Marco Aurélio D'Eça

Márcio Jerry à espreita: Eliziane é o alvo

Agora presidente do PCdoB maranhense, o secretário municipal de Comunicação, Márcio Jerry, iniciou uma missão imediata para fortalecer o palanque do candidato comunista Flávio Dino.

Ele está trabalhando desde sexta-feira na tentativa de cooptação da deputada Eliziane Gama (PPS) para as hostes comunistas.

Já manteve contatos com dirigentes do PPS e, dizem, até com a própria Eliziane, que, por enquanto, mantém firme o propósito de ser candidata ao Governo do Estado.

O objetivo de Márcio Jerry como homem da negociação política de Flávio Dino é unificar toda a base oposicionista.

Ele aposta no esvaziamento da candidatura de Eliziane após a ida de Marina Silva para o PSB – e, principalmente, com a decisão do presidente estadual do PSDB, Carlos Brandão, de aceitar ser o vice de Flávio.

Eliziane Gama ainda luta, mas se vê cada vez mais só

Eliziane resiste, mas sua situação não é fácil.

Sozinha, sem uma aliança que garanta estrutura mínima de campanha, a deputada dificilmente terá condições de manter a candidatura ao governo.

Os partidos que ela tentou, da oposição ou do governo, todos já estão fechados – com Dino, ou com Luis Fernando Silva. Sobraria exatamente o PSDB, que, no entanto, não vê quadros no PPS capazes de garantir a reeleição de sua bancada na Câmara e na Assembleia.

Para o bem ou para o mal, a aliança com o PCdoB renderia à deputada, em última análise, no mínimo, a garantia de uma eleição pra a Câmara Federal.

O problema é que, depois, ela não teria o que fazer além da Câmara, já que o PCdoB deve manter o apoio ao prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PTC), em 2016.

A menos que…

O PMDB maranhense vai requerer na Justiça Eleitoral o mandato dos deputados que deixaram a legenda em busca de novo partido para disputar a reeleição.

O presidente peemedebista no Maranhão, senador João Alberto de Souza, disse que não há como deixar de cumprir a Resolução do diretório nacional, que determinou ações pelo mandato de quem deixar o partido.

Stênio Rezende e Max Barros: desfiliação concretizada

Saíram do PMDB os deputados Stênio Rezende, Max Barros e Fábio Braga, embora apenas Braga tenha anunciado novo partido, o PTdoB.

Fábio Braga: já no PTdoB

Segundo os registros do Tribunal Superior Eleitoral, Barros está desfiliado desde 30 de setembro.

A desfiliação de Rezende é ainda mais antiga, de 30 de junho, o que, em tese, tornaria inóqua uma ação partidária contra o seu mandato.

Segundo João Alberto, a Resolução do PMDB é clara quanto à exigência de pedir na Justiça o mandato dos “infiéis”.

Nem Max, nem Rezende anunciaram o novo partido…

Gastão, em foto de 2009, com Sarney e Roseana

Nas disputas por cargos políticos para 2014, alguns se digladiam entre si, outros mostram exemplo de unidade ideológica acima de interesses pessoais.

É o caso do Ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB).

O atual cenário político do estado mostra que Gastão dificilmente disputaria a vaga ao Senado no próximo ano, como já vem dizendo que não tem o menor interesse no cargo.

Contudo, pode deixar seu desejo de se reeleger a deputado federal para, caso o grupo decida assim, concorrer a senador.

Tudo pelo bem do grupo, assim como o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), apoia o secretário Luís Fernando (PMDB) em sua candidatura ao governo.

Exemplos de união…

Por Gilberto Léda

Os recentes movimentos do presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB), serviram para reafirmar – pela enésima vez – sua pré-candidatura ao Governo do Estado.

Longe de ter sua situação definida, no entanto, o comunista ainda precisa resolver um sem número de questões internas (partidárias, por assim dizer) antes de seguir adiante.

A principal delas diz respeito a sua relação com a presidente Dilma Rousseff (PT), de quem é subordinado.

Dino jura de pés juntos que quer o PT em seu palanque em 2014. Mas não se cansa de fazer afagos no pré-candidato Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco. E a recente filiação de Marina Silva no PSB aproximou ainda mais os projetos dos dois, Campos e Dino.

O (agora) principal adversário de Dilma não dividirá em nenhum estado palanque com a petista. Isso é óbvio.

Por isso, algumas questões ainda estão postas: Dino entregará o cargo que ocupa no Governo Federal para assumir de vez a “relação” com o PSB? Admitirá de uma vez que abre mão do PSB em troca da força da presidente no Maranhão – apoio que ainda disputará com o grupo da governadora Roseana Sarney (PMDB)? Ou continuará simplesmente fazendo jogo duplo estando no governo do PT e de “namoro” com os socialistas?

Hilton Gonçalo: em lugar incerto e não sabido

Pretenso candidato a governador, o ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, desapareceu do cenário político desde o fim do prazo para troca de partido.

Não atende telefone, não declarou se deixou o PDT e não anunciou qualquer novo partido.

O próprio PDT duvidava da candidatura de Gonçalo. Apostava que ele estava tentando se cacifar para ser o vice que o partido deve indicar à chapa de Flávio Dino (PCdoB).

Se permaneceu no PDT, ele estará confirmando as suspeitas de que não pretende mesmo ser candidato, mas apenas compor chapa.

Se saiu, precisa anunciar em que partido está.

Mas até agora, continua com destino incerto e não sabido…

Eliziane e Marina: projetos entrelaçados

A menos que esteja jogando politicamente – e aí estará dizendo que não é nada diferente dos demais políticos, como tenta parecer – a ex-ministra Marina Silva praticamente sepultou sua carreira ao filiar-se ao PSB.

Com a estranha adesão ao partido de Eduardo Campos (PE), Marina dá a impressão ao mundo político de que se move apenas por um desejo incontido de vingança contra o PT, seu partido de berço.

Até por que, nenhum sentido faz que um candidato com mais de 20% nas pesquisas se submeta a ser vice de outro, que não passa dos 5%.

Mas Marina pode levar para a sepultura também a candidatura de Eliziane Gama (PPS) ao Governo do Maranhão.

Gama esteve em Brasília, ao lado da ex-ministra, nos últimos dias do prazo para filiação partidária. E como tantos que a acompanhavam, não entendeu a filiação no PSB.

Para a deputada maranhense, como os demais “marinistas”, a ex-ministra pode estar apostando em herdar a vaga de Eduardo Campos, no caso de inviabilização deste.

Mas aí, Marina continuará mostrando que é só mais um político, como todos.

O problema para Eliziane Gama está justamente no apoio do PPS a Eduardo Campos. O presidente da legenda, Roberto Freire, ficou irritado por Marina não ter se filiado ao PPS, mas não tem como deixar de apoiar o PSB, e Eliziane Gama sabe disso.

A tendência, portanto, é que a deputada maranhense tenha que desistir da disputa pelo governo.

Eliziane tem dificuldade para conseguir parceiros que formem sua coligação; e sofrerá pressão dos candidatos a deputado por garantias de eleição à Câmara e à Assembleia.

Alinhada à coligação de Flávio Dino, a deputada terá duas opções:

1 – compor como candidata a deputada federal – com eleição relativamente assegurada – e dar adeus à possibilidade de vir a ser prefeita de São Luís;

2 – ou brigar pra compor a chapa de Dino, como candidata a vice-governadora, o que ampliará suas possibilidade de disputar a prefeitura contra Edivaldo Júnior (PTC).

Mas esta é uma outra história…