Oposição encurrala governo e silencia base, criticada pelo chefe da Casa Civil…

Atuando em bloco, deputados expõem várias frentes vulneráveis da gestão Brandão, surpreendendo o plenário; coube ao secretário Sebastião Madeira a defesa do governador, lamentando o silêncio dos governistas

 

OPOSIÇÃO DECLARADA. Deputados assumiram postura mais crítica em relação ao governo Brandão na Assembleia

A oposição ao governo Carlos Brandão (PSB) – ou pelo menos o grupo que já se pode dar esta classificação – fez nesta quarta-feira, 21, uma das mais organizadas ações contra o governo Carlos Brandão (PSB), em várias frentes de denúncia e exposição de áreas vulneráveis.

  • os discursos foram tão sistemáticos, como se coordenados, que surpreendeu a base governista na Casa;
  • coube ao secretário Sebastião Madeira, que nem deputado é – em sessão extra – a defesa do governador.

“O governo recebeu um bilhão de reais para investir na educação pública e sabe lá para onde está indo este recurso. Recursos dos precatórios do antigo Fundef que chegaram, foram depositados na conta do Governo do Maranhão e que estão sendo aplicados em algum lugar, mas não chega nas salas de aula, não chega nas estruturas escolares”, denunciou Othelino Neto (Solidariedade), primeiro a subir à tribuna, denunciando o setor da Educação.

DE CORPO PRESENTE. Coube a Madeira, incomodado com as ações da oposição, defender o governo e exortar a base

Após eles, seguiram no mesmo rumo os deputados Rodrigo Lago (PCdoB), Júlio Mendonça (PCdoB), Carlos Lula (PSB), Leandro Bello (Podemos) e Francisco Nagib (PSB).

  • a maioria tratou do mesmo assunto que Othelino, a Educação;
  • mas a maioria mostrou problemas graves no setor de infraestrutura.

“Muitas obras estão sendo lançadas e, passados dois dias, três dias, nesses locais que foram lançadas estas obras não vai ver mais nem o apito do trem, e nem as estruturas que foram colocadas para o lançamento. Cobro também as obras que iniciaram para que elas sejam concluídas. Governo tem pouco mais de um ano aí para terminar, e nós precisamos entregar isso para a população. Estas obras é que vão mudar a vida das pessoas. Estas coisas que acho que nós devemos pautar”, cobrou Francisco Nagib, na sessão presidida pelo colega Antonio Pereira (PSB).

TODOS À GUERRA. A ação coordenada dos oposicionista deixaram a base governista sem poder de reação

Líder do governo na Casa, o deputado Neto Evangelista (UP) falou do programa “Maranhão Livre da Fome” e destacou também discurso da colega Drª Viviane (PDT), que falou sobre ações do governo em várias regiões.

  • Mas coube ao chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira (PSDB), a defesa mais contundentes do governo;
  • ele, que nem mandato tem, ainda, na Assembleia Legislativa, inclusive lamentou o silêncio da base.

“Cheguei aqui antes e vi aqui um deputado tecendo críticas ácidas – e mais dois ainda respondendo com mais acidez ainda. Quando a gente quer achar defeito, sempre acha. Governador Brandão tem feito um trabalho extraordinário neste estado, em todas as áreas, incluindo a saúde. (…) É claro que em um estado da dimensão do Maranhão sempre vai ter um caso ou outro. Peço desculpas em fazer essa pequena defesa, por que vi aqui o governador sendo atacado violentamente e não ouvi nenhuma defesa…”, exortou Madeira. (grifo do blog)

Madeira participaria de uma sessão solene, mas aproveitou para fazer o que não viu nos deputados ligados à base.

O clima de debate também marca o novo momento na relação entre a agora oposição dinista e o governo Brandão…

Camarão retoma pré-campanha em encontro com juventude do PT…

Vice-governador se reunirá em São Luís com entidades no próximo sábado, 24, em evento que simboliza o retorno da agenda política, com apoio do seu partido

 

JUVENTUDE PETISTA. Felipe quer mobilizar os jovens do PT nesta nova etapa da pré-campanha ao Governo do Estado

O vice-governador Felipe Camarão tem uma agenda-símbolo da retomada de sua pré-campanha no próximo sábado, 24, quando participa de encontro com a juventude do PT, na sede da Turma do Quinto, na Madre Deus.

