Marco Aurélio D'Eça

Na concepção de estado do chefão comunista, é proibido pensar diferente dele. Jornalistas, intelectuais e até políticos são obrigados a seguir sua cartilha, ordenada como numa mesa de júri. E até pesquisas eleitorais que não o agradam são proibidas por seus tentáculos judiciais.A imagem de ditador começa a ganhar corpo em sua personalidade

Autoritário, Dino age como quem sentencia

Tido como arrogante e autoritário, o chefão comunista Flávio Dino – ex-juiz federal – resolveu fazer campanha para o Governo do Estado como se desse uma sentença, obrigando todos a se curvar diante dos seus atos.

E quem ousa discordar de sua postura é levado às barras dos tribunais.

Processar jornalistas, impedir o direito de expressão e de pensamento e perseguir os que não gostam do seu jeito de agir é a forma como ele tem feito a sua campanha.

Para Flávio Dino, é proibido discordar de seus pensamentos, de suas ideias, do seu estilo de vida.

O chefão não admite pensamento contrário

Os processos contra quem ousa posicionar-se contra o ex-juiz federal, acostumado a mandar e a dar ordens, pululam na justiça comum e na eleitoral.

E, conhecedor dos meandros do Poder Judiciário, da mesma forma como ele persegue jornalistas – são mais de 30 ações contra rádios, blogs, jornais e jornalistas – ele se esconde de quem quer levá-lo às barras da Justiça, como no caso da ação por calúnia movida por Ricardo Murad.

E agora, até as pesquisas – que seus próprios aliados divulgavam quase toda semana – ele resolveu proibir por que não o agradam mais, como ocorreu com a de O Imparcial, prevista para este fim de semana.

O chefão detesta ser chamado de autoritário, mas não faz um gesto sequer que desminta esta pecha.

Este é o Flávio Dino que se apresenta para comandar os destinos do povo maranhense.

Mas quem conhece Flávio Dino…

PSDB realiza seu encontro para definição de candidatos em Imperatriz; Solidariedade vai a Pedreiras e o PROS realizará convenção em Bacabal. A estratégia dos aliados do chefão é se esconder do desgaste da gestão do prefeito Edivaldo Júnior (PTC)

O chefão comunista Flávio Dino tem dado sinais cada vez mais claros de que quer evitar que o desgaste da gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, em São Luís, atinja sua campanha ao governo.

Os  principais partidos que compõem a chapa dinista optaram por realizar convenções no interior, escondidos das cobranças dos ludovicenses, que veem no comunista o principal responsável pela eleição de Holandinha.

Aliados de Flávio Dino estarão todos no interior

Até o PSDB, uma dos maiores partidos de São Luís – e que tem em seus quadros o ex-prefeito da capital, João Castelo – optou por realizar em Imperatriz o encontro que definirá sua posição eleitoral.

A posição tucana é mais uma humilhação a Castelo, que já teve a candidatura ao Senado desautorizada pela cúpula partidária, mas ainda insiste em disputar a convenção.

Também realizam convenção no interior o PROS e o Solidariedade, o tal SDD.

O Pros vai se reunir em Bacabal, terra do seu dono, o deputado federal Zé Vieira. Já o Solidariedade optou por Pedreiras, terra do deputado federal Simplício Araújo, mesmo tendo em seus quadros o ex-vice-prefeito de São Luís, Domingos Dutra.

Ao contrário dos aliados de Flávio Dino, os partidos que apoiam Lobão Filho (PMDB) realizam convenção na capital maranhense, prestigiando o eleitor do maior colégio eleitoral do estado.

A exemplo do PRB, que, sob a liderança do deputado federal Cléber Verde, fará grande festa com a militância  hoje, a partir das 14 horas, no Rio Poty Hotel.

Mas esta é uma outra história…

Eliziane: angústia mais cedo do que se esperava

A ameaça do PPS de voltar a discutir uma candidatura própria parece ter razão de ser no desespero da deputada Eliziane Gama em encontrar uma saída para sua eleição de deputada federal.

A deputada sabe que não conseguirá se eleger em disputa com João Castelo (PSDB), José Reinaldo Tavares (PSB), Domingos Dutra (SDD), Waldir Maranhão (PP), Rubens Pereira Júnior (PCdoB), Weverton Rocha (PDT), Luana Alves (PSB), Deoclides Macêdo (PDT) e outros figurões da coligação comunista.

E tenta forçar Dino a montar uma “chapinha” para aumentar suas chances.

De acordo com projeção publicada  hoje no blog de Gilberto Léda, a provável entrada do ex-prefeito João Castelo na disputa de deputado federal tornam praticamente nulas as chances de Eliziane na disputa. (Leia aqui)

Talvez aí se explique o anúncio da tentativa do PPS de ameaçar retomar a candidatura própria ao governo.

Seria uma espécie de chantagem ao chefão comunista, uma tentativa de emparedá-lo.

Acontece que a situação vivida pela deputada foi criada por ela própria – e por seus inteligentíssimos aliados do PPS.

E seu desespero é a consequência mais imediata do erro cometido.

Mas haverá outras, certamente…

Weverton: posição firmada, mesmo após traição

A decisão do PDT, de permanecer atrelado ao projeto pessoal de  poder encarnado pelo chefão comunista Flávio Dino, acaba sendo uma lição de moral no próprio Flávio Dino.

O comunista tem se notabilizado pela falta de palavra, pelo descumprimento de acordos assumidos e pela incoerência nas suas alianças eleitorais.

Traído por Dino, o PDT poderia seguir qualquer outro caminho eleitoral e estaria com toda razão para tomar a decisão.

Os pedetistas e Honaiser, o vice rejeitado

– Mostramos que temos lado – resumiu o deputado federal Weverton Rocha.

Mesmo que o lado escolhido seja o lado da falta de palavra, do não cumprimento de acordos e da incoerência nas alianças, o PDT continuará neste lado, segundo reafirmado em encontro.

E depois do resultado das eleições, o Dino não poderá acusar ninguém por uma eventual derrota.

Afinal, tudo o que ele quis dos aliados, ele teve.

Simples assim…

O chefão com Eliziane: só promessas

O PPS não é o único a reclamar que o chefão comunista Flávio Dino tem o hábito de prometer uma coisa e fazer outra após conquistar o que quer.

Já sentiram na pele o peso desta sua característica o PDT, o PSDB, o ex-governador Jackson Lago (PDT) e até a presidente Dilma Rousseff (PT).

Desafetos e ex-aliados usam, inclusive, uma frase para definir este traço da personalidade do chefão: “quem conhece Flávio, não vota em Flávio”.

Para um homem público se consolidar como liderança respeitável, ele precisa ter, acima de qualquer coisa, a garantia da palavra empenhada.

Weverton: outro que acreditou nas promessas do chefão

E Flávio Dino tem dificultado nos próprios aliados a compreensão de que é cumpridor de acordos, que honra os seus compromissos e coloca acima de tudo a palavra dada.

O PPS, o PDT, a presidente Dilma e outros políticos mostram que não é esta a postura do chefão.

A falta de palavra de Flávio Dino tem gerado, inclusive, a desconfiança em lideranças políticas do interior.

Dino até hoje não honrou compromisso sequer com os seus eleitores.

Até o “atrasado” Castelo recebeu afagos

Para tentar se eleger em 2008, chamou João Castelo de “exemplo do atraso” e, dois anos depois, estava abraçado com o mesmo João Castelo.

Foi aliado de Jackson Lago em 2006, o defendeu no processo de cassação e, quatro anos depois tentava, ele próprio, ocupar o lugar do ex-governador, espalhando no interior que o pedetista não poderia ser candidato.

Se ele não cumpre a palavra nem com o eleitor, como cumprirá com eventuais aliados?

Esta é a pergunta que já ganha corpo entre os oposicionistas…

Embora o ex-presidente José Sarney (PMDB) ainda não tenha decidido se disputará ou não as eleições deste ano, a cúpula do PT nacional já decidiu que o apoiará em uma nova disputa pelo Senado.

A decisão já foi comunicada ao próprio Sarney pelo também ex-presidente Lula, que enquadrou o PT do Amapá e encaminhou a posição de apoio ao peemedebista.

A princípio, o PT do Amapá lançaria a vice-governadora Dora Nascimento para o Senado. Em encontro no último sábado, o partido também havia decidido apoiar a reeleição do governador Camilo Capiberibe (PSB).

Lula, no entanto, já determinou o apoio ao candidato do PDT ao governo, Valdez Góes.

Os próprios petistas do Amapá já reconhecem que a decisão nacional pesará na definição da política de alianças no estado.

Sarney ainda não decidiu se sai candidato ou encerra a trajetória política…