Mudanças no governo Brandão devem atingir dinistas…

Reforma administrativa prevista para o início de 2025 devem consolidar o rompimento entre o Palácio dos Leões e os aliados remanescentes do agora ministro do Supremo Tribunal Federal, precipitado pela “Batalha da Assembleia”

 

BALANÇO URGENTE! Cúpula do Palácio dos Leões já faz levantamento de insurgentes para apresentar a Brandão após sua viagem de férias

Se já vinha estudando o afastamento definitivo dos chamados remanescentes do dinismo – aliados do agora ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino com cargos no primeiro escalão – o governo Carlos Brandão (PSB) consolidou esta decisão após a “batalha da Assembleia”, que expôs a conspiração contra o Palácio dos Leões.

  • o dinismo ainda controla a Secretaria de Cidades;
  • também tenta retomar o controle da Juventude;
  • deve ainda ficar sem a pasta da agricultura familiar.

Brandão deve fazer ainda mudanças em outras pastas, como Comunicação, Turismo e Cultura, mas estas mexidas se darão por questões técnicas; a movimentação em torno do deputado Othelino Neto (Solidariedade) expôs algumas lideranças tidas como aliadas e que também podem perder posições.

  • a família Brandão quer na Secom alguém mais antenado com as novas mídias;
  • o Palácio espera contar também com a deputada Roseana Sarney no governo;
  • com dois cargos no 1º escalão, o Podemos é visto hoje como um dos insurgentes.
  • outros aliados que votaram em Othelino podem perder cargos no 2º escalão. 

Ao mesmo tempo que afasta definitivamente os dinistas, Brandão tenta atrair novos aliados, como o PL, do deputado federal Josimar Maranhãozinho, a quem foi oferecida a Secid; o problema é a forma de controle da pasta, que não ficaria 100% nas mãos do parlamentar.

O PDT, que também negocia entrada na base de apoio do governo, que participar da administração, mas a cúpula do Palácio dos Leões ainda não foi convencida disso.

As mudanças serão feitas logo após as eleições na Câmara Municipal e na Famem, que passaram a ser vistas com mais atenção após a “batalha da Assembleia”.

Brandão já sabe, por exemplo, que há um movimento de bastidores tentado criar embaraços na eleição municipalista.

E desta vez, o Palácio dos Leões não quer ser surpreendido…

Oposicionistas esperam ao menos seis votos na eleição da Assembleia…

Othelino Neto e Júlio Mendonça – que disputam vagas avulsas de presidente e vice, respectivamente – têm expectativa de que colegas do PCdoB, do PSB, do Podemos e do PSD usem a votação secreta para somar com eles

 

MARCANDO POSIÇÃO. Othelino espera contar com os votos da oposição, mas Júlio Mendonça já disse que “acredita na candidatura de Iracema”

Sem maiores expectativas de vitória, os deputados estaduais Othelino Neto (Solidariedade) e Júlio Mendonça (PCdoB) vão para a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira, 13, em um claro gesto de protesto contra a hegemonia do governo Carlos Brandão (PSB) na Casa.

E esperam contar com pelo menos mais quatro votos em plenário:

  • Carlos Lula (PSB);
  • Rodrigo Lago (PCdoB);
  • Leandro Bello (Podemos);
  • e Fernando Braide (PSD).

Mas o próprio Júlio Mendonça, embora tenha lançado candidatura avulsa, acena para Iracema e Brandão: 

Continuarei defendendo e sendo da base do governador Carlos Brandão, continuarei acreditando na candidatura da deputada Iracema, continuarei entendendo que o diálogo é o mais importante”, declarou o parlamentar, ao lançar-se nesta terça-feira, 12. 

A esperança dos oposicionistas é que o fato de a votação ser secreta leve muitos a manifestar seu protesto através da cédula, embora fique tão cristalino como água saber quem são os prováveis “rebeldes”.

E é exatamente por isso que as candidaturas – sobretudo a de Othelino Neto – são uma clara marcação de posição política na Casa: a partir da eleição na Assembleia, se saberá o tamanho do chamado grupo remanescente do dinismo. 

Mas este tamanho exaltará também a força do próprio grupo Brandão.

É simples assim…

Comunista Júlio Mendonça registra candidatura avulsa de vice na Assembleia…

Eleito para o biênio 2025/2027 em junho do ano passado – ao lado da presidente Iracema Vale – deputado faz confuso discurso em que lamenta ter sido retirado da chapa após anulação do STF, diz que continua acreditando na candidatura da colega do PSB e que se mantém na base do governo Brandão

 

NA CONTRAMÃO. Comunista Júlio Mendonça declara candidatura avulsa, mas com apoio a Iracema e se declarando da base governista

O deputado estadual Júlio Mendonça (PCdoB) anunciou nesta terça-feira, 12, sua candidatura a vice-presidente da Assembleia Legislativa, em um discurso de lamento e de explicações ao mesmo tempo.