  • é o primeiro evento efetivamente político de Camarão desde a crise dos prints, iniciada semana passada.
  • o vice-governador se reunirá com entidades ligadas aos jovens e com lideranças do seu partido, o PT.

“Entidades representativas da juventude do Maranhão convidam você, jovem maranhense para um momento de diálogo com o vice-governador do estado, Felipe Camarão, sobre o Maranhão que queremos construir para nossa juventude”, diz o banner do evento, já disponível na internet.

O encontro com a juventude do PT marca também uma nova dinâmica na pré-campanha de Felipe Camarão.

  • desde o ano passados aliados pregavam uma movimentação desprendida da agenda do governador Carlos Brandão (PSB);
  • leal a Brandão, o vice-governador preferia manter-se atrelado à pauta brandonista, de entrega e apresentação de obras;
  • mas o próprio Brandão deixou claro há três semanas que seu projeto não inclui Felipe Camarão, o que desobrigou o vice.

Sem o atrelamento à agenda institucional do Palácio dos Leões – e embora mantenha-se leal ao governo Brandão – o vice-governador terá liberdade para discutir sua própria pré-candidatura com as outras forças políticas, sobretudo os partidos da esquerda.

E vai recomeçar fortalecido exatamente pelo seu próprio PT… 

Base governista é favorita para o Senado… em qualquer chapa

Quatro principais candidatos do governo estão numa espécie de empate técnico pelas duas vagas na Câmara, com destaque para o ministro André Fufuca, que tem expressivo crescimento, segundo pesquisa DataM

 

E SE ESTIVEREM EM OUTRA CHAPA?!? Candidatos a senador na base governista podem também fazer diferença do outro lado

A pesquisa do Instituto DataM sobre as eleições para o Senado divulgada nesta segunda-feira, 19, mostra que – se enfrenta dificuldades na disputa pelo Governo do  Estado – a base do governo Carlos Brandão (PSB) tem os quatro principais candidatos sem adversários para o Senado.

  • o próprio Brandão lidera, mas em condição de empate técnico com o senador Weverton Rocha (PDT) e o ministro André Fufuca (PP);
  •  a senadora Eliziane Gama vem um pouco abaixo, mas em condições de disputa com todos eles, no limite do empate técnico.
  • sem o nome do ex-senador Roberto Rocha, nenhum candidato da direita, ou da chamada oposição, mostra força eleitoral efetiva.

A pesquisa DataM traz como destaque na corrida pelo Senado o ministro do Esporte, André Fufuca, que hoje polariza com o Brandão e com o senador Weverton; e fica à frente de Eliziane.

O problema para o governo nesta questão do Senado é a possibilidade de formação de uma chapa contrária, tendo exatamente alguns desses mesmos personagens.

  • tanto o ministro Fufuca quanto a senadora Eliziane são especulados em uma chapa com o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD); (Saiba mais aqui e aqui)
  • aliado do senador Weverton, o ex-prefeito de Timon, Luciano Leitoa (PDT), também já defendeu uma aliança em torno de Braide; (Releia aqui e aqui)
  • o prefeito da capital maranhense lidera com folga a corrida pelo governo e tem cacife eleitoral para embalar candidatos a senador. (Releia aqui)

Faltando pouco mais de um ano para as convenções que definirão as chapas para a disputa de 2026, a base do governo Brandão precisa corrigir rumos e fazer uma rearrumação de seus projetos.

Ou pode enfrentar um salve-se quem puder, tanto na eleição para o governo, quanto na disputa pelo Senado.

É aguardar e conferir…

Para Orleans, é jogo que segue…

Em meio à crise envolvendo o vice-governador  Felipe Camarão, e agora defendido abertamente pelo pai como opção para 2026, secretário de Articulação Institucional se movimenta como nome do governo Brandão no interior

 

EM NOME DO GOVERNO. Orleans tem apoio aberto do tio para mostrar suas ações no interior 

 

Alheio à crise que atingiu o vice-governador Felipe Camarão (PT) – alvo de acusações de misoginia e sexismo contra a deputada Mical Damasceno (PSD) – o secretário de Articulação Municipalista Orleans Brandão (MDB) mantém sua agenda política no interior, mas agora fortalecido com a revelação de Marcus Brandão (MDB), de que pode ser o candidato do governo em 2026.

  • segundo Marcus, Orleans tem aceitação de 80% da classe política; 
  • o secretário atua no interior como homem forte do governo Brandão.

