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Os amantes da ditadura sempre andaram por aí…

Aqueles que acham que o período militar foi bom – ou que não houve morte nem tortura – não surgiram do nada; eles apenas sentiram-se agora encorajados por Bolsonaro a botar para fora toda carga de emoção reprimida por 55 anos

 

BOLSONARO FEZ APOLOGIA DE DITADORES COMO DEPUTADO; E, COMO PRESIDENTE, estimula festa para a ditadura

Editorial

De uma hora para outra, passou-se a ler nas redes sociais, em blogs e em grupos de troca de mensagens, as mais diversas defesas do período da ditadura militar no Brasil.

É gente que questiona o número de mortos, que ignora as torturas e até aqueles que afirmam, peremptoriamente: “a Ditadura nunca existiu!”

Mas o culto à ditadura não se trata de nenhuma catarse coletiva.

Não é que milhares, talvez milhões de pessoas passaram a fazer um revisionismo histórico para mudar a versão daquilo que, de fato, existiu.

Na verdade, essas pessoas sempre estiveram por aí.

Ao longo desses 55 anos de história, brasileiros de todas as tendências, gênero, raça, credo ou posição social, viviam numa espécie de limbo: acreditavam mesmo que a ditadura era uma invenção, mas calavam-se diante da vergonha que era defender atrocidades como a cometida contra o jornalista Wladimir Herzog.

Agora eles estão livres para gritar, estimulados por um presidente, que também foi militar durante a ditadura e que se acostumou a defender torturadores publicamente e fazer apologia das mortes do regime militar.

Com Jair Bolsonaro (PCdoB), essa horda de pessoas saiu das sombras para gritar, espernear e justificar os assassinatos, negar as torturas e apresentar novas versões para o golpe de 64.

A IMAGEM DO ASSASSINATO DE VLADIMIR HERZOG é o símbolo máximo da ditadura, que não respeitava quem questionasse seus métodos

Os argumentos são sempre os mesmos: “ah, meu avô disse que nunca teve problemas com os militares”; ou então “rapaz, ‘na revolução’, só quem apanhava dos militares eram os baderneiros, vagabundos”.

São discursos comuns de famílias tradicionais – pobres, ricas; pretas ou brancas – que seguiam a ordem unida determinada, baixavam a cabeça para o regime e colaboravam para evitar problemas.

É claro que esses sempre vão dizer que nada sofreram na ditadura. Nem tinham porque, colaboracionistas que eram.

Mas eles sempre estiveram aí, retraídos, sufocados, angustiados por não poder gritar o que pensavam, como camaleões a se adaptar a cada momento do Brasil, baixando a cabeça, aceitando, como fizeram durante a ditadura.

Agora gritam – como os evangélicos gritam, como os conservadores gritam, como os militares gritam – a plenos pulmões.

E até farão festas no próximo domingo, 31, em nome dos que mataram centenas.

É o momento deles no Brasil…

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A absurda comemoração de Jair Bolsonaro…

Presidente determina que se promova festas em alusão ao início do golpe militar do Brasil, numa atitude tão estúpida quanto sua defesa do coronel Ustra, durante o impeachment de Dilma

Por enquanto, a notícia tem ganhado pouca referência na mídia, a não ser por uma ou outra manifestação crítica.

Mas é isso mesmo: o capitão Jair Bolsonaro (PSL), atualmente no posto de presidente da República quer comemorar, em todo o país, no dia 31 de março, o golpe militar de 1964.

Atitude tão estúpida quanto sua defesa do coronel Brilhante Ustra – considerado o maior torturador do Brasil – durante o impeachment de Dilma Roussseff (PT),  a decisão de Bolsonaro tem um efeito simbólico quase tão cruel quanto a defesa do nazismo por um nazista ou do racismo por um branco.

Quem defende torturadores apoia a tortura; quem festeja a ditadura é também um ditador.

Por mais que esteja no comando do país, o chefe do governo brasileiro não tem direito de usar o poder para tentar forçar a nação a relembrar o que centenas, milhares ou talvez milhões de famílias precisam esquecer.