  • embora candidato fora da chapa formal, o comunista afirmou que continua “acreditando na candidatura de Iracema”;
  • e mesmo enfrentando uma candidatura ligada ao governo, declara-se “sendo da base do governador Carlos Brandão”.

Continuarei defendendo e sendo da base do governador Carlos Brandão, continuarei acreditando na candidatura da deputada Iracema, continuarei entendendo que o diálogo é o mais importante, mas me reservo o direto de colocar o meu nome, como fui eleito por unanimidade por todos os meus colegas e amigos, deputados e deputadas”, disse o parlamentar comunista.

Júlio Mendonça junta-se a Othelino Neto (Solidariedade) como candidato avulso na eleição da Assembleia Legislativa; Othelino registrou na tarde desta terça-feira, 12, sua candidatura a presidente da Casa.

A eleição acontece nesta quarta-feira, 13, em sessão extraordinária a partir das 11h30…

Formação da nova mesa diretora da Assembleia aponta para 2026…

Exclusão do PCdoB da vaga de primeiro vice-presidente sinaliza posição estratégica da presidente Iracema Vale – que será reeleita amanhã – no debate sobre a sucessão do governador Carlos Brandão

 

PARA ALÉM DE 2026. Com Antonio Pereira na vice-presidência da Assembleia, a presidente Iracema Vale amplia sua posição estratégica na sucessão de 2026

Está praticamente montada a chapa com a qual a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), vai concorrer nesta quarta-feira, 13, a um novo mandato no comando da Casa; e há pelo menos duas mudanças do ponto de vista estratégico:

  • 1 – Davi Brandão garante a primeira-secretaria, num acordo pré-eleição de Roberto Costa à Prefeitura de Bacabal;
  • 2 – Antonio Pereira assume a primeira-vice-presidência, deixando a própria Iracema em posição estratégica para 2026.

A montagem da chapa exclui definitivamente o PCdoB da vice-presidência, o que indica a posição do governo Carlos Brandão (PSB) na sucessão estadual; Iracema passa a ser peça-chave na montagem dos cenários eleitorais no grupo de Brandão.

Como presidente reeleita da Assembleia, com mandato até fevereiro de 2027, Iracema pode tanto ser candidata ao Governo do Estado, quanto assumir o governo com a renúncia dupla de Carlos Brandão e seu vice, Felipe Camarão (PT), por mais inusitado que isto possa parecer neste momento.

Essa definição estratégica ficará ainda mais clara diante da repercussão comunista ao amplo favoritismo de Iracema Vale para se reeleger nesta quarta-feira, 13.

O voto é secreto, o que pode gerar manifestações políticas na votação.

É aguardar e conferir…

Duarte Jr. cada vez mais colado em Brandão…

Deputado federal que disputou as eleições de outubro como candidato do governo tem acompanhado o governador em todos os eventos oficiais; nascido para a vida pública por intermédio do ex-governador Flávio Dino, ele hoje é integrado à base aliada do Palácio dos Leões

 

COLADIN,COLADIN. Duarte Jr. chega com Brandão e o secretário Maurício Martins ao local do projeto sobre devolução de celulares roubados

Um personagem político de peso tem estado ao lado do governador Carlos Brandão (PSB) em praticamente todos os eventos oficiais desde o fim das eleições de outubro. Este blog Marco Aurélio d’Eça percebeu o movimento de troca do deputado federal Duarte Jr. (PSB) – da base dinista para a base brandonista – logo após a campanha, o que foi retratado no post Duarte Jr. agora é brandonista…”.

Só esta semana foram duas aparições coladas dos dois:

  • Duarte esteve com Brandão em Brasília, durante a inauguração da nova sede da Redif-MA;
  • também acompanhou Brandão pari passu em participação no programa “Devolva-me meu celular”.

Duarte é hoje considerado muito mais alinhado ao governador Carlos Brnadão (PSB) e seu grupo do que ao que restou do chamado dinismo, grupo que era liderado pelo agora ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino. Esse realinhamento político já havia sido notado antes mesmo do início da campanha; tanto que custou o afastamento de comunistas e petistas ligados a Dino”,  disse o texto, do dia 15 de outubro.

Ex-aluno do agora ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino, Duarte foi alçado por este à vida a partir de 2015, quando assumiu a direção do Procon-MA;

  • em 2018 elegeu-se deputado estadual pelo PSB;
  • concorreu à prefeitura como candidato de Dino em 2020;
  • em 2022 foi um dos mais votados deputados federais em São Luís;
  • em 2024 concorreu novamente à prefeitura, já na base de Brandão.

A movimentação política de Duarte Jr. é esperada pelo grupo Brandão de outros dinistas.

É a lealdade ao Palácio dos Leões que evitará a perda de poder, o que já vem ocorrendo, como registrou este blog Marco Aurélio d’Eça no início de outubro, no post “Dinismo começa a ser varrido do Maranhão…”.  

Mudanças que devem ser efetivamente postas em prática depois das eleições na Famem, na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa, onde Brandão espera eleger aliados.

Mas esta é uma outra história…

Dinistas contra-atacam base bolsonarista de Brandão na Alema…

Em resposta ao deputado Yglésio Moyses, que definiu os membros da esquerda dinista, petista, comunista e socialista como “inimigos íntimos” do governador – mas também citando outros parlamentares da direita – Calos Lula, Rodrigo Lago e Júlio Mendonça reafirmaram que os aliados de Bolsonaro tentam minar a relação do Palácio dos Leões com o grupo ligado ao ministro Flávio Dino

 

Os dinistas Carlos Lula, Rodrigo Lago e Júlio Mendonça acusam a base bolsonarista de tentar afastá-los de Brandão

Os deputados Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago e Júlio Mendonça (ambos do PCdoB) fizeram nesta quarta-feira, 3, forte discurso de contraponto, principalmente, ao colega Dr. Yglésio Moyses (PRTB), mas também direcionados a outros parlamentares ligados ideologicamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo na base do governo Carlos Brandão (PSB).

Yglésio havia declarado no dia anterior que os membros da esquerda dinista, petista, socialista e comunista são “inimigos íntimos” do governador, mesmo estando na base do Governo.

Inimigo oculto do Governo do Estado é essa cambada de gente bolsonarista ou falso bolsonarista, que tenta, o tempo todo, intrigar o Governo do Maranhão com Governo Federal. Inimigo oculto do Governo do Estado é quem tenta o tempo todo criar cizânia e criar divisão, porque sabe que é irrelevante. Sabe que a parcela da população que defende as suas paranoias é irrelevante, é pequena. É circunstancial”, bateu forte, Carlos Lula, para completar:

Minha política eu faço às claras. E eu tenho um lado e, mais do que lado, eu tenho posição. Minha posição é transparente. Eu não estou num dia de um lado e, no outro, do nada, eu viro, dou um cavalo de pau e não gosto mais do Lula, agora eu gosto é do Bolsonaro; não é, deputado Yglésio?”.

Presente no início da sessão, quando voltou a discursar contra os aliados do ministro Flávio Dino, Yglésio não permaneceu em plenário para acompanhar os discursos da esquerda.

Mais contundente ainda que Carlos Lula, o deputado Rodrigo Lago fez um histórico da aliança que venceu as eleições de 2014, lamentou que vem sendo atropelado como vice-presidente da Assembleia Legislativa, defendeu Márcio Jerry e também apontou Yglésio como o verdadeiro “inimigo oculto” do governo Brandão.

Inimigo é quem trabalha todos os dias para arrancar o governador de um governo de esquerda que nós elegemos e colocá-lo no colo do Bolsonaro. Todos os dias minam, atacam e tentam destruir a base sólida, construída lá atrás pelo então presidente da Embratur, depois candidato, governador eleito, reeleito, senador da República e, hoje, ministro do Supremo, Flávio Dino. É isso que nós não podemos deixar”, apontou Rodrigo Lago.

  • Além de Dr. Ygléiso Moyses, há outros bolsonaristas na base do governo Carlos Brandão, alguns ocultos;
  • os deputados de esquerda citaram também Mical Damasceno (PSD), Jota Pinto e Neto Evangelista (União Brasi).

O foco do discurso dos esquerdistas foi a sistemática mudança ideológica de Yglésio desde sua chegada à política, o que, inclusive, já foi tema deste blog Marco Aurélio d’Eça, em janeiro de 2023, o post “A confusão ideológica de Dr. Yglésio…”.

Eleito pela esquerda maranhense, defendendo o lulismo, chamando o Bolsonaro dos piores nomes possíveis em artigos, em vídeos, aqui da tribuna, três meses antes de assumir, ele diz: ‘olha, na verdade, eu sou Bolsonarista’; tira a capa vermelha e veste a capa azul. E agora quer levar o governo junto”, ponderou Rodrigo Lago.

Foi filiado ao PT, foi filiado ao PDT, foi filiado ao PROS, no PSB e, de repente, não mais que de repente, se descobriu aliado do Bolsonaro, o maior admirador. Deve ter até um cartaz lá no seu quarto de noite para ele ficar olhando e beijando”, provocou Carlos Lula.

Último a discursar, Júlio Mendonça seguiu a mesma sistemática de Carlos Lula e Rodrigo Lago, apontando Yglésio – