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Acuado, Bolsonaro está a um passo do golpe no Brasil

Às vésperas do aniversário do golpe militar, acontecimentos contra e a favor nas últimas semanas – como a perda do apoio do setor econômico e a troca do comando das Forças Armadas – criaram o caldo cultural necessário para que o presidente, irresponsável como é, e com apoio da massa alienada evangélica, decida se perpetuar no poder sem as regras básicas da Constituição Brasileira

 

Em uma ruptura histórica com o núcleo militar do seu governo, Bolsonaro decidiu cercar-se de generais que o seguem, numa ameaça que só tem precedentes no próprio golpe militar

Editorial

No dia 23 de março, o blog Marco Aurélio D’Eça publicou o post “Perdido e incapaz de mudar, Bolsonaro vai ficando só….”.

O texto mostrava o rompimento dos barões da indústria e dos banqueiros com o presidente; e lembrava que Bolsonaro continuava no poder apenas com apoio dos militares e dos evangélicos, grupos dispostos a tudo para manter os benefícios garantidos pelo tresloucado chefe.

Nas semanas que seguiram, outros movimentos mostraram a Bolsonaro que ele estava cada vez menor como chefe maior do país – perdido na pandemia, pressionado pelo Senado e pela Câmara, ameaçado pela força popular do ex-presidente Lula e vigiado pelo Supremo Tribunal Federal.

Na segunda-feira, 29, a troca em massa de ministros – o que continuou ontem, com a troca do próprio comando militar do seu governo, às vésperas do aniversário do golpe militar de 1964, que acontece nesta quarta-feira, 31 – foi uma ameaça clara do presidente ao país.

Desde o início do seu governo – e bem antes dele – o blog Marco Aurélio D’Eça alerta o Maranhão e o país sobre a ameaça que Bolsonaro representa de um, novo golpe militar no país – com ele protagonista ou mesmo contra ele próprio. (Relembre aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e também aqui)

Ontem, Bolsonaro trocou o comando do Exército, da Marinha e da Aeronáutica por que seus comandantes não aceitavam ter as Forças Armadas usadas para capricho de um cidadão mergulhado no descrédito.

Já havia trocado também o ministro da Defesa por outro mais afinado ao seu projeto, o general Braga Netto.

E o recado de Braga Netto, na véspera do 31 de março – e fazendo alusão ao próprio golpe – foi bem claro, lembrando que “as igrejas, os empresários e segmentos sociais compreenderam o movimento e saíram em defesa do que chama de revolução, mergulhando o Brasil em 21 anos de escuridão e morte.

A parte mais alienadas dos evangélicos segue Bolsonaro de olhos fechados, até mesmo nos conceitos mais absurdos pregados pelo presidente

É a mesma “igreja” – ou sua massa alienada e manipulada por líderes tresloucados – que agora grita sozinha em defesa do governo

Acuado, portanto, Bolsonaro está a um passo do golpe.

E os que acreditam na democracia plena precisam estar alertas…

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Brasil chegou a 200 mil mortes por CoVID-19 em 9 meses; e a 300 mil em dois

Vítimas fatais da pandemia de coronavírus aumentaram em mais de 100 mil em apenas 70 dias, fruto da falta de coordenação nacional, que resulta em falta de vacina, poucos leitos e e insumos para tratamento dos doentes

 

As 300 mil mortes no Brasil representam quasse um milhão de pessoas, entre familiares que perderam seus entes e parentes enlutados

A primeira vítima fatal da CoVID-19 no Brasil foi revelada oficialmente em 16 de março de 2020, em São Paulo.

A partir de então, passou-se quase cinco meses para registrar, no dia 8 de agosto, as primeiras 100 mil mortes por causa da pandemia.

Outros quatro meses e 23 dias se passaram até que o país registrasse, em 7 de janeiro de 2021, o recorde de 200 mil vítimas fatais da CoVID.

Nesse período de nove meses entre a vítima número 1 e a de número 200 mil o país se ressentiu da falta de uma coordenação nacional para o enfrentamento à pandemia; e do desdém do presidente Jair Bolsonaro em relação às mortes.

O Brasil atingiu nesta quarta-feira, 24, nada menos que 300 mil,mortes por CoVID-19.

Foram 100 mil mortes em pouco mais de dois meses.

E o presidente continua o mesmo…

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Brasil pode superar patamar de 3 mil mortes/dia por CoVID-19 nesta quarta

Ainda no início de março, entorno do ex-ministro Eduardo Pazuello já esperava que a combinação de aglomerações sistemáticas, novas variantes do coronavírus, dificuldade de isolamento social da população e falta de vacina levaria o Brasil a este triste recorde; último balanço aponta para 2.842 mortes em 24 horas

 

O patamar de 3 mil mortes foi avisado ao ex-ministro da Saúde ainda no início de março; e nada foi feito para evitar este triste recorde

Demitido do Ministério da Saúde na última segunda-feria, 15, o general Eduardo Pazuello tinha informações, desde o início de março, de que o Brasil alcançaria o total de 3 mil mortes/dia por coVId-19 ainda no mês de março.

No dia 5 de março, de acordo com o jornal Valor Econômico, Pazuello foi informado de uma triste combinação que levaria o país a bater este triste recorde: falta de vacinas, novas variantes do coronavírus, dificuldade de isolamento social da população e as aglomerações que ocorrem desde o fim do ano. (Saiba mais aqui)

Naquela época, os técnicos do MS apontavam que a linha das 3 mil mortes seria alcançada em duas semanas; mesmo assim, o então ministro não tomou qualquer atitude para barrar a proliferação do vírus.

Nesta terça-feira, 16, o Brasil alcançou nada menos que 2.842 mortes por CoVID-19 em apenas 24 horas. A diferença é de apenas 128 mortes para o patamar de 3 mil, o que pode ser alcançado nesta quarta-feira, 17.

Um triste recorde que foi anunciado e poderia ser evitado.

Mas pelo andar da carruagem, a política do ministério continuará a mesma de Pazuello…

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De como este blog anteviu a anulação dos processos de Lula…

Desde o início das investigações contra o ex-presidente, os posts publicados nesta página mostravam o golpe perpetrado para impedir a participação do PT e criminalizar as esquerdas nas eleições de 2018, o que agora foi confirmado no Supremo Tribunal Federal

 

De máscara, que só retirou no momento da coletiva, ontem, Lula retomou seu protagonismo na história; e influenciou diretamente a Bolsonaro

Editorial

12 de julho de 2017. O blog Marco Aurélio D’Eça publica o post “Condenado por Moro, Lula agora corre contra o tempo para disputar 2018…”.

Tratava-se de uma análise da decisão do juiz da Lava Jato, cuja postura já vinha sendo contestada neste blog desde 2014, quando iniciou-se a fase judicial do golpe que começou a ser montado ainda em 2013, no governo Dilma.

Esta contestação foi resumida em 10 de abril de 2018, no post “As três fases do golpe no Brasil…”, que mostrou a orquestração dos barões de São Paulo com a mídia quatrocentona e parte do Judiciário para impedir Lula de ser candidato presidencial.

Um pouco antes disso tudo, mais precisamente em 18 de março de 2016 – pouco mais de um ano antes da condenação de Lula – o blog Marco Aurélio D’Eça aponta para “O risco iminente de um golpe do Judiciário” , análise da usurpação de poder por Sérgio Moro.

A partir da condenação do ex-presidente petista, este blog passou a cobrar pela anulação do processo em sucessivos posts; chegou a frustrar-se algumas vezes, achando que isso seria possível já na segunda e terceira instâncias da Justiça, o que não ocorreu.

Em 16 de junho de 2019 – quando estourou as revelações do site The Intercept, que revelaram as armações políticas de Sérgio Moro e do procurador Deltan Dallagnol – o blog Marco Aurélio D’Eça apontou, sem pestanejar: “Julgamento de Lula precisa ser anulado…”

– Independentemente de o ex-presidente ser ou não culpado, a decisão do juiz Sérgio Moro, em conluio com o procurador Deltan Dallagnol, está marcada por posicionamento político e esquemas de forja de provas; e tinha um objetivo: tirar o PT das eleições de 2018 – já afirmava o blog, naquela época.

O blog Marco Aurélio D’Eça sempre registrou a postura política de Dallagnol e de Moro no caso Lula, agora confirmada pelo STF

Nesta época, Moro já era ex-juiz e ocupava cargo de ministro do governo Jair Bolsonaro, eleito graças também às suas manipulações judiciais.

17 de setembro de 2019. O blog Marco Aurélio D’Eça faz auto-referenciação ao lembrar os passos do golpe contra Lula, no post “História vai confirmando o golpe no Brasil…”.

Fritado por Jair Bolsonaro desde agosto de 2019, Sérgio Moro deixou o governo em 24 de abril de 2020, em meio a uma troca de acusações com o próprio Bolsonaro por causa de interferências na Polícia Federal. (Relembre aqui e aqui)

Nesta época, várias ações já questionavam a imparcialidade do ex-juiz e pediam a anulação das condenações de Lula, processos que tramitavam no Supremo Tribunal Federal.

Até culminar na decisão do ministro Edson Fachin, em 8 de março de 2021 – também conhecida como última segunda-feira – anulando todas as condenações impostas a Lula por Sérgio Moro.

O impacto da presença política de Lula fez Bolsonaro mudar sua postura como presidente e deixou Moro em silêncio

O impacto disto já foi medido pelo blog Marco Aurélio D’Eça, nos posts “O Impacto de Lula em 2022”, publicado no dia seguinte; e no post de ontem: “Lula faz o contraponto perfeito a Bolsonaro…”

E esta foi a linha do tempo do blog Marco Aurélio D’Eça para o caso envolvendo o ex-presidente petista, o PT, os barões brasileiros, o ex-juiz Sérgio Moro e o arroto da história chamado Jair Bolsonaro.

História que ainda registrará muitos capítulos até 2022.

Com o blog sempre presente para fazer o leitor entendê-la…

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A estranha história da suposta visita de Bolsonaro a Balsas…

Nota de Esclarecimento de entidade de pastores – onde o presidente iria participar de evento – põe mais dúvidas sobre acontecimento anunciado pelo senador Roberto Rocha, que agora o governador Flávio Dino pelo cancelamento

 

Roberto Rocha e Jair Bolsonaro: uma viagem anunciada e cancelada com culpa a terceiros; resta a do dia 30 de outubro

A suposta viagem que o presidente Jair Bolsonaro faria ao município de Balsas nesta sexta-feira, 23, está marcada por uma penumbra de suspeita sobre sua própria existência.

A viagem, anunciada pelo senador Roberto Rocha (PSDB) foi cancelada pelo próprio Bolsonaro, que alegou falta de segurança, culpando o governador Flávio Dino de não liberar a PMMA para sua escolta.

A acusação de Bolsonaro já havia sido negada pelo próprio Flávio Dino, mas reafirmada pelo senador Roberto Rocha, que ainda acusou o comunista de negar a segurança por motivos políticos.

A nota da entidade pastoral, que se envolveu na polêmica a respeito da suposta visita de Bolsonaro a Balsas

Mas, nesta quinta-feira, 22, a entidade Aliança de Pastores de Balsas (APEB), divulgou nota de esclarecimento em que diz não ” ter sido procurada ou informada sobre a realização do evento nesta sexta-feria, dia 23/10/2020″.

A nota, espalhada nas redes sociais por Flávio Dino, fala que tomou conhecimento do vídeo apenas pela divulgação do vídeo de Roberto Rocha.

E op fato é que, mais uma vez, Bolsoanro anuncia e não aparece no Maranhão.

Agora é esperar o dia 30 em São Luís…

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Bolsonaro mentiu sobre segurança da PM para ele em Balsas

Foi o próprio presidente da República quem criou a fake news sobre o governo maranhense ter negado dar segurança a ele na visita que faria ao município, uma espécie de desculpas para cancelar a viagem

 

Foi nesta entrevista à rádio Jovem Pan que Bolsonaro inventou a fake news sobre falta de segurança para ele no Maranhão

Foi descoberto nesta quarta-feira, 21, que a fake news sobre a negativa do governo Flávio Dino de dar segurança militar ao presidente Jair Bolsonaro em sua visita ao Maranhão partiu do próprio Bolsonaro.

Em entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro disse que cancelaria sua viagem por que Flávio Dino (PCdoB) se negou a garantir segurança plena da comitiva presidencial no Maranhão.

– O governador Flávio Dino resolveu não ceder a Polícia Militar para fazer uma segurança mais aberta, digamos assim – mentiu Bolsonaro.

