Marco Aurélio D'Eça

Edivaldo pai: projeto para eleger federais e estaduais

Já é decisão interna e oficial do PTC: o partido não formará com o PCdoB nenhuma coligação – majoritária ou proporcional – para as eleições de 2014.

Independentemente do posicionamento pessoal do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, o PTC sairá com sua própria chapa de candidatos a deputado federal e estadual.

E para elege-los, decidiu lançar chapa pura, ainda que sem candidato majoritário.

A decisão foi tomada ainda no ano passado pelo presidente estadual da legenda, ex-deputado Edivaldo Holanda, pai do prefeito.

Apesar da decisão pessoal de Holandinha de garantir o apoio à candidatura de Flávio Dino, Holandão não quer ver o partido oficialmente na coligação.

E a argumentação de que precisa liberdade para eleger seus deputados veio a calhar diante dos cenários que se desenham.

E não deixa de ser uma vitória sobre o chefão comunista…

Blog pesquisou todas as páginas oferecidas pelo Google para o termo “Coletivo de Advogados em Direitos Humanos”,  e as 63 referências exibidas tratam apenas da ação contra a governadora Roseana Sarney, o que leva a crer que grupo foi criado especificamente para o caso

Google: Coletivo existe apenas a partir de impeachment

Não há qualquer referência histórica – nem mesmo nos sites relacionados à Ordem dos Advogados do Brasil – ao tal “Coletivo de [oito]Advogados em Direitos Humanos”, que protocolou ontem na Assembleia Legislativa um pedido de impeachment contra a governadora Roseana Sarney (PMDB).

O buscador Google ofereceu sete páginas de resultados ao termo “Coletivo de Advogados em Direitos Humanos”; todos eles referentes ao assunto envolvendo Roseana, como mostra o print ao lado.

Não há nenhum outro tipo de ação registrada pelo grupo, formado por sete advogados paulistas e um filiado à OAB de Açailândia.

Principal articulador do grupo, Rubens Glezer, é comentarista jurídico do jornal O Estado de S. Paulo, que faz campanha anti-Sarney há pelo menos cinco anos – e também é articulista da Folha de S. Paulo. (Leia aqui)

Aliado de Flávio Dino ciceroenou paulistões na Assembleia

Os dois jornalões assumiram para si a campanha que Flávio Dino move contra o Maranhão.

Desde anteontem, quando surgiu a informação de que os advogados estavam articulando o pedido de impeachment, começaram a ser levantadas as suspeitas de que estavam agindo em nome do chefão comunista Flávio Dino, que tenta, de uma forma ou de outra, afastar a governadora Roseana Sarney – usando até a própria família para isso. (Relembre aqui)

A única referência histórica do tal “Coletivo” foi dada pelo próprio jornalista que primeiro trouxe a notícia do Impeachment, Leonardo Sakamoto, do site UOL, do grupo Folha:

– O Coletivo de Advogados em Direitos Humanos (Cadhu) é uma articulação composta por advogados e profissionais que procuram promover os direitos humanos em ações estratégicas de grande impacto. Toda a sua atuação é feita de forma pro bono. Criado em 2013, congrega advogados experientes na defesa de direitos humanos e conta, hoje, com mais de 20 colaboradores – disse o jornalista.

É estranho que o grupo não tenha realizado nenhuma outra ação antes deste pedido de Impeachment…

Rubens Glezer, em sua bancada no Estadão

O advogado Rubens Eduardo Glezer, articulador do tal “Coletivo de Advogados em Direitos Humanos”, usado pelo chefão comunista Flávio Dino para gerar fatos nacionais contra a governadora Roseana Sarney (PMDB), é um dos principais comentaristas jurídicos do jornal O Estado de S. Paulo.

A revelação é do blog Atual 7.

O Estadão faz campanha anti-Sarney há pelo menos cinco anos, e abraçou a tentativa de fazer de Dino o governador do Maranhão.

Curiosamente, Glezer não assinou o pedido de Impeachment – que tem assinatura de sete advogados, todos paulistas, e mais um maranhense, ligado ao PSol.

Mas é o articulista do Estadão quem dá as entrevistas em nome do tal coletivo, como pode ser lido aqui.

Os advogados foram recebidos no Maranhão por aliados de Flávio Dino, como o deputado Othelino Neto (PCdoB), que se reuniu com eles durante toda a manhã em seu gabinete na Assembleia.

Sem qualquer razão de ser, o Impeachment deverá ser arquivado na Assembleia, mas já alcançou o objetivo traçado por Flávio Dino e seus aliados no Estadão e na Folha:

Gerar notícias ruins contra o Maranhão em âmbito nacional…

Vice-prefeito de Grajaú, Abimael Neto declarou apoio a candidatura de Luis Fernando, já apoiado também por quatro dos cinco prefeitos eleitos pelo PCdoB. O secretário tem ainda o apoio de todas as alas políticas de Grajaú, incluindo os ex-prefeitos Mercial Arruda e Milton Gomes

Abimael discursa entusiasmado com apoio ao candidato Luis Fernando Silva, que se faz acompanhar de Sebastião Madeira

O vice-prefeito de Grajaú, Abimael Neto (PCdoB), declarou esta semana apoio à candidatura do secretário Luis Fernando Silva (PMDB).

Luis Fernando foi recebido pelo prefeito Capitão Otsuka (PT), que reafirmou apoio do seu grupo ao peemedebista. Foi quando o vice comunista pediu a palavra:

– Na condição de vice-prefeito de Grajaú, na condição de cidadão grajauense [quero] dizer para Vossa Excelência que aqui em Grajaú Vossa Excelência tem um grupo de amigos, um grupo de políticos forte, um grupo coeso, que é o nosso grupo. Ouvindo as palavras do prefeito Madeira lá na casa do deputado Antonio Pereira, em Imperatriz, na confraternização de fim de ano, ele disse que, para se ganhar uma política, tem que ter povo e isso o nosso grupo tem secretário Luis Fernando – disse Neto.

Desde que foi apresentado como pré-candidato do PMDB ao governo, em julho, Luis Fernando vem recebendo cada vez mais adesões de membros do PCdoB e de outros partidos de oposição.

Quatro dos cinco prefeitos eleito pelo partido já deixaram claro que apoiarão o peemedebista, mesmo tendo o chefão comunsita Flávio Dino como candidato.

Luis Fernando ao lado de Otsuka e Abimael. Atrás aparece Mercial Arruda; e ao lado direito Milton Gomes

Em Grajaú, Luis Fernando reuniu todas as alas políticas.

Além do comunista Abimael Neto, esteve na casa do prefeito Otsuka o ex-prefeito Milton Gomes, que faz oposição à atual administração, mas apoia Luis Fernando. Mais cedo, o secretário reuniu-se com o também ex-prefeito Mercial Arruda.

O prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB), participou de toda a programação na região de Grajaú…

Deputado Othelino Neto, do PCdoB, recebe advogados de São Paulo em seu gabinete antes de eles darem entrada no pedido de afastamento da governadora, numa prova de que as ações são articuladas por Flávio Dino com mero interesse eleitoral

Indicado pela seta, Othelino tenta se manter discreto antes do protocolo da ação; à frente, em destaque, Murilo Morelli, de São Paulo

Agora já não tem mais como o chefão comunista Flávio Dino negar que esteja mesmo atuando em várias frentes para tentar afastar, com interesses meramente eleitoreiros, a governadora Roseana Sarney (PMDB).

Os advogados paulistas que resolveram – de uma hora para outra – dar entrada em um pedido de impeachment de Roseana na Assembleia Legislativa, articulam as ações com o grupo do próprio Flávio Dino.

E o interesse é meramente eleitoral.

Na foto, exclusiva do blog, os advogados articulados por Flávio Dino aparecem ao lado de Othelino Neto, após deixar o seu gabinete em direção ao protocolo da Assembleia.

Uma prova evidente que agem articulados politicamente.

Mesmo à frente nas pesquisas de opinião, o chefão comunista sabe que não tem condições políticas de sustentar a liderança até as eleições. E força a barra para afastar Roseana e facilitar seu caminho eleitoral.

E não se incomoda em usar nem mesmo a família para isso.

Rodrigo Janot e o irmão de Flávio, Nicolao; primeira tentativa foi com eles

Na semana passada, Dino deu declarações ao jornal Folha de S. Paulo pregando a intervenção federal no Maranhão. Logo depois, a mesma imprensa sulista anunciou que um pedido de intervenção já estava na mesa do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Mas ninguém contou que Janot é um aliado do irmão de Flávio Dino, o também procurador Nicolao Dino, que atua como secretário de articulação parlamentar na PGR. (Releia aqui)

Desmoralizado com a revelação de que usa o irmão para interesses eleitorais, o chefão comunista tenta usar agora outra frente, desta vez com seus aliados políticos.

Mais uma vez, porém, é desmoralizado em suas pretensões meramente eleitoreiras…