente por internautas de várias partes do país, mesmo sabendo que o seu autor está morto há exatos 10 dias.

(…)

O blog está servindo como uma das variantes investigativas tomadas pela polícia do Maranhão na tentativa de chegar aos assassinos.

Nenhum assunto denunciado por Décio está sendo descartado das investigações, segundo o próprio secretário.

(…)

Sociedade cobra resposta urgente do sistema de Segurança

Em um caso de grande repercussão internacional como a morte de Decio Sá, a sociedade não ficará satisfeita apenas com a prisão do homem que apertou o gatilho da arma P.40 e dos que deram o apoio logístico para a fuga.

Todos desejam saber quem mandou. Essa é a cobrança da sociedade.

Mas, entre muitas indagações, existem perguntas que o próprio secretário Aluísio deve estar fazendo a si próprio,  tais como: e o bandido ainda está vivo?

Aí reside a sua grande preocupação.

Se o homem que matou o jornalista jamais for encontrado, o secretário estará passando à sociedade, inclusive ao governo a que serve, um atestado de incompetência e, assim sendo, poderia perder o cargo.

E o Caso Decio entrar para a galeria dos crimes insolúveis do Maranhão.

Manifestações por toda São Luís clamam por Justiça

Ora! E se o bandido, caso venha a ser preso, findar delatando como seu mandante algum peixe graúdo, com estreitas ligações com o poder?  Será que ocorreria sua prisão?

Essa certamente é outra preocupação de Aluísio Mendes, já que existe um histórico no Maranhão em que bandidos delatores de criminosos graúdos viram queima de arquivo mesmo estando sob custódia da polícia.

(…)

Portanto, é procedente o desabafo  de Vilenir Sá, irmã do jornalista assassinado, ao cobrar da governadora ações mais efetivas na elucidação do crime.

O simples fato de a governadora não comparecer à “Passeata pela Paz e pela Justiça”, ocorrida ontem, na avenida Litorânea, em homenagem à vítima, já é a senha de que, para a governante, a morte de Décio já é um fato passado e que não interessa mais.

A continuar assim, logo a polícia irá esquecer esse bárbaro crime. Em seguida, o sindicato e  os amigos da imprensa também o esquecerão.

Décio apenas será lembrado como um grande homem pelos seus familiares, que carregarão para sempre a saudade, bem como uma dor que jamais passará.

É assim…

Leia aqui a íntegra do texto
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Pistoleiros sempre agem assim…

Pitoleiros não se preocupam em mostrar a cara

É uma tolice, estranhamente encampada até por setores da polícia, a interpretação de que o assassino de Décio Sá o matou de cara limpa simplesmente por que não era daqui.

Pistoleiros profissionais agem geralmente assim, de cara limpa.

Na história recente dos crimes de pistolagem no Maranhão, nenhum dos assassinos agiu com máscaras ou outro tipo de dificultador de identificação.

Na década de 80, o assassinato de um dos irmãos Figueiredo, no Jumbo, foi assim.

O bandido entrou no clube, em plena festa, localizou o empresário, foi à sua mesa e atirou – assim mesmo, de cara limpa. E saiu, tranquilamente, diante do pânico dos presentes.

No assassinato do delegado Stênio Mendonça, em 1997, na Litorânea, os dois atiradores também estavam de cara limpa.

O próprio Joaquim Laurixto, envolvido na morte de Mendonça, foi assassinado anos depois por pistoleiros que ocupavam um automóvel Gol. E nenhum deles escondia o rosto.

A idéia da cara-limpa é uma bobagem que não condiz com a história da pistolagem.

Imagens como esta, só nnas revistas em quadrinhos

Até por que, se nem mesmo Décio Sá, repórter conhecido na cidade, foi reconhecido como tal pelas testemunhas do crime, imagine um pistoleiro, que geralmente se passa por pessoa comum?

Qualquer bandido da periferia de São Luís circula normalmente pela orla da cidade sem ser reconhecido – e, algumas vezes, passa até por cidadão de bem.

Além do mais, só alguém com absoluta familiaridade das condições geográficas da Litorânea poderia traçar um plano de fuga como o que está sendo dito pelas testemunhas.

Afirmar, portanto, tratar-se de pistoleiro de fora, é uma falácia.

Pelo menos até que se prove o contrário…

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Demora da PM facilitou fuga de bandidos, afirmam testemunhas…

Aluísio ainda não admite falhas na apuração da morte de Décio Sá

Uma viatura policial que passou minutos depois do assassinato do jornalista Décio Sá foi avisada pelas testemunhas da fuga do matador.

Segundo uma das testemunhas, a viatura “deveria dar a ré e sair em perseguição aos suspeitos, ao invés de ir até o bar Estrela D’Alva fazer o retorno”, contou a testemunha, que foi taxativa:

Os policiuais demoraram imprimir perseguição aos supostos assassinos, o que certamente facilitou a fuga deles.

A demora pode ter facilitado a fuga, sobretudo por que, segundo outra testemunha, os motoqueiros ainda pararam, próximo às dunas, para que o atirador pudesse subir o morro, em direção a outros dois comparsas.

O tempo deles foi tão suficiente, que deu até para que a testemunha olhasse detalhes da subida, do comportamento, e da vestimenta do assassino.

– O indivíduo subia com dificuldade, pois aparentava estar fora de forma (…) estava escabreado, nervoso, olhava para baixo e para os lados – contou a testemunha.

Ainda segundo a testemunha, “poucos minutos após o comparsa ter deixado o indivíduo sobre as dunas (…) passou uma viatura militar pela avenida, em velocidade acentuada”. 

Fica claro que a demora na perseguição foi fundamental para o sucesso da fuga.