Desde ontem, o secretário de Segurança Jefferson Portela já havia desmentido a fake news sobre  o assunto, garantindo a presença ostensiva na PDM na visita do presidente.

Hoje, foi o próprio governador Flávio Dino quem revelou ter partido do próprio Bolsonaro a informação sobre a falta de segurança.

Ao que tudo indica, Bolsonaro criou a fake news como justificativa para não ir á cidade do senador Roberto Rocha (PSDB).

Agora é Rocha quem tem de cobrar do presidente…

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Flávio Dino inserido no contexto presidencial…

Governador do Maranhão começou a ser citado em todas as pesquisas, mesmo com índices que pareçam insignificantes – já está no mesmo patamar de figuras como Sérgio Moro, João Dória e Henrique Mandetta – e começa a construir um lastro eleitoral em setores críticos do governo Jair Bolsonaro

 

Flávio Dino já se encontra em patamar eleitoral nacionalmente parecido com o do prefeito de São Paulo, João Dória

O governador Flávio Dino (PCdoB) começou a pontuar em todas as pesquisas de intenção de votos sobre a corrida presidencial de 2022.

E seus índices, aparentemente insignificantes – algo entre 2% e 3% de intenção de votos – revela a construção de um lastro nacional entre os críticos do governo Jair Bolsonaro.

Segundo, por exemplo, levantamento DataPoder, divulgada nesta sexta-feira, 14, Dino registra 3% de votos entre aqueles que entendem que a Operação Lava Jato tem cometido abuso de poder, embora tenha sido importante no combate à corrupção.

Ele também registra 2% entre os que acham que a LavaJato faz um trabalho correto no Brasil.

Os ex-ministros Sérgio Moro e Henrique Mandetta, com muito mais exposição que Flávio Dino, estão no mesmo patamar do governador maranhense

Significa que o governador maranhense é lembrado por uma parcela do eleitorado no mesmo patamar de nomes como o ex-ministro Henrique Mandetta (DEM), o ex-titular da Lava Jato Sérgio Moro (sem partido) e o governador de São Paulo, João Dória (PSDB).

Os índices são insignificantes, mas estar entre estes não é pouca coisa, não…

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Bolsonaro já repassou mais de R$ 1 bilhão ao Maranhão, diz Roberto Rocha

Senador maranhense diz que o montante em transferências voluntárias liberadas pelo presidente em apenas um ano e meio de governo supera em ajuda ao estado todos as gestões do PT juntas

 

Roberto Rocha em entrevista à rádio em que revelou o montante de R$ 1 bilhão repassadois voluntariamente por Bolsonaro a Flávio Dino

O senador Roberto Rocha (PSDB) afirmou esta semana que o governo Jair Bolsonaro já fez transferências voluntárias ao governo Flávio Dino (PCdoB)  que chegam a R$ 1 bilhão em um ano e meio.

Transferências voluntárias são aquelas em que não há obrigação do repasse por parte do ente federativo.

Segundo Rocha, esse montante repassado até o fim de junho supera todos os 14 anos do governo do PT juntos.

 Único senador maranhense aliado do governo Bolsonaro, Roberto Rocha destacou que  nunca na história do Maranhão tantos recursos federais contemplaram o estado em tão pouco tempo.

E atribui o fato, na maioria dos casos, ao livre diálogo e circulação que cultiva, tanto nos ministérios, quanto com o próprio atual presidente.

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Flávio Dino: “Queiroz, rachadinhas e fake news são assuntos judiciais, não militares”

Governador utilizou sua conta no Twitter para alertar que – diante da prisão de aliados – o presidente Jair Bolsonaro pode insistir na tentativa de intimidar o Judiciário usando as Forças Armadas

 

Assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz foi preso por suspeita de tentar atrapalhar as investigações sobre rachadinhas

 

O governador Flávio Dino (PCdoB) fez uma espécie de comemoração e alerta em sua conta na rede social Twitter, nesta quinta-feira, 18, após a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro.

Dino chamou de facção o grupo que gira em torno do presidente Jair Bolsonaro e que agora está sendo pilhado pelas investigações.

O governador alertou que a prisão de Queiroz pode levar Bolsonaro a insistir na tentativa de intimidação ao Judiciário, usando a imagem das Forças Armadas.

– Com mais integrantes da facção de Bolsonaro presos, é provável que ele insista na intimidação sobre o Judiciário, usando a imagem das Forças Armadas. Espero que os comandos destas desautorizem o uso indevido – disse Dino.

Flávio Dino ironizou prisão do assessor de 01 e alertou Forças Armadas a não chancelar a reação de Jair Bolsonaro

Para o governador maranhense, é fundamental que o comando das Forças Armadas evitem chancelar as ações criminosas de Bolsonaro, familiares e aliados.   

– Queiroz, rachadinhas e fake news são assuntos judiciais, não militares – afirmou Dino.

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Brasil vive ápice do autoritarismo em todos os níveis…

Sanha persecutória do Supremo Tribunal Federal, ambiente de entrega de adversários na imprensa, e guerra política por ocupação de espaços de poder é resultado direto do trauma antidemocrático de 2016, que só pode ser corrigido pela via democrática

Editorial

O blog Marco Aurélio D’Eça traça desde antes de 2016 – quando se consolidou a ruptura democrática que depôs a presidente Dilma Rousseff (PT) – um paralelo histórico do Brasil atual ao período pré-golpe de 1964. (Releia aqui, aqui aqui, aqui e aqui)

E neste cenário, entende que o Brasil de hoje vive o mesmo clima que originou a implantação da Ditadura Militar no Brasil.

O clima de autoritarismo é latente em todas as esferas da sociedade, envolve todos os poderes e divide a opinião pública, gerando mais autoritarismo e cizânia.

Um exemplo claro é a ação autoritária promovida pelo Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira, 16, pondo na mesma cesta apologistas do nazismo, defensores da ditadura e meros críticos sociais do sistema.

Aliás, esse risco de autoritarismo judicial já havia sido apontado neste blog ainda em 2016, no post “O risco iminente de um golpe do Judiciário…”  

A imposição autoritária de um governo gerou um ciclo de autoritarismo que está sendo combatido por mais autoritarismo em todos os níveis

Mas tudo isso ocorre por que o Brasil não vive mais ambiente democrático.

O que vê hoje no país é uma disputa interna entre os avalistas do golpe de 2016; e as liberdades individuais só podem existir em ambiente democrático.

Tudo o que ocorre hoje – nas ruas, nas redes sociais, nas TVs e na imprensa – aconteceu entre 2002 e 2016. Mas, naquela época, o ambiente permitia a manifestação por que não havia essa tensão patrulheira do que pode e o que não pode ser dito.

Pode-se dizer o que quiser dos chamados movimentos progressistas – nos partidos, nos segmentos sociais, na própria sociedade – mas só a partir deles se tem democracia.

Essa tensão de hoje só existe pelo desejo autoritário de um líder, que se cercou de outros autoritários e contaminou as demais instituições com mais autoritarismo.

É autoritarismo do STF perseguir blogueiros, youtubers e digitais influencers por meras críticas – ainda que ácidas – à sua postura como poder. (Entenda aqui e aqui)

Até por que, “Os amantes da ditadura sempre andaram por aí…”, como mostrou o blog Marco Aurélio D’Eça em março de 2019.

Fruto de um golpe que não contava com sua ascensão, a eleição de Bolsonaro resultou no fim do que chamamos historicamente de “A Nova República”, iniciada em 1985

Mas este autoritarismo é fruto do autoritarismo implantado com a quebra democrática de 2016, que resultou no autoritarismo de Jair Bolsonaro, cercado por seu Exército.

E foi este autoritarismo que gerou seus filhotes nos demais setores da sociedade, decretando o fim do que se conhece por “Nova República”, período de estabilidade política iniciada em 1985. (Entenda aqui)

São frutos da eleição de Bolsonaro – e do golpe de 2016 – a sanha persecutória do Supremo Tribunal Federal; o ambiente de entrega de contrários na imprensa; e a guerra entre políticos por ocupação dos espaços de poder.

Tudo isso só pode ser corrigido pela via democrática.

Para romper com o autoritarismo estrutural da sociedade brasileira pós-Dilma é fundamental que se rompa com esse ciclo autoritário iniciado em 2016.

Mas este rompimento precisa se dá de forma democrática, com eleições diretas ou com impeachment, dispositivos previstos na Constituição.

O rompimento por golpe – seja do Executivo, do Legislativo ou mesmo do Judiciário – só irá gerar mais golpes.

E mais autoritarismo…