Não houve nada o que o Brasil possa comemorar em 1964; houve um golpe de estado, que levou muitos à morte e outros tantos ao desaparecimento ou à fuga do país.

Apenas pelas cenas que ilustram este post, esta data deveria passar em branco no país.

Ou melhor, deveria ser lembrada como um luto eterno.

Com todos de roupas negras pela triste memória…

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De como o Senado vetou o primeiro contrato entre Brasil e EUA para exploração de Alcântara

Assinado em 18 de abril de 2000 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, acordo de salvaguardas apontava diversos pontos de afronta à soberania nacional, e foi modificado nas diversas comissões da Câmara Federal, até ser definitivamente negado pelos senadores, em 2001

 

BASE DE ALCÂNTARA É COBIÇADA PELOS ESTADOS UNIDOS desde o início de sua implantação, ainda no início dos anos 80

A base de lançamentos de foguetes de Alcântara, no Maranhão, voltou a ser notícia após acordo celebrado entre os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), e o americano Donald Trump.

Mas o acordo de agora tem seu arcabouço definido num outro contrato de salvaguardas, que chegou a ser celebrado em 2000, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e derrubado no Senado, após diversas modificações de cláusulas consideradas afrontosas à soberania do Brasil.

O acordo de FHC começou a ser modificado ainda na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.

Em 12 de dezembro de 2000, o relator, deputado federal José Rocha, apresentou seu substitutivo, ressalvando, no artigo 3º do texto,  nada menos que os parágrafos 1.A, 1.B, 1.E, 1.F e 3.

Eram exatamente estes parágrafos que estabeleciam a afronta à soberania do Brasil, como a proibição de inspeção das chamadas “cargas úteis” e restrição ao acesso a veículos e equipamentos transportados pelos EUA.

Em 31 de outubro de 2001, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional aprovou o Decreto Legislativo nº 1.446-A, com os pontos modificados pelo relator José Rocha, suprimindo alterando os termos de afronta à soberania nacional. (Veja aqui)

DESLUMBRADO COM DONALD TRUMP, JAIR BOLSONARO já assinou acordo sobre Alcântara que ninguém viu até agora

Com tanta polêmica envolvida, o acordo foi arquivado definitivamente pelo Senado, já sob influência do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Este acordo Brasil/Estados Unidos foi, inclusive, tema dos relatórios do Wikileaks, que escandalizaram o mundo, a partir de 2011, com revelações de espionagem, interferência diplomática e imperialismo norte-americano em todos os países, aliados ou não.

O Wikileaks cita telegramas do diplomata americano Clifford Sobel, então então embaixador no Brasil, tentando pressionar a Ucrânia – que havia feito acordo de salvaguardas para uso de Alcântara – a boicotar o programa espacial e o avanço tecnológico no Brasil. (Veja aqui)

JULIAN ASSANGE, DO WIKILIEAKS, REFUGIADO EM LONDRES, revelou segredos que irritaram os EUA

Presidente do Wikileaks,  Julian Assange, vive hoje refugiado em uma embaixada do Equador em Londres, sob ameaça constante dos Estados Unidos.

Apesar de ainda restrito à área comercial – e embora ainda não divulgado em sua íntegra – o novo acordo, assinado em Washington pelo presidente Bolsonaro, tem como base o mesmo que foi rejeitado pelo Congresso Brasileiro, impondo cláusulas de proteção tecnológicas e de segredos militares.

Resta saber como se posicionará o novo Congresso Nacional.

