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E qual o papel do MPF?!?

Ao delatar a intenção de um jornalista que iria mostrar as deficiências da fiscalização das fronteiras brasileiras, Ministério Público acaba por se omitir de suas funções, que é cobrar o bom funcionamento das instituições

 

Alex, em Cuiabá: "caguetado" pelo MPF, que deveria apoiá-lo

Alex, em Cuiabá: “caguetado” pelo MPF, que deveria apoiá-lo

O Ministério Público Federal do Mato Grosso admitiu hoje, em nota, que vazou a informação de que o jornalista Alex Barbosa, da Rede Globo, iria fazer uma matéria para mostra a ineficiência da fiscalização antidrogas da fronteira do Brasil com a Bolívia.

– O Ministério Público Federal informou que não tem atribuição de dar apoio em reportagens e que comunicou com antecedência a intenção dos jornalistas à Polícia Federal – confessou o MPF.

Com a informação passada previamente pelo MPF, a polícia montou todo um esquema para “apreender” o jornalista.

Ora, se o MPF tem o poder de cobrar da Polícia Federal a eficiência no controle das fronteiras, e se omite disto, delatando quem tenta provar a falta desta eficiência, então o MPF é omisso em suas funções.

Pelo menos é o que ficou claro no episódio envolvendo Alex Barbosa.

Simples assim…

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“Prisão” de Alex Barbosa pode ter sido forjada para vender suposta eficiência da polícia…

Profissionais da Rede Globo em Mato Grosso suspeitam que o próprio Ministério Público Federal – que sabia da reportagem sobre tráfico de drogas na fronteira – possa ter avisado a polícia para evitar desmoralização da fiscalização

 

Documento oficial encaminhado pelo jornalistas ao MPF de Mato Grosso

Documento oficial encaminhado pelo jornalistas ao MPF de Mato Grosso

A repetidora da TV Globo no estado do Mato Grosso já investiga a possibilidade de a própria Procuradoria da República local ter informado a polícia daquele estado sobre a passagem do jornalista Alex Barbosa com “material análogo à cocaína”.

A história: Barbosa, repórter da rede naquele estado, iria fazer reportagem para mostrar a fragilidade da fiscalização na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, o que facilita a entrada de drogas no país.

A emissora orientou seu jornalista a informar o Ministério Público Federal sobre a matéria, para evitar contratempos, o que foi feito oficialmente pelo repórter.

Ocorre – e é bem aí o problema – que há fortes suspeitas de que setores do próprio MPF tenham informado a polícia, exatamente para evitar que a matéria fosse ao ar, o que desmoralizaria a todos os responsáveis pela fiscalização, inclusive os procuradores.

Ou seja, se a matéria iria mostrar a fragilizada de fronteira, a pauta foi derrubada por uma ação policial provavelmente orientada.

E deu no que deu…