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Os cães não transmitem Calazar; eles são tão vítimas quanto os humanos…

Desinteresse das autoridades e desinformação da imprensa sobre a doença leva à informação equivocada quanto à transmissão, gerando ameaças à população de animais de rua, tão vítimas quanto as pessoas

 

Este é o vilão que precisa ser exterminado, principalmente pela ação do poder público

Este é o vilão que precisa ser exterminado, principalmente pela ação do poder público

Editorial

Tem sido comum jornais, blogs e TVs apresentarem matérias sobre a doença Leishmaniose visceral, conhecida por Calazar, usando como ilustração imagens de animais de rua, notadamente cachorros. A ilustração equivocada, acaba por criar na população um medo de que os cães abandonados transmitem a doença.

Este medo criado por reportagens equivocadas, gera também a reação de raiva contra os cães, e muitas pessoas tendem, inclusive, a pregar o sacrifício do animal de ruas – e muitos agem com as próprias mãos.

Cães não transmitem Calazar.

Os animais são infectados da mesma forma que os humanos, pelo mosquito-palha ou birigui. E precisam ser tratados da mesma forma.

Tem mais: cães, mesmo já infectados, podem levar uma vida normal se tiver o tratamento adequado e os medicamentos necessários para sua qualidade de vida.

O animal doente é tão vítima quanto o homem; e não precisa ser assassinado

O animal doente é tão vítima quanto o homem; e não precisa ser assassinado

Repita-se: os animais não transmitem Calazar.

– A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado – explica o infectologista Dráuzio Varella. (Leia mais aqui)

O que leva à epidemia de cachorros doentes – tão vítimas quanto os humanos – é o abandono por parte do poder público.

Em São Luís, por exemplo, o centro de vigilância de zoonoses está abandonado desde o início da gestão do prefeito Edivaldo Júnior (PDT), sem qualquer explicação por parte da secretária de Saúde, Helena Duailibe.

Os cães – e gatos – que deveriam ser tratados pelo poder público – só conseguem sobreviver graças à ação de protetoras independentes, que ainda têm o trabalho de esclarecer imprensa e população sobre o preconceito com os animais em situação de rua.

Coisa que deveria ser obrigação do poder público…

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