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O novo desafio de Roseana…

Roseana e seu staff da Segurança: novo desafio

A governadora Roseana Sarney (PMDB) é protagonista de um dos momentos mais importantes da história do Maranhão. Foi em seu governo, em 1999, que o sistema de Segurança pôs fim ao crime organizado no estado.

Naquela época, as quadrilhas de roubo de cargas, tráfico de drogas e assassinatos por encomenda entranhavam-se nos três poderes.

Sob o comando de Roseana, a polícia botou na cadeia deputados estaduais, prefeitos, vereadores, policiais civis e militares, delegados de polícia e empresários, numa operação de repercussão internacional.

Roseana Sarney tem agora um novo desafio no campo da Segurança.

Zé Gerardo e Zé Júlio: símbolos de um momento ímpar no MA

A agiotagem e seus desdobramentos – que vão da extorsão aos assassinatos, passando por sequestros e desvio de dinheiro público – estão impregnados no sistema político maranhense.

A elucidação do caso Décio Sá revelou uma quadrilha especializada neste tipo de crime. São bandidos que não hesitam em matar quando tem seus interesses contrariados.

Classe política

E controlados por esta quadrilha estão prefeitos, ex-prefeitos e candidatos a prefeitos; deputados estaduais, vereadores e empresários no interior.

Gláucio Pontes, seu pai, José Miranda, e seu comparsa Júnior Bolinha são apenas uma pequena parte desta quadrilha. Muitos outros estão soltos Maranhão a dentro, continuando a fazer o que eles deixaram apenas por causa da prisão.

O mais grave é que esta teia criminosa envolve policiais federais, militares e civis, deputados estaduais, advogados e magistrados.

Seja como vítimas ou como cúmplices.

Miranda e Gláucio: apenas a ponta do iceberg

A governadora Roseana Sarney não pode claudicar diante da situação grave em que se encontra a classe política. Se houver vacilo da Segurança Pública, esta teia continuará entrelaçada no próprio estado, roubando, matando e desviando dinheiro público.

Eleições

O período eleitoral é fundamental para iniciar o desbaratamento deste tipo de crime.

Muitos prefeitos estão amarrados aos agiotas. E muitos que querem ser prefeitos se preparam para receber o financiamento das quadrilhas.

Um dos passos importantes seria a divulgação das prefeituras cujos cheques foram encontrados com Gláucio Pontes.

Sabendo quem são os prefeitos que puseram as finanças públicas nas mãos de bandidos, os eleitores saberão se livrar dele nas urnas – de preferência para irem direto para atrás das grades.

Mas tudo depende da determinação da governadora e do seu sistema de Segurança.

É simples assim…

Imagens: O EstadoMaranhão
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Polícia quer chegar a protetores de agiotas…

A Secretaria de Segurança Pública vai continuar as investigações da morte do jornalista Décio Sá, mesmo depois da prisão do executor e dos mandantes.

O objetivo agora é chegar à rede de proteção da quadrilha composta pelos agiotas que encomendaram o assassinato do jornalista.

– A investigação está muito adiantada – garantiu o secretário Aluísio Mendes.

A polícia garante que os agiotas contavam com uma rede de proteção que lhe garantia a certeza da impunidade. Por isso promoviam a extorsão e a execução de vítimas para garantir a atividade de agiotagem.

– Essa quadrilha mantinha empresas, mas a atividade principal era a agiotagem. E para isso, achavam que tinham impunidade – disse o delegado-geral adjunto Marcos Afonso.

A segunda fase da investigação é descobrir onde está instalada esta rede de proteção.

E para isso, as investigações continuarão sob sigilo…

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Havia mais seis na lista de execução…

O secretário de Seurança Pública, Aluísio Mendes, revelou agora há pouco que a quadrilha responsável pela execução do jornalista Décio Sá tinha uma lista com outras seis possíveis vítimas.

Ele não revelou nomes, mas deixou claro haver “inclusive um ambientalista”  entre as pessoas marcadas para morrer.

O próprio Júnior Bolinha, intermediador da contratação do pistoleiro Jhonatan, estava na alça de mira do crime. O matador iria executá-lo no último domingo, por causa do restante da dívida pela morte de Décio.

– Ele acertou R$ 100 mil e só repassou efetivamente R$ 20 mil ao matador – contou Aluísio Mendes.

Bolinha só não foi morto por Jhonatan por que foi capturado antes pela polícia…

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Agiotagem envolve diversas prefeituras…

Entre documentos e provas apreendidas pela polícia na captura dos mandantes e envolvidos na morte do jornalista Décio Sá estão diversos talões de cheques de prefeituras maranhenses.

A atividade empresarial dos agiotas – venda de merenda e medicamentos – é apenas fachada para a atividade principal: investir em campanhas eleitorais. O dinheiro é pago com recursos públicos, quando o candidato eventualmente eleito assume a  prefeitura – sob a falsa justificativa de compra de merenda.

Gláucio Pontes, seu pai, Miranda, e Júnior Bolinha – três dos capturados hoje – controlavam, assim, diversas prefeituras maranhenses, muitas delas denunciadas por Décio Sá em seu blog.

Para garantir tranquilidade à atividade ilegal, os agiotas compram membros do Judiciário e policiais, como, segundo as investigações, o capitão Fábio Capita. Estes policiais são responsáveis pela intimidação e eliminação de eventuais devedores.

É de Fábio Capita a arma que matou Décio Sá.

A elucidação da morte de Décio Sá levará à investigações sobre esses outros crimes.

Como boa parte deles é de âmbito federal, provalvemente a Polícia Federal entrará no caso…

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A história da trama que resultou na morte de Décio Sá…

Décio foi morto para não denunciar - e por denunciar - crimes de agiotas

O jornalista Décio Sá foi assassinado por uma quadrilha formada pelos agiotas Gláucio Pontes e seu pai, conhecido por Miranda, que também executaram o “empresário” Fábio Brasil, em Teresina (PI).

A polícia também já prendeu o homem conhecido por Júnior Bolinha, que teria sido o responsável pelo agenciamento do pistoleiro, preso na semana passada.

Segundo as investigações, Décio entrou na mira de Gláucio quando começou a denunciar em seu blog as ações de agiotas no Maranhão.

Como fachada para seu negócio de empréstimo, o agiota mantinha empresas de fornecimento de material escolar e medicamentos, o que lhe gaqrantia proteção de políticos – deputados e prefeitos – e até membros da polícia e do Judiciário.

A morte de Fábio Brasil

A trama remete a outubro do ano passado. Naquele mês, o agiota recebeu um pistoleiro que lhe contou ter sido contratado para executá-lo por Fábio Brasil – ou Júnior Brasil, como era conhecido.

Motivo: Brasil lhe devia R$ 200 mil e não tinha como pagar. Como saída, resolveu matá-lo, oferecendo R$ 100 mil ao pistoleiro. Morte de Fábio Brasil teria levado à execução de Décio

Como não pagou o executor, o bandido procurou Gláucio, oferecendo o serviço pelo mesmo valor.

Tudo está registrado em uma ocorrência policial investigada pela polícia. Neste boletim, o “empresário” diz ter recusado o serviço”, mas, segundo a polícia contou a história para que Júnior Bolinha resolvesse.

Meses depois, Fábio Brasil foi morto em praça pública, em Teresina. Décio Sá publicou a notícia e, depois, foi informado de que o mandante seria Gláucio. (Leia aqui a notícia da morte de Brasil) Morte de Fábio Brasil teria levado à de Décio

Jornalistas e agiotas

Há informações de que Gláucio e Décio Sá teriam se reunido – juntamente com outros jornalistas – ocasião em que o agiota teria dito que o autor do crime contra Fábio Brasil seria, na verdade, Júnior Bolinha, que o estaria chantageando para resolver o valor da execução.

Neste meio tempo – por intermédio de um homem conhecido por Buchecha, Bolinha já havia alugado uma casa no Parque Vitória e trazido dois homens do Pará.

A princípio, a dupla faria um sequestro do pai de Gláucio, o Miranda – também preso hoje – como forma de pressionar o comparsa a pagar os R$ 100 mil pela morte de Brasil.

Mas Bolinha acabou informado – provavelmente pelo próprio Gláucio – de que Décio Sá sabia de mais e aproveitou os bandidos do Pará para executar o jornalista antes da publicação da matéria.

 

Por aqui, assassinos teriam chegado à casa-esconderijo

Rixa antiga

Bolinha já nutria ódio mortal de Décio Sá desde 2009, quando o jornalista publicou matéria do seu envolvimento em roubo de veículos – ele chegou a ser preso, em operação da Polícia Federal, com um trator roubado em sua propriedade, em Santa Inês.

Nesta mesma ocasião, Gláucio conseguiu escapar da prisão por causa da interferência de um policial amigo, que o avisou da ação da PF.

Por conta da notícia de prisão publicada no blog de Décio, Bolinha perdeu a bandeira da Coca-Cola, que representava em Santa Inês. Segundo as investigações, resolveu então que “não deixaria Décio destruir sua vida mais uma vez”, com a revelação da morte de Fábio Brasil.

Mansão no Calhau

Para matar Décio, Bolinha contou com a ajuda do próprio Gláucio na empreitada, segundo a investigação.

A polícia descobriu que o empresário-agiota mantinha uma casa no Calhau, a menos de 500 metros da área por onde os assassinos de Décio Sá empreenderam fuga. A casa servia apenas de escritório particular e depósito de material escolar.

A polícia entende que os bandidos se deslocaram para lá na noite do crime, o que impossibilitou a captura, já que não estavam nas ruas.

Com os depoimentos de Valdêmio José da Silva e a prisão de um dos executores, a polícia montou as últimas peças do quebra-cabeça, resultando na prisão dos mandantes nesta manhã.

E assim, elucidou o assassinato do jornalista…

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O agiotas no Maranhão…

A Rede Globo apresenta esta semana série de reportagens que mostra a ação de agiotas no Sul do país.

A prática de ameaças, chantagens e extorsão dos criminosos, gravada com autorização judicial, tem levado a polícia à prisão de várias quadrilhas.

No Maranhão, a coisa anda solta.

Agiotas negociam abertamente com prefeitos, fazem pactos com membros do Judiciário e do Legislativo e seguem a vida como verdadeiros cidadãos de bem.

A única ação contra agiotas no estado foi feita pela Polícia Federal, no ano passado.

Levou à cadeia o maior deles, conhecido por Pacovan.

Solto, Pacovan voltou à prática, e continua a agir criminosamente nos municípios.

Filhotes da agiotagem também agem nos ambientes políticos.

Sob a proteção de autoridades e a conivência da imprensa.

Assim é no Maranhão…

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Agiota Pacovan de volta à ativa…

Pacovan: desenvoltura entre políticos

O agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pacovan, voltou a agir no Maranhão.

Preso em maio, durante operação da Polícia Federal, Pacovan responde a inquérito pelo desvio de mais de R$ 5 milhões da Prefeitura de São João do Paraíso.

Mas continua mantendo relações com empresários, deputados e, principalmente, prefeitos do interior maranhense.

Leia aqui sobre as investigações da Polícia Federal contra o agiota Pacovan

Semana passada, segundo conta o blog de Luís Cardoso, Pacovan esteve em Bacabal.

A relação do “empresário” com políticos é de constrangedora proximidade.