“No Sabadou, tivemos mais uma maratona de entregas que mostram o quanto o municipalismo transforma vidas: Autorizamos a tão sonhada pavimentação da Estrada do Jacaré — uma demanda histórica que agora começa a virar realidade! Entregamos uma nova ambulância pra fortalecer a saúde do município. Inauguramos o Viva/Procon, levando mais cidadania ao povo penalvense. Reformamos a Delegacia da Polícia Civil, garantindo mais estrutura e dignidade pra quem cuida da nossa segurança. E ainda marcamos presença na orla da Beira Rio, que já está de cara nova com a primeira etapa da revitalização entregue – e as próximas já a caminho! Penalva segue avançando com trabalho sério, parceria e muito compromisso com o bem-estar da população!”, declarou ele, no sábado. 

O NOME DO GOVERNO. O secretário já foi anunciado como o nome do governo para 2026, com apoio da classe política

No mesmo fim de semana em que Felipe Camarão ainda tentava debelar a crise envolvendo seu nome, Orleans esteve ainda em Carolina e Nina Rodrigues, inaugurando obas e lançando outras, em nome do governo do tio.

  • Detalhe: Felipe Camarão não mais foi visto, como vinha ocorrendo, nessas ações do governo no interior;
  • o vice do PT deixou de viajar desde que Brandão começou a mostrar seu novo rumo eleitoral para 2026.

Brandão já disse que não pretende “entregar o governo a qualquer um” e já elogiou prefeitos no interior que lançaram os sobrinhos como candidato à sucessão; seu irmão, Marcus Brandão, começou a falar abertamente que o nome de Orleans está sendo pensado para a sucessão de 2026.

As coisas estão claras e colocadas todas preto no branco.

O que resta Felipe Camarão e aos seus aliados?!?

Denúncia de blogueiro contra Felipe Camarão vira nova batalha entre dinistas e Brandonistas

Aliados do governador Carlos Brandão na Assembleia Legislativa tentam criar clima para inviabilizar politicamente o vice-governador, que se declara vítima de fake news

 

FATO OU FAKE?!? Denúncia contra Camarão aponta Mical Damasceno como vítima – e chegou à Assembleia – mas vice classifica de mentira

Uma denuncia de suposto comportamento sexista e misógino do vice-governador Felipe Camarão (PT) – feita por um blog do interior maranhense – transformou-se em nova arma na guerra entre dinistas e brandonistas pelo poder político no Maranhão.

Segundo a acusação, Camarão teria usado termos chulos, de cunho sexual ao se referir à deputada Mical Damasceno (PSD) em uma suposta conversa no WhatsApp, com Vitor Paes, que se diz editor do blog autor da denúncia.

  • vítima no caso, Mical apresentou imediatamente pedido de cassação do vice-governador, que será analisado pelo Conselho de Ética da Casa;
  • em defesa da parlamentar saíram diversos deputados da base governista, incluindo nota da Procuradora da Mulher, Drª Viviane Coelho (PDT);
  • Camarão se declara vítima de fake news e seus aliados acusam o blogueiro de ter recebido dinheiro para forjar e publicar as supostas mensagens.

A situação é grave do ponto de vista moral, mas é ainda mais grave do ponto de vista político, por que aponta para uma nova fase na relação entre os aliados do governador Carlos Brandão (PSB) e do ministro do STF, Flávio Dino.

  • até agora, os brandonistas sentiam-se acuados pelas supostas ameaças de prisão do governador, feitas por dinistas nos bastidores;
  • com a denúncia e a ameaça de processo de cassação do vice-governador, os brandonistas dão o troco e igualam o jogo nesse pormenor.

Os aliados do governador ganham uma vantagem extra em caso de consolidação do afastamento de Camarão.

Caso isso ocorra, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), passa a ser a primeira na linha de sucessão do próprio Brandão.

E assumiria ela, não Camarão, em caso de renuncia do governador para disputar o Senado…

Encurralados por Brandão, dinistas perdem cada vez mais capacidade de reação…

Sem estruturas de poder no estado que possam ajudar no contraponto, aliados do ministro do STF veem cada vez mais esvaziado o seu projeto de poder para 2026

 

TODOS DE OLHO NELE. O menor movimento político de Flávio Dino gerou um constrangimento nacional para seus aliados

Pensata

Desde que começou o intenso bombardeio político-midiático do governador Carlos Brandão (PSB), os aliados do vice-governador Felipe Camarão (PT) – remanescentes do legado do agora ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino – veem cada vez mais esvaziado o seu projeto de poder para 2026.