Para o bem de Alcântara; e pela soberania brasileira…

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O importante papel de Carlos Brandão na transição maranhense…

Vice-governador ganha cada vez mais importância no contexto histórico da política como provável sucessor do governo comunista de Flávio Dino, responsável pelo fim do ciclo sarneysista no estado

 

Carlos Brandão está no lugar histórico onde todos queriam estar no Maranhão

Muitos não deram importância ao seu papel histórico no início de mandato do governador Flávio Dino (PCdoB) – inclusive este blog. (Relembre aqui e aqui)

À medida que os anos avançaram e o comunista consolidou sobre o ciclo sarneysista no Maranhão – mantendo-o como companheiro de chapa – o vice-governador Carlos Brandão (PRB) passou a ser visto como o perfil ideal para o pós-Sarney e o pós-Dino.

A guerra aberta desde 2010, com a disputa entre Dino e os Sarney, gerou um clima de radicalismo no Maranhão que perdurou por oito anos, perpassando as eleições de 2012, 2014, 2016 e 2018.

No ano passado, a reeleição do comunista teve o condão de encerrar historicamente o ciclo sarneysista, com a saída do ex-presidente, dos seus filhos Zequinha e Roseana e as famílias aliadas Murad e Lobão.

A partir daí, abriu-se novas perspectivas de poder – mas, com elas, também a tensão de uma nova guerra, desta vez dentro do próprio grupo agora encastelado no Palácio dos Leões.

E o vice-governador Carlos Brandão surge como opção de transição tranquila para o ciclo que se iniciará após a saída de Flávio Dino do governo – independentemente do destino do comunista.

Nenhum outro aliado de Flávio Dino reúne, hoje, as condições que Brandão apresenta – de conciliação, reunião de grupos e interlocução com todas as correntes políticas, de esquerda e de direita, governistas e oposicionistas.

E tem a vantagem adicional de estar no cargo exatamente no momento em que se definirá os competidores da eleição de 2022, quando Dino deixará o mandato para buscar seus novos caminhos.

Brandão passa a ser o perfil ideal para a história política do Maranhão pós-dicotomia Sarneysismo X Dinismo também porque ficará no posto de governador por um máximo de cinco anos, caso reeleito em 22.

Ainda que em 2026 comece uma nova guerra, com as novas lideranças políticas surgidas a partir de 2014 e 2018 – incluindo o próprio Flávio Dino – se digladiando pelo comando absoluto do poder no Maranhão.

Mas esta história se deixa para o momento adequado…

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2020 começa agora…

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Em discurso histórico, Arnaldo Melo fixa papel da Assembleia…

No mais importante pronunciamento da semana, ex-governador e ex-presidente da Casa relembra trajetória do parlamentar, ressalta a importância da renovação política e destaca a colaboração que os veteranos ainda podem dar ao estado

 

Arnaldo Melo na tribuna da Assembleia; ensinamento, humildade, aprendizado e história em um só tempo

O deputado Arnaldo Melo (MDB) fez na última quinta-feira, 7, o mais importante discurso da primeira semana de trabalho da Assembleia Legislativa.

Na condição de ex-presidente da Casa e ex-governador do Estado, o veterano fez questão de ressaltar seus cabelos brancos para, com humildade, pedir aos mais jovens que o acolhessem com “o instinto de colaborar”.

Citando os colegas Edivaldo Holanda (PTC) e José Gentil (PRB), que com ele já estiveram em outras legislaturas, Arnaldo discorreu sobre a história da Assembleia e seu papel na divisão do poder.

– Só tem governo forte se tiver Parlamento forte e diligente. Nós temos a incumbência maior que uma sociedade pode exigir que é elaborar, criar, excluir, extinguir as leis. Se nós somos a Casa das Leis temos todas as condições de direcionar o Poder deste Estado e deste país – analisou.

Demonstrando espírito de colaboração e unidade, o parlamentar pediu, humildemente, o apoio de todos os 41 colegas.

– Eu preciso da colaboração de V. Exªs. porque esta é uma Casa heterogênea, em que nenhum é maior ou menor do que o outro. As decisões são tomadas aqui de forma colegiada; e não é fácil convergir 42 interesses, uma vez que cada um de nós aqui traz o interesse das suas comunidades, dos seus representados. Conseguirmos criar este ambiente de convergência de forma pacífica é exatamente a força do Parlamento. E é com esse espírito que eu venho de alma desarmada, de espírito desarmado, sem qualquer tipo de pretensão maior do que fazer o meu trabalho legislativo – discursou.