Proximidade que incomoda até mesmo seus “clientes” mais assíduos… 

Leia também “PF começa a desbaratar  rede de agiotagem no MA” 

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Maior agiota do Maranhão de novo na mira da PF…

Policiais federais em ação na Operação Usura

O empresário Josival Cavalcante da Silva, o Pacovan, voltou a ficar na mira da Polícia Federal, quase três meses após ser preso na Operação Usura.

Ele é tido como o maior agiota do Maranhão, responsável por negócios envolvendo deputados, prefeitos e muito dinheiro público.

O alvo da PF agora é a relação de uma empresa do ramo de fornecimento de medicamentos, que seria ligada a Pacovan, e as prefeituras de Bacabal, Santa Luzia do Paruá e Zé Doca.

Pacovan passou a ser investigado quando a Polícia Federal encontrou uma relação de 91 cheques da Prefeitura de São João do Paraíso entregues a ele pelo prefeito Raimundo Galdino Leite, o Boca Quente.

Os dois foram presos em 20 de maio, na Operação Usura.

A Operação da PF gerou uma série de especulações sobre a relação de parlamentares e prefeitos com o agiota.

A Polícia Federal também investiga essas ligações…

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Suposta agiotagem de emendas desperta interesse da grande mídia…

A agiotagem estaria correndo solta entre parlamentares

A denúncia de que deputados estaduais do Maranhão estariam usando emendas encaminhadas ao orçamento do estado em negociação com agiotas, já despertou interesse da mídia nacional.

Segundo apurou o blog, repórteres de Veja, Estadão, Band e Jovem-PAM já teriam feito os primeiros contatos para apurar a história – que envolve também prefeitos.

Hoje, o site do jornalista Ucho Haddad, um dos mais lidos de Brasília, também comentou a história.

Leia aqui matéria sobre o assunto no ucho.info

Entre os alvos da imprensa estão o agiota Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan, suposto financiador de campanhas eleitorais no interior do estado.

Mas há suspeitas de que haja infiltração de “empresários dos juros” também na própria Assembléia, o que teria levado a uma articulação para inviabilizar a criação de uma comissão para apurar as denúncias, proposta pelo deputado Raimundo Cutrim (DEM).

Pelo esquema, os agiotas adiantariam dinheiro das emendas a serem liberadas pelo governo – com deságio de 30% a 50% – e depois cobrariam dos prefeitos, quando os recursos fossem depositados na conta da prefeitura.

Para encobrir o esquema, os próprios agiotas conseguiam notas fiscais frias, de supostas obras e serviços.

O assunto tem tirado o sono dos deputados estaduais, que já não vêem a hora do encerramento dos trabalhos legislativos – o que, na avaliação deles, esfriaria o assunto.

Mas, ao que tudo indica, a questão está apenas no começo…

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Alguém ainda tem dúvidas?!?

Colegas "não se convenceram" dos argumentos de Cutrim...

Quando apresentou seu pedido de criação de comissão para investigar o suposto uso de emendas parlamentares em negociatas com agiotas, o deputado Raimundo Cutrim (DEM) foi advertido de que seria bombardeado pelos próprios colegas.

– Se alguém votar contra, a gente já fica na dúvida, né? – respondeu o parlamentar, quando questionado sobre a possibilidade de ter o requerimento rejeitado.

O requerimento foi mesmo rejeitado. Da bancada governista, apenas o próprio Cutrim votou a favor.

Para não ficar qualquer dúvida, o blog reproduz a relação dos que votaram a favor da instalação da comissão da agiotagem.

Quem não estiver na lista votou contra a investigação (19 deputados) ou não compareceu à sessão de ontem (14 deputados):

Os que votaram pela transparência foram:

Bira do Pindaré (PT)
Gardênia Castelo (PSDB)
Neto Evangelista (PSDB)
Raimundo Cutrim (DEM)
Cleide Coutinho (PSB)
Eliziane Gama (PPS)
Rubens Pereira Júnior (PCdoB)
Marcelo Tavares (PSB)
Carlinhos Amorim (PDT)