3

Carlos Brandão e a superstição do cocar indígena…

Vídeo em que o vice-governador aparece com o adereço na cabeça, durante uma dança com membros de umas das tribos maranhenses repercutiu fortemente na classe política, sempre temerária à suposta maldição que envolve este tipo de ação eleitoral

 

O vídeo de Brandão com o cocar indígena; o adereço nada tem de maldito, mas essa dancinha….

Ensaio

Teve forte repercussão – cercada de maus presságios – o vídeo em que o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) aparece usando um cocar indígena em meio a uma dança com representantes de uma tribo maranhense.

No folclore político, o uso de adereços indígenas por lideranças em campanha é cercada de superstição; para muitos, dá azar colocar o adereço na cabeça.

A “maldição do cocar” remete aos anos 50, quando a derrota do candidato Juarez Távora  para Juscelino kubtischeck foi atribuído ao uso do adereço indígena.

Mas a superstição ganhou mais força no governo do ex-presidente José Sarney (MDB), que deixava claro seu temor ao uso da cobertura indígena.

Outros políticos históricos também foram derrotados após usar o cocar; de Mário Andreazza a Ulísses Guimarães; até a morte de Tancredo Neves, que venceu, mas não assumiu a presidência, em 1984, também é atribuída ao uso do cocar. (Saiba mais aqui)

Para o antropólogo José Carlos Sabóia, a entrega do cocar é a representação de um pacto dos caciques indígenas com os não-indígenas.

– É a divisão de poder do chefe indígena com o político, para lidar com alguma questão de seu povo – diz Sabóia, no artigo-reportagem “Maldição do cocar leva pânico aos políticos”, de Suelene Teles e Jozafa Dantas. (Leia aqui)

Lula e Dilma nunca se importaram com o uso do adereço;. há várias imagens dos ex-presidentes com cocar

Na história recente da política, há quem tenha quebrado a tal maldição.

Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff (ambos do PT), e o atual, Jair Bolsonaro (sem partido), usaram o adereço, mas venceram as eleições que disputaram.

No Maranhão, a maldição não foi levado em conta na história recente da política.

O governador Flávio Dino (PSB), por exemplo, usou o adereço em 2015. Mesmo alertado em artigo do jornalsita Daniel Matos, intitulado “Brincando com a sorte?”, Dino reelegeu-se em primeiro turno, em 2018.

 

Flávio Dino até mostra cara de sem-graça, mas não se recusou a usar o cocar indígena; e não perdeu eleição

Filha de José Sarney, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) também não aparece em registros de imagens com o adereço indígena.

Também pré-candidato a governador, o senador Weverton Rocha (PDT) é outro sem registro de imagens com o cocar de índio.

E diante da repercussão em torno de Carlos Brandão, é pouco provável que, a partir de agora, o pedetista, que lidera as pesquisas, resolva dar sopa ao azar.

Afinal, vai que…