E não demonstram qualquer capacidade de reação.

  • cada vez mais intensos, os ataques brandonistas agora atingem diretamente o próprio Camarão;
  • o objetivo é muito claro de buscar a inviabilização tanto política quanto eleitoral do vice-governador.

Flávio Dino construiu um legado político formado sobretudo com discípulos dispostos a quebrar lanças por ele. A partir deste grupo, imaginava poder dobrar Brandão a qualquer tempo, garantindo a retomada do poder em 2026.

Mas com sua ação política absolutamente dependente do Governo do Estado, este grupo ficou sem poder de pressão contra o governador, dono da máquina e dos cargos em todas as instâncias de poder.

A partir do momento em que Brandão percebeu que a melhor defesa contra as investidas Dinistas seria exatamente o ataque – duro, firme, seco e certeiro – passou a atacar sem piedade, em todas as frentes.

  • o governador tem o controle absoluto da classe política, com apoio integral da Assembleia Legislativa e da maioria das prefeituras;
  • também tem o controle de comunicação e midiático, com parcerias de peso nas emissoras de TV, rádio, jornal e blogosfera;
  • e tem o controle das estruturas de investigação, de segurança, de contrarresposta e de inteligência, que o mantém informado.

Este blog Marco Aurélio d’Eça diz desde 2024 que Brandão tem o controle total de sua própria sucessão.

Só não imaginava que os dinistas fossem transformados em pó, assim, tão rapidamente.

E sem nenhuma reação imaginável…

Aliança com Braide já vem sendo pensada por dinistas….

Defendida publicamente pelo ex-prefeito de Timon Luciano Leitoa – e bem antes dele por Simplício Araújo – ideia é vista como saída para eventual rompimento com Carlos Brandão

 

CAMINHO ABERTO. Dinistas de todos os matizes com Braide e o irmão, Fernando, em foto do final do ano passado

Com forte repercussão nas redes sociais e na mídia digital, a proposta do ex-prefeito de Timon, Luciano Leitoa (PDT), de unificar os grupos do vice-governador Felipe Camarão (PT) e do prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD) nas eleições de 2026 enfrenta dificuldades políticas, ideológicas e eleitorais.

A proposta nem é nova – já foi defendida em abril pelo ex-secretário Simplício Araújo – e só ganhou as redes pelo inusitado de ser defendida por um aliado do  senador Weverton Rocha (PDT), que vem em conversas tanto com o grupo mais ligado ao ex-ministro Flávio Dino quanto com o governador Carlos Brandão (PSB).

“É claro que as coisas nem sempre acontecem como imaginamos, e a política é muito mais dinâmica do que parece. Quando Lula foi candidato à Presidência, poucos imaginavam que ele se uniria a Geraldo Alckmin. Quem diria que, em 2022, Bolsonaro estaria na Presidência? E quem acreditaria que o próprio Lula, após ter sido preso injustamente, sairia da cadeia e voltaria ao cargo de presidente? Enfim, a política é cheia de reviravoltas. E se, pensando no bem do Maranhão, houvesse uma união entre Eduardo Braide e Felipe Camarão? Qual seria sua opinião sobre isso?”, pregou Luciano Leitoa.

  • Braide chegou a flertar com os dinistas no final do ano passado;
  • hoje, seu principal aliado neste grupo é o deputado Othelino Neto;
  • mas a possibilidade de aliança em torno dele ganha força no dinismo.

O flerte entre Braide e os dinistas foi registrado neste blog Marco Aurélio d’Eça no posts “Os dinistas pró-Braide…”, “Eduardo Braide mostra interesse em bloco de oposição na  Assembleia…” e “Eduardo Braide depende da divisão do governo em 2026…”.

Uma das mais leais aliadas de Flávio Dino, a senadora Eliziane Gama está hoje no partido de Braide, o PSD, cujo presidente nacional, Gilberto Kassab, já defendeu chapa com os dois juntos, como mostrado neste blog Marco Aurélio d’Eça no post “Kassab quer Eliziane candidata ao Senado na chapa de Braide…”.

“Sou do PSD e o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, me assegurou a oportunidade de buscar a reeleição. O Braide nunca se posicionou oficialmente se disputará a eleição de 2026, mas ele tem o respeito e respaldo do partido e está fazendo um excelente trabalho em São Luís, com excelente aprovação da população”, declarou Eliziane, semana passada, segundo o blog do jornalista Jorge Aragão, deixando claro que prega a unidade do grupo liderado pelo governador  Carlos Brandão. (Veja aqui)

FUSÃO DE GRUFOS. Unidade entre Braide e Camarão foi proposta pelo pedetista Luciano Leitoa

Mas foi o próprio Brandão quem chutou o pau da barraca, na mesma semana da entrevista de Eliziane, como foi mostrado neste blog Marco Aurélio d’Eça nos posts “Alguma dúvida sobre o destino do recado de Brandão?!?” e “Um Brandão precisa ensinar o outro Brandão…”.

O fato é que tanto os dinistas do grupo mais próximo a Flávio Dino – como o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) e os estaduais Rodrigo Lago (PCdoB) e Carlos Lula (PSB) – se mantêm calado diante dos últimos posicionamentos de Brandão.

E o próprio Braide também se mantém calado em relação a 2026…

As críticas, alertas e advertências de José Reinaldo a Carlos Brandão…

Na pressa por publicar recorte em busca de clicks, mídia digital queimou a pauta ao ignorar os trechos mais significativos da conversa do ex-governador com o entrevistador Felipe Klamt

 

MAS BRANDÃO QUER OUVI-LO?!? Com a experiência de quem já passou pela mesma situação, Zé Reinaldo alerta e adverte o governador

Análise da Notícia

Ficou apenas no superficial o recorte feito pela mídia digital na entrevista do ex-governador José Reinaldo Tavares ao jornalista Felipe Klamt, no início da semana; mas ela é bem mais profunda e diz muito dos bastidores da relação do governador Carlos Brandão (PSB) com o seu entorno no Palácio dos Leões.

Este blog Marco Aurélio d’Eça faz nesta postagem – em dois vídeos – o resgate dessa conversa, que aponta de forma perfeita para 2026:

  • Para Zé Reinaldo, Brandão precisa avaliar se vale a pena sacrificar o mandato de senador;
  • em sua avaliação, o governador arrisca entregar o governo “a pessoas de fora do grupo”;
  • o ex-governador se incomoda com a maneira fechada como Brandão trata a sucessão. 

“Uma coisa que eu não consigo entender: que o Brandão não peça pra gente discutir. Ele não conversa e está resolvendo as coisas sozinho. Ao não conversar com ninguém, ele perde apoio porque ninguém sabe o que ele quer”, afirmou Zé Reinaldo, para reforçar, em outro trecho: “o negócio é que o processo é fechado. Quando Brandão fecha o processo, ele deixa de ouvir as pessoas, ele deixa de conversar com as pessoas”.

  • José Reinaldo Tavares foi governador de 2002 a 2006, quando rompeu com seu grupo;
  • e viveu a mesma situação que hoje vive o governador Brandão, à época, seu chefe de gabinete;
  • a relação entre a história de Zé Reinaldo e a de Brandão foi contada no post “20 anos depois…”.

Ao expor o isolamento do governador no Palácio dos Leões, o ex-governador também critica sua atenção desmedida a prefeitos – que, na opinião do experiente político ficam com o governo em qualquer circunstância por que precisam operar a própria gestão.

Na avaliação de José Reinaldo, Brandão se arrisca em apostar em projeto diferente do que se desenhou em 2022.

“O Brandão está se arriscando muito que pessoas de fora do grupo acabem entrando na disputa e ganhem a eleição para governador. E tem candidato pra isso”, afirmou.

Ao final da entrevista, ex-governador – por experiência própria – deu seu ensinamento mais importante:

“Eu acho que o Brandão teria o apoio do Lula para ser senador; e porque? por que o governo do Lula precisa de senadores. E isso seria o principal para ele [Brandão]“, afirmou Zé Reinaldo.

Isto foi o que de principal disse José Reinaldo a Felipe Klamt.

Simples assim…

Após deputados, prefeitos são chamados a reforçar liderança de Brandão…

Em nova etapa da articulação de reforço à imagem do governo, Palácio dos Leões começou a convocar gestores municipais para tornar fato consumado a força política do governador em 2026

 

FATO CONSUMADO. Declarações de prefeitos tornam irreversível a liderança de Carlos Brnadão para conduzir a própria sucessão

Uma primeira leva de prefeitos maranhenses começou a se manifestar nesta quarta-feira – em press release distribuído à imprensa maranhense sobre a liderança do governador Carlos Brandão (PSB)) em todo o Maranhão.