O pronunciamento do ex-presidente da Casa foi acompanhado pela maioria dos novos e antigos parlamentares, muitos dos quais fizeram questão de endossá-lo com apartes.

Histórico

Fazendo um levantamento histórico do papel dos parlamentos nas democracias, Arnaldo Melo destacou o momento difícil pelo qual passa o legislativo brasileiro.

– O deputado, o parlamentar, seja o vereador, o deputado estadual, o federal ou senador, vive hoje um momento de dificuldade porque a sociedade, cansada, passou a nos exigir muito mais e exigir de nós inclusive posições e atitudes que não são próprias do parlamento – avaliou o parlamentar, lembrando que, essa pressão tem levado senadores, deputados e vereadores a mudar o foco e buscar carrear recursos e obras para suas bases, na tentativa e reverter a opinião crítica.

Melo ensina, no entanto, que a função precípua do legislativo é a elaboração de leis, a fiscalização delas e das ações do poder Executivo.

– Hoje o nosso eleitor, inconsciente, mas sedento de benefícios, passa a nos cobrar ações que são próprias do Poder Executivo, daí nós começamos a viver este conflito entre o Parlamento antigo e o Parlamento moderno. O que nós precisamos neste momento é ter muito cuidado porque é o Poder Legislativo que faz o peso e o contrapeso com os outros Poderes. O Poder Judiciário existe para analisar e para julgar os interesses da sociedade, o Poder Executivo, para aplicar corretamente os recursos arrecadados da comunidade ou da população. Neste tripé nós precisamos estar aqui para prestar o serviço a nossa comunidade – ensinou o parlamentar.

Após traçar a cronologia histórica do Poder Legislativo, estabelecer o papel do parlamentar e apontar problemas e soluções das Casas Legislativas Modernas, Arnaldo ouviu os apartes e encerrou seu discurso com lembrança ás suas bases.

Para os deputados que chegam, e os que já estão na Assembleia, foi uma aula do papel do deputado em toda sua essência…

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Sobre nomes e sobrenomes…

Enquanto Zé Inácio acrescenta o Lula em seu nome parlamentar oficial – numa demonstração de orgulho petista – Adriano retira o Sarney, o que gerou comentários nos bastidores da Assembleia

 

Zé Inácio decidiu acrescentar o “Lula” ao seu nome parlamentar, num gesto repetido por petistas em todo o país

Um fato curioso chamou a atenção na sessão solene de abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa, na tarde desta segunda-feira, 4.

Quem observou mais atentamente o painel eletrônico do plenário, pôde ver que o nome parlamentar do deputado Zé Inácio (PT) agora vem acrescido de um “Lula”.

Ou seja, o petista deve ser chamado agora pelo nome Zé Inácio Lula, como se pode ver no painel atrás dele.

Adriano Sarney agora usa apenas o Adriano como seu nome parlamentar, como mostra o painel da Assembleia

Por outro lado, o deputado Adriano decidiu suprimir o Sarney do sobrenome e agora assina apenas com o primeiro nome.

Neto do ex-presidente José Sarney, filho do ex-ministro e ex-deputado federal Sarney Filho, e sobrinho da ex-governadora Roseana Sarney, Adriano decidiu suprimir o sobrenome logo após as eleições de outubro, mas não há uma explicação oficial para isso.

A mudança ou mesmo a alteração dos nomes de personalidades ocorre, na maioria das vezes, por orientação de numerologistas e marqueteiros – mas há casos também relacionados à política.

