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Amigos de Edivaldo criam tese própria para minimizar rejeição do prefeito…

Grupo conhecido como “os amigos do Batista” – em referência aos colegas de escola que compõem a gestão – entende que os índices das pesquisas são mentirosos por que o prefeito recebe muito carinho em suas andanças pela cidade

 

Edivaldo com eleitora: para os "amigos do Batista", o abraço mostra força popular

Edivaldo com eleitora: para os “amigos do Batista”, o abraço mostra força popular

O grupo mais próximo do prefeito Edivaldo Júnior (PDT) – o chamado “Conselho dos amigos do Batista”, que reúne os colegas de escola do pedetista, abrigados em cargos-chave no gabinete – decidiu fazer uma leitura própria das pesquisas de intenção de votos que apontam – todas elas – rejeição alta ao prefeito, em contraposição a índices cada vez mais baixos de intenção de votos.

Para esse grupo, que tem influência pessoal sobre o prefeito, o que vale mesmo é a receptividade que Edivaldo tem quando chega aos bairros, quando sai às ruas, com abraços efusivos de populares. Essa análise particular da frieza dos números ganhou forma de matéria jornalística, no fim de semana, espalhada em blogs alinhados ao Palácio La Ravardière, o que causou até certo desespero na parte mais política dos aliados do prefeito.

E foi a partir deste “para-pra-acertar” que os políticos que compõem o governo tentaram por ordem na casa, chamando os dirigentes partidários para uma reunião, ontem.

Líderes do PDT e do PR tentaram convencer lideranças de 14 partidos – muitos já à beira de deixar o projeto do prefeito e seguir outros caminhos – de que é preciso esperar um pouco mais para que Edivaldo mostre reação nas pesquisas.

E é assim o clima na sede da prefeitura.

De um lado os líderes políticos, que tentam mostrar ao prefeito a necessidade de se expor, de ir para o embate e lutar para reverter o alto índice de rejeição que lhe pesa sobre os ombros; numa outra frente os “conselheiros do Batista”, que tentam fazer exatamente o contrário, blindando o prefeito e evitando sua exposição à realidade nua e crua dos números.

E assim a campanha vai avançando, diminuindo cada vez mais o tempo para ação e reação.

Publicado na coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão, com o título “Leitura própria”
Ilustração do blog