  • as loas dos prefeito são parte da estratégia do Palácio dos Leões para mostrar a força da base do governo Brandão;
  • o projeto começou semana passada, com um séquito de deputados estaduais se enfileirando para destacar o governo.

“Eu tenho um líder político, que é o governador Carlos Brandão. Por isso, sou soldado, e soldado segue ordens. Estaremos juntos”, afirmou Rildo Amaral (PP), prefeito de Imperatriz, segundo maior colégio eleitoral do Maranhão, em declaração repetida por todos os demais gestores.

Matéria publicada em blogs alinhados ao Palácio dos Leões nesta quarta-feira, 14, afirma que 60 prefeitos já declaram seguir a orientação do governador para 2026.

Nesta primeira leva, além de Rildo Amaral, outros 19 se manifestaram:

  • Gentil Neto, de Caxias; Rafael Brito, de Timon; Deoclides Macedo, de Porto Franco; Gilson Guerreiro, de Grajaú; Edimar Vaqueiro, de Coroatá; Walas Rocha, de São Benedito do Rio Preto; Carlos Dino Penha, de São Bento;  Suane Dias, de Gonçalves Dias; e Danielly Trabulsi, de São Roberto; Fernando Oliveira, de Campestre, Nivaldo Araújo, de Alcântara; Kleber Tratorzão, de São Domingos; Fábio Holanda, de João Lisboa; Enoque Mota, de Pastos Bons; Roberta Barreto, de Axixá; Chicão da Parabólica, de Passagem Franca; Paula Coelho Oliveira, de Riachão; Itaires Tratorzão, de Lajeado Novo e Jubeal Silva, de Parnarama

A manifestação de aliados também chegou à Câmara Municipal de São Luís e outras Câmaras no interior.

O objetivo é tornar fato consumado a ideia de que Brandão vai conduzir o processo sucessório.

E indicar o seu sucessor…

Temor de Brandão é ser abandonado na eleição…

Governador monitora seu desempenho para a eleição de senador e vê números promissores, mas foi convencido por aliados de que, fora do mandato, será esquecido pelo substituto no Palácio dos Leões

 

SOZINHO E SEM MANDATO. Brandão até sonha com o Senado, mas seu aliados o advertem que Camarão pode largá-lo à própria sorte na campanha

Análise da Notícia

Os aliados e familiares do governador Carlos Brandão (PSB) vivem uma espécie de paradoxo em relação ao seu futuro político; ao mesmo tempo em que celebram pesquisas que mostram o líder político com índices nas alturas para o Senado, expõem temor de que, renunciando ao mandato, será abandonado na campanha eleitoral.

  • um exemplo das pesquisas é a do Instituto Econométrica, que dá quase 55% de intenções de votos a Brandão para o Senado;
  •  o contraponto é a fala do deputado Dr. Yglésio à Folha de S. Paulo, afirmando que Brandão não confia no vice, Felipe Camarão.

“Vejo claramente que o governador não confia no Felipe para sucessão, acha que será perseguido. E tudo indica isso vai acontecer mesmo”, afirmou Yglésio. (Leia a matéria aqui)

Este blog Marco Aurélio d’Eça já tratou desse dilema do governador e seus aliados; a situação foi expressa claramente em 28 de abril, no post “O futuro de Brandão e o interesse dos seus aliados…”.

“A incerteza quanto ao futuro político do governador é fruto de uma forte pressão que exercem sobre ele deputados estaduais, secretários que disputarão as eleições de 2026 e ex-políticos que sonham retomar a vida pública”, afirmou o blog.

  • o post mostrou que a maioria dos aliados depende de Brandão no cargo para se viabilizar em 2026;
  • mas o post também tratou sobre a suposta ameaça de perseguição dinista que leva ao temor na base.

“Se o governador ficar no governo até o final, ele será perseguido. Se decidir entregar para Felipe Camarão, mesmo assim será perseguido. Até mesmo se lançar parentes de Dino ao Senado, ainda assim será perseguido; Ele só precisa escolher de que forma quer sofrer esta perseguição: com ou sem mandato?!?”, pontuou, sem meias-palavras, este blog Marco  Aurélio d’Eça.

Brandão vive um paradoxo, portanto, com chances reais de virar senador, mas com medo de ser “cristianizado” em campanha.

A escolha é apenas e tão somente dele…