Ao responder ao discurso do brandonista Antonio Pereira, deputado Fernando Braide diz que o povo “convoca o prefeito de São Luís” para 2026 e ouve manifestação favorável de colega dinista

BRAIDE NO CENTRO DO DEBATE. Antonio Pereira acusou o golpe, Fernando Braide disse que o povo vai decidir, e Othelino confirmou conversas com o prefeito
A parte final da sessão da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira, 9, foi marcada por debate inédito entre aliados do governo Carlos Brandão (PSB), oposicionistas e dinistas, sobre a possível candidatura do prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD) em 2026.
- pela primeira vez, um prócer do brandonismo, Antonio Pereira, tentou deslegitimar a eventual renúncia de Braide para a disputa;
- em resposta, pela primeira vez o deputado Fernando Braide, irmão do prefeito, admitiu que a candidatura “é vontade do povo”;
- também pela primeira vez, o dinista Othelino Neto admitiu que o projeto de Braide “é um caminho” para o grupo no ano que vem.
“O que eu mais escuto por onde eu passo é o próprio eleitor dele, de São Luís – que o reelegeu com uma grande diferença – implorando pela sua candidatura, porque não aguenta mais o Brandão no governo do Estado”, declarou Fernando Braide, mesmo ressaltando que, nem ele, nem o prefeito, nunca falaram sobre eleições.
Já passava do meio-dia quando o debate sobre Braide esquentou.
Mas tudo começou bem antes, quando o vice-presidente da Casa, Antonio Pereira (PSB), foi à tribuna para um discurso de exaltação do governo Brandão e do seu projeto para 2026; foi Pereira quem primeiro citou Eduardo Braide
“O que não pode pensar em projeto de eleição é aquele que foi eleito recentemente. Eduardo Braide faz muito certo em não falar em eleição, porque ele foi eleito pelo povo para ser prefeito de São Luís por quatro anos. E o primeiro compromisso do homem público é um compromisso com o povo, com a população. (…) O meu compromisso com as minhas questões pessoais não pode ser maior do que o compromisso do meu grupo e nunca, jamais, ser maior do que o compromisso com a população. Então, faz certo, Braide, Prefeito de São Luís, faz certo em não falar em candidatura nesse sentido, neste momento, porque ele foi eleito recentemente”, disse Pereira, citação que levou Fernando Braide à tribuna.
- o irmão do prefeito deixou claro que, nem ele, nem o gestor, falaram alguma vez publicamente sobre eleições;
- Fernando Braide viu no discurso de Antonio Pereira uma certa insegurança em relação à candidatura de Braide.
“E eu vejo o espanto, o desespero que se tem na base do Brandão preocupada com o poder, em querer deslegitimar uma possível candidatura do Prefeito de São Luís ao Governo do Estado. Ele realmente, e eu como irmão dele, a gente praticamente não trata desse assunto. O foco dele realmente é trabalho, deixa nas mãos de Deus e, principalmente, na vontade do povo do nosso Estado. E por onde eu passo, deputado Antônio, é uma convocação dele para disputar o Governo do Estado, principalmente do povo de São Luís, que o reelegeu prefeito. Porque se dissesse que era um povo do restante dos municípios que estava chamando a candidatura dele, mas o povo de São Luís fosse contra, era uma outra história”, discursou Fernando.
E foi então que o dinista Othelino Neto (Solidariedade) entrou na conversa.
- Othelino diz que os dinistas vão conversar com todas as forças políticas;
- o deputado confirmou que a candidatura Braide é uma das opções do grupo.
“Nós temos outros caminhos? Temos. Vamos conversar com o prefeito Eduardo Braide no momento oportuno sobre candidatura? Claro que vamos conversar. (…) Nós vamos conversar com outras forças políticas que estão se contrapondo a isso? Claro, porque para fazer este confronto, para levar estas ideias, nós vamos precisar de mais gente, de um batalhão. (…) Então, para ficar claro: há caminhos, há hipóteses reais e concretas quanto à nossa posição para 2026, mas não há uma: ser cúmplice do senhor Carlos Brandão”, disse Othelino Neto.
No meio do seu discurso, o vice-presidente Antonio Pereira ainda havia revelado uma curiosa “cobrança da sociedade por uma reaproximação”.
Mas esta é uma outra história…