Marco Aurélio D'Eça

Terceiro nome a ocupar SMTT, Rogério também não conseguiu se consolidar

Fritado há mais de um mês pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) – que só não o demitiu na semana passada por que a história vazou na imprensa – o secretário de Trânsito e Transporte, Carlos Rogério Araújo pode ter dado adeus ao cargo com a patacoada de sua equipe no episódio do “Pirata da Litorânea”.

E já existe até disputa pelo comando da pasta.

Um grupo de vereadores defende abertamente a indicação do ex-secretário Canindé Barros, que conta também com a simpatia do pai do prefeito, o ex-deputado Edivaldo Júnior.

Mas o PDT e o PSB também brigam pela vaga.

Os pedetistas querem indicar o também ex-secretário Jerry Abrantes, hoje na assessoria especial do prefeito, à espera da criação de uma tal Secretaria do Trabalho, que nunca foi levada a termo.

Este blog não conseguiu identificar o nome preferido do PSB, mas o vice-prefeito Roberto Rocha já mostrou interesse pela pasta.

O fato é que, se ficar no cargo – como vem tentando – Carlos Rogério ficará como já estão outros secretários da gestão Holandinha.

Sem comando algum na própria pasta…

A prefeitura errou ao retirar o Pirata do lugar onde ele estava – apenas para atender a um promotor, sem o devido processo legal – e erra de novo ao dar a ele benefícios sociais que nega a outras milhares de pessoas nas mesmas condições. Este é o resultado de um governo fraco, desarticulado e submisso. Que se preocupa apenas em posar para repercussão midiática

(Foto: Gutemberg Araújo jr/Reprodução Facebook)

Depois da repercussão negativa de suas ações intempestivas, com grandes críticas à Prefeitura de São Luís, a Semcas pronunciou-se a respeito do caso do “Pirata da Litorânea”.

Assim, os secretários  Andréia Lauande (Semcas) e Lula Fylho (Setur) se deslocaram para a Litorânea e conversaram com o Pirata, deliberando uma série de soluções para a situação do homem (leia mais aqui).

O desfecho não poderia ter sido pior:  falsa filantropia  vendida à mídia como ação sincera.

O dono do fusca apreendido teve a sorte de contar com o apoio e a consternação de tantas pessoas nas redes sociais. Não fosse isto, dificilmente ele teria um “final feliz”.

Porém, o que aconteceu a ele, pode ser com qualquer morador de rua da cidade.

A “boa” ação da prefeitura foi um erro maior do que o de retirá-lo de lá apenas para atender ao promotor Cláudio Guimarães

E sem nenhuma ação judicial para tanto…

O Ministério Público faz recomendações a órgãos públicos no intuito de regularizar algum tipo de situação que fere a lei. Assim, o MP maranhense já fez muitas vezes com a prefeitura.

Em relação ao caso do Pirata, o MP recomendou à prefeitura que fosse retirado do local o fusca no qual este morava há 03 anos. Como afirmou anteriormente este blog, foi uma recomendação e não uma determinação, portanto a SMTT poderia muito bem não ter dado ouvidos ao promotor.

Contudo, caso não acatasse a decisão, poderia responder por improbidade administrativa.

Ok. Até aí tudo bem.

A prefeitura se preocupou em cumprir a recomendação para não responder na justiça, fez algo de acordo com a lei, apesar de deveras triste.

Já que a prefeitura cumpre tão bem recomendações do Ministério Público, vamos às seguintes questões:

A mais importante delas é em relação aos vários ônibus velhos e sucateados da capital.

Tanto o promotor Cláudio Guimarães quanto a SMTT não dão a mínima para a fiscalização disso, que é uma das maiores imoralidades vividas pelo cidadão de São Luís: ônibus que não atendem ao contingente populacional e, por isso, trafegam com a capacidade acima do normal.

Estas são algumas das tantas situações ridículas vividas pelo ludovicense no trânsito de São Luís.

Além da SMTT, a secretaria municipal de Saúde acaba entrando na roda de discussão.

A primeira porque já recebeu várias recomendações do MP para que resolvesse o problema da falta de medicamentos, comida, equipamentos e materiais de consumo no Socorrão II. A saúde, como todos sabem, é um grave problema da capital.

Então, se a prefeitura é cumpridora de seus deveres, porque não fez aquilo que foi recomendado? E mais, porque a mesma secretaria não responde por improbidade administrativa?

Nas redes sociais, campanhas imperam e muitos fogem da razão e não sabem quem de fato acusar, mas tudo isto é fruto, ainda que inscientemente, da sensação de inoperância de alguns setores da prefeitura.

Querem cumprir a lei? Pois que seja na íntegra, naquilo que mais interessa ao bem estar público. Do contrário acaba, sim, virando injustiça, por mais que se esteja cumprindo a lei.