Marco Aurélio D'Eça

Tucanos maranhenses: porquê aguardar o PMDB?

Teve forte repercussão as críticas deste blog ao PSDB maranhense – repercutidas também em outros setores da imprensa – devido a pouca importância  da legenda nas eleições deste ano.

Tucanos de todas as plumagens tentaram dar um verniz de protagonista ao partido, em notas e declarações à imprensa.

O presidente da legenda, deputado Carlos Brandão, até emitiu nota, rea

– A estratégia política do PSDB do Maranhão está traçada e, quando for o momento certo, anunciaremos – afirmou o parlamentar.

Estranhamente, porém, os  tucanos dizem aguardar a definição do PMDB sobre candidaturas majoritárias para, só então, tomarem decisão.

– Se o cenário político em nosso estado é o de expectativa quanto aos rumos do PMDB, que somente será oficializado a partir de abril, por que seria interessante ao nosso partido apontar nossas estratégias? – justificou Brandão.

Embora o PMDB nem esteja no arco de alianças do tucanato.

Pelo menos até agora…

Roseana com sua base: conversas ficaram cada vez mais raras

Um dos motivos que levaram o grupo da governadora Roseana Sarney (PMDB) a enfrentar dificuldades na definição da chapa majoritária com a qual pretende disputar as eleições de outubro é a antipatia da própria Roseana à articulação política.

Bastava poucas horas de conversa da governadora – ou das lideranças do grupo – com  alguns deputados estaduais, para que ela compreendesse exatamente o que se passa na Assembleia Legislativa.

Até agora, Roseana, o senador José Sarney e seus aliados mais próximos só têm como interlocutor na Assembleia o próprio presidente da Casa, deputado Arnaldo Melo (PMDB).

E é claro que, legitimamente, Melo só dirá a eles o que for do seu interesse.

Se conversasse com os líderes de bancada, um ou outro deputado isolado, Roseana poderia saber, por exemplo, que história é essa de um tal acordo condicionando a escolha de Washington Oliveira para o TCE à indicação, por parte da Assembleia, do eventual governador indireto.

Roseana também poderia saber, conversando diretamente com os deputados, se existe mesmo o fechamento de questão em torno de eventual eleição indireta de Arnaldo Melo.

Mas o problema é que, desinteressada da vaga de candidata ao Senado, Roseana pouca importância dá às conversas com os membros de sua bancada.

E o tempo foi passando, até chegar a um ponto de quase não-retorno.

E deu no que deu…

Humberto Coutinho: franca recuperação

O ex-prefeito e ex-deputado estadual Humberto Coutinho (PDT) sempre foi um líder político corajoso e audaz.

E surpreende mais uma vez nesta etapa da vida, após o sofrimento do diagnóstico de um câncer.

Desde o ano passado, Coutinho enfrenta a doença com a mesma coragem que sempre enfrentou as lides políticas. E está vencendo.

Tanto que já até anuncia a possibilidade de retomar a carreira política, disputando vaga na Assembleia Legislativa, projeto interrompido justamente por causa da doença.

Em recuperação das sessões de tratamento, e ainda em São Paulo, o ex-deputado tem falado muito sobre política, e demonstra vontade de voltar à disputa eleitoral, segundo revelou o blog de Gilberto Léda.

Coutinho é uma das principais peças na articulação do candidato comunista ao governo Flávio Dino, e consegue reunir em torno de si prefeitos de várias regiões do estado.

Sua eventual volta à batalha eleitoral é, sem dúvida, um importante reforço à campanha do PCdoB.

E muda, inclusive, as projeções eleitorais do próprio PDT.

É aguardar e conferir…

Se os deputados insistirem num tal acordo que prevê para a Assembleia a vaga de governador indireto, presidente da Casa pode levar o grupo, involuntariamente, a uma derrota histórica nas eleições de outubro. Por isso as conversas se intensificaram nos últimos dias, envolvendo, inclusive, lideranças de peso do grupo Sarney

Roseana e Arnaldo Melo: em busca do entendimento

Ninguém pode acusar o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), de ter causado esta situação política que o grupo da governadora Roseana Sarney (PMDB) enfrenta hoje.

Não, a culpa definitivamente não é dele! É das contingências políticas resultantes de outras articulações.

Mas todos no grupo têm convicção – inclusive o próprio Arnaldo Melo – de que a eventual vitória nas eleições depende do deputado, da sua grandeza e do seu desprendimento.

E foi por isso que o grupo tem mobilizado suas principais lideranças a conversar com ele, incluindo aí o ex-presidente José Sarney.

Há duas questões em jogo.

A primeira: Roseana Sarney não quer ser mesmo candidata a senadora, e só admite disputar o cargo – agora reforçada com pesquisas que lhe apontam  na dianteira – se conseguir eleger o secretário Luis Fernando Silva (PMDB) indiretamente na Assembleia.

A segunda: exatamente para eleger Luis Fernando é que o grupo precisa do desprendimento de Arnaldo Melo; de sua grandeza política e experiência parlamentar para compreender que seu desejo pessoal de ser governador pode inviabilizar o projeto coletivo do grupo.

E levar a uma derrota histórica.

José Sarney respeita Arnaldo Melo, percebe a sua grandeza política, por isso o procurou.

Segundo apurou o blog, o presidente da Assembleia mostrou-se compreensivo com Sarney, mas disse existir um acordo entre os deputados segundo o qual, para eleger Washington Oliveira para o TCE, a Casa garantiria a vaga de governador indireto.

E é este acordo – dos deputados – que Arnaldo mostra-se relutante em quebrar, devido à pressão dos próprios colegas.

Mas na conversa com o ex-presidente, o próprio Melo reconheceu a delicadeza do momento político e da importância da unidade para fortalecimento do projeto do grupo nas eleições de outubro: eleger governador e senador.

Por isso ele aceitou o convite da governadora Roseana Sarney para jantar.

Mas esta é uma outra história…

Para desistir da pretensão de disputar o Senado, deputado impôs a inclusão de Núbia Dutra na chapa. O problema é que a vaga teria sido oferecida também ao ex-presidente do PPS, Paulo Matos

E todos ficaram felizes com a solução para o Senado, cada um com seus interesses pessoais: o chefão, o rei, o príncípe e até o bobo..

Não foi pelos belos olhos de Roberto Rocha (PSB) – e muito menos pelo projeto de mudança do Maranhão – que o deputado federal Domingos Dutra (PT) decidiu renunciar à pretensão de ser candidato a senador para apoiar a candidatura do vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB).

Na verdade, Dutra deverá indicar a própria mulher, Núbia Dutra, para a suplência de Rocha, segundo apurou este blog.

O parlamentar sabe ter poucas chances de reeleição em outubro. Tentou viabilizar a mulher candidata a deputada estadual, mas também com poucas chances de sucesso.

Foi então que viu na possibilidade de recuar em favor de Rocha uma chance de manter projeto de poder.

O problema é que – ainda segundo apurou o blog – a mesma vaga teria sido oferecida por Roberto Rocha ao ex-presidente do PPS, Paulo Matos, motivo pelo qual o pepessista tem defendido o apoio do partido ao socialista.

Agora é esperar como será resolvida a situação.

E é assim pretendem fazer a mudança no Maranhão…

Danísio Marabuco, fritado por Dino a pedido dos Leitoa

O vice-prefeito de Timon, Danísio Marabuco (PCdoB), fazia campanha eleitoral para deputado estadual até ontem.

Tinha, inclusive, bom desempenho nas pesquisas de intenção de votos.

Nem sabia, portanto, que sua candidatura já tinha sido negociada pelo chefão comunista Flávio Dino, em nome dos seus interesses eleitorais.

Dino negociou a retirada da candidatura do aliado comunista na fatídica hospedagem no Metropolitan Hotel, de Teresina (PI), ainda no mês de fevereiro.

Foi a condição imposta pelo grupo do ex-prefeito Chico leitoa (PDT) para que o prefeito Luciano Leitoa (PSB) apoiasse a candidatura do próprio Dino ao governo.

Flávio Dino com os leitoa e João da Gráfica, presidente do PCdoB

O curioso é que, negociado pelo chefão desde fevereiro, Marabuco ainda não havia sido comunicado pelo PCdoB.

Acabou sabendo pela imprensa.

E foi exatamente isto que irritou tanto Flávio Dino ontem. Ele tentava explicar sua presença no Metropolitan sem ter que revelar a fritura da candidatura de um aliado.

Por isso tentou se fazer de vítima mais uma vez, dizendo-se vítima de espionagem.

O problema é que não houve espionagem alguma, mas apenas a revelação do acordo por aliados do próprio prefeito Luciano Leitoa.

E assim, fica cada vez mais polêmica a fatídica estada de Flávio Dino em Teresina.

Quando ele esclarece uma coisa, tem que explicar outra…