Deve ser esse o caso dos dois deputados maranhenses…

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Sobre a crise na Venezuela…

Uma coisa é considerar o governo Nicolas Maduro nocivo ao seu povo, que deve ter dispositivos para, se quiser, livrar-se dele; outra, bem diferente, é um outro país conspirar um golpe, por mais nobres que sejam seus objetivos

 

A miséria impera na Venezuela; mas golpes internacionais só vão aumentar esta dor, que deve ser combatida pelo próprio povo

Editorial

O blog Marco Aurélio D’Eça sempre criticou o apoio das esquerdas brasileiras a ditaduras como as da Venezuela, de Cuba e da Coreia do Norte. (Releia aqui, aqui, aqui e aqui)

Não há nenhuma dúvida de que os sucessivos governos bolivarianos na Venezuela, começando por Hugo Chávez, até chegar a Nicolas Maduro, empobreceu o seu povo.

Mas este blog também sempre se posicionou criticamente às intervenções imperialistas, porque defende a autonomia dos povos e de sua cultura, seja ela qual for.

Trump lidera a pressão mundial contra o regime político de Nicolas Maduro; e hoje tem o Brasil amestrado

Nem os Estados Unidos, nem a Rússia, muito menos o Brasil têm o direito de conspirar internacionalmente para promover um golpe de estado, qualquer que seja o país.

E a autopromoção de Juan Guaidó ao governo venezuelano é um golpe, em todos os seus aspectos.

Até a data do golpe, 23 de janeiro, foi escolhida cirurgicamente, por representar um dia histórico para a Venezuela.

Se os Estados Unidos, a Colômbia ou o Brasil quisessem mesmo “salvar o povo venezuelano”, deveriam ter agido para impedir a reeleição de Maduro, que se mostrava eivada de irregularidades.

Jackson Lago e Hugo Chávez no Palácio dos Leões: recado pedetista e duras críticas deste blog

A situação no país vizinho pode ser comparada à relação Maranhão/Brasília.

O blog Marco Aurélio D’Eça é criticamente duro com o governo comunista de Flávio Dino; e entende que sua reeleição está manchada pela marca da corrupção e do abuso de poder.

Mas imagine o presidente Jair Bolsonaro, de repente, inventar um deputado, um prefeito ou mesmo um vereador qualquer para apear o comunista do poder?!?

Esta é a situação de hoje na Venezuela.

Uma espécie de golpe contra um golpe já consolidado…

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Terroristas e comunistas…

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Ecos da Deodoro: a histórica performance de Kátia Bogéa…

Presidente do Instituto Histórico e Artístico Nacional – órgão responsável pela obra – fez contundente discurso, com resgate político e rigor histórico de reconhecimento por São Luís

 

Ao lado de Edivaldo e autoridades do Iphan, Kátia Bogéa vistoria reviltalização da Praça do Panteon, no Complexo Deodoro

Avessa à política, sem filiação partidária e responsável direta pela revitalização histórico-urbanística da Praça Deodoro, a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, brilhou durante a entrega da obra, no último sábado, 22.

Diante de autoridades de todos os cacifes – governador, prefeito, ministros, deputados, secretários e vereadores – ela fez um contundente discurso, que chamou atenção de aliados pelo teor político-social de suas declarações.

Kátia Bogéa vive o Iphan desde a sua criação. Primeiro como comandante no Maranhão; depois, como chefe nacional do órgão.

Nem mesmo as ligações estreitas com o grupo Sarney tirou a importância de sua presença na obra; tanto que, pela primeira vez em anos e anos, uma obra do porte da Deodoro foi inaugurada sem a presença de um membro da família do ex-presidente.

E a presença de nada menos que três ministros do governo Michel Temer (MDB) fortalece seu prestígio pessoal.

A presidente do Iphan não tem filiação partidária, não milita politicamente, o que favorece seu perfil técnico, espécie de outsider.

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) deve indicar o novo presidente do Iphan assim que assumir o posto; e pode manter Kátia Bogéa no cargo.

O que só confirmará a importância histórica da maranhense…

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O nascimento de Jesus…

Ao contrário do que tentam impor as igrejas, equivocadamente, para contrapor o mercantilismo no Natal, o filho de Deus não nasceu em dezembro,  mas em abril, exatamente na época em que as próprias igrejas – também equivocadamente – lamentam a sua morte

 

As Igrejas – católica e evangélica – condenam o consumismo natalino estabelecido pela indústria cultural.

Mas cometem o mesmo crime ao tentar sacralizar a festa pagã, incentivando a ideia equivocada de que, no Natal, deve-se comemorar o nascimento de Jesus.

Tudo em nome do proselitismo religioso o que, em essência, acaba sendo também uma forma de consumismo – o mercantilismo da fé.

Natal nada tem a ver com o nascimento de Jesus. Jesus não nasceu em dezembro e muito menos no inverno, como mostra o relato de Lucas.

– A teoria mais forte atualmente é que a data tenha sido escolhida para se contrapor à principal festa religiosa dos romanos, do Sol Invencível, que se dava na noite do dia 24 – afirma Valeriano Santos Costa, diretor da faculdade de Teologia da PUC-SP.

Os historiadores mais respeitados e aceitos apontam o nascimento de Jesus no mês de abril.

Eles apontam também que o “salvador” nasceu em Nazaré, não em Belém, como impuseram os evangelistas Marcos e Lucas para conciliar a história do nazareno com o mito da profecia bíblica de Miquéias.

 – Mas tu, Belém-Efrata, embora sejas pequena entre os clãs de Judá, de ti virá para mim aquele que será o governante sobre Israel. Suas origens estão no passado distante, em tempos antigos – prega o profeta, no capítulo 5, verso 2 do seu livro (Entenda aqui)

Pesquisadores explicam, no entanto, que todas as narrativas do nascimento de Cristo não são contemporâneas a Jesus, mas escritas gerações depois de sua morte. E construídas para coincidir com as antigas profecias.

– As narrativas sobre o nascimento foram feitas três ou quatro gerações depois, quando as informações históricas e os testemunhos diretos já estavam perdidos – diz André Chevitarese, professor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos autores do livro “Jesus Histórico. Uma Brevíssima Introdução”, da Klíne Editora. (Saiba mais aqui)

Portanto, quando a igreja “comemora” a morte de Jesus, durante a semana santa – também por interesses meramente  proselitistas – deveria, na verdade, comemorar seu nascimento.

O Natal é uma festa criada pelos povos antigos para comemorar a chegada do Sol, após o inverno rigoroso. Os povos antigos o comemoravam no dia 25 de dezembro, data do nascimento do deus pagão Mitra.

Como a igreja necessitava de uma data para comemorar o nascimento do seu símbolo maior, apropriou-se do Natal, festa já muito popular e com cunho religioso por causa de Mitra.

Daí passou a impor como data de festa para Jesus.

Mas a única relação do Jesus com o Natal é o clima de paz, confraternização e alegria que marca a data. Coisa que também o símbolo do Papai Noel representa bem, para despeito das igrejas e dos anti-imperialistas.

Natal é só uma festa, uma época para se divertir, dançar, beber, brincar, se confraternizar, comprar, renovar a casa e sorrir – quer queiram ou não os puristas.

E por si só, já é a melhor época do ano.

É este o verdadeiro espírito do Natal…

Publicado originalmente em 24/12/2009

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O passo a passo da falência da previdência no governo Flávio Dino…

Desde 2016, este blog acompanha as informações e denúncias sobre os rombos promovidos pelo governador nos cofres do Fundo de Pensão e Aposentadoria do Estado, que culminaram agora, com a ameaça do comunista de não pagar aposentados em 2019

 

OS APOSENTADOS maranhenses poderão ficar a ver navios a partir de 2019

Acompanhe a sequência de posts do blog Marco Aurélio D’Eça, do início ao fim.

Em 4 de maio de 2016, o post “Andrea Murad garante: Flávio Dino já endividou em R$ 2 milhões o MA…“, apontava para o início da falência fiscal do estado sob o comando de Flávio Dino (PCdoB).

Entre as declarações da parlamentar, uma afirmação, que, à época, até chegou a passar despercebida. Leia abaixo o que disse Andrea:

O governador usou recursos do Fundo Estadual de Pensão e Aposentadoria e ainda do Fundo de Benefício de Servidores do Estado do Maranhão (FEPA). Parte desses recursos estava em um banco e foi transferido para a Caixa Econômica. O governo alega que a medida foi uma diversificação do investimento com o objetivo de proporcionar concorrência entre as duas instituições em busca de melhores rendimentos. Assim fica fácil a Caixa liberar o empréstimo ao governo. Os dois fundos são recursos dos servidores públicos do Estado. Agora eu volto a questionar: há a necessidade de usar recursos dos servidores para contrair empréstimo? Cadê a economia?”

 

Meses depois, em 6 de fevereiro de 2017, uma nova informação deste blog, no post “PIB do Maranhão despenca no governo Flávio Dino…” aponta o saldo negativo nos dois primeiros anos do governo comunista, e estabelece:

O resultado da queda do PIB maranhense mostra, no mínimo, a incapacidade do governo Flávio Dino de enfrentar uma crise como a do Brasil”.

 

Em 29 de agosto de 2017, o assunto FEPA vem à tona novamente, no post “‘Desvio da previdência é ilegal’, denuncia Eduardo Braide…”.

Braide retoma a denúncia feita mais de um ano antes por Andrea Murad, denuncia a manipulação do governador no conselho do fundo e anuncia que vai à Justiça para retomar R$ 29 milhões retirados do Fepa.

Relembre o que disse o deputado:

Isso é desconhecer as regras do Ministério da Previdência Social ou achar que está acima de qualquer regra. O próprio Ministério é claro ao estabelecer que o orçamento de regimes próprios de previdência social não poderá ser remanejado para custear outras despesas. Ou seja, deve ser aplicado exclusivamente ao pagamento dos benefícios previdenciários”

 

O ROMBO deixado por Flávio Dino no Fepa inviabilizou os aposentados maranhenses

O tempo continuou passando, nenhuma resposta da Justiça foi dada, o Ministério Público se manteve cego, surdo e mudo para o que ocorria no Maranhão e as retiradas continuaram.

Em 6 de julho de 2017, já em plena campanha eleitoral, este blog denuncia: “Governo Flávio Dino impôs rombo de R$ 600 milhões no fundo de aposentados do Maranhão…”.

Baseado em dados do próprio Portal da Transparência e dos relatórios do FEPA, o blog Marco Aurélio D’Eça revelou:

Quando iniciou o governo, em 2015, o comunista encontrou mais de R$1,1 bilhão nas contas do Fepa; de lá para cá, levou R$ 660 milhões e projeta arrancar outros R$ 200 milhões dos aposentados maranhenses”.

 

Por esta “ousadia”, o blog despertou a até então distante Justiça, que atendeu a pedido de Flávio Dino e impôs Direito de Resposta ao governador, publicado em 11 de outubro deste ano, com o comunista já reeleito. (Releia aqui)

Mas o texto da resposta, o presidente do Instituto de Previdência do Maranhão (Iprev), Joel Fernando Benin, já apontava os indícios de que a coisa não era assim tão boa como Dino tentava passar.

Até que nesta quinta-feira, 8, diante dos fatos cada vez mais claros e da pressão da mídia nacional por resposta sobre os riscos de atraso no salário do funcionalismo, o governo Flávio Dino vem a público para admitir a falência da previdência maranhense:

Ao explanar a proposta aos parlamentares, o subsecretário de Planejamento e Orçamento, Marcelo Duailibe, o secretário adjunto da pasta, Roberto Matos, e técnicos do órgão informaram que, atualmente, a Previdência estadual conta com apenas R$ 200 milhões em caixa. Mas a previsão de gastos com pensões e aposentadorias para o ano que vem é de R$ 2,4 bilhões”, revelou o jornal O EstadoMaranhão.

 

Diante do passo a passo relatado e das ações no período, este blog pergunta:

– Quem tinha razão, justiça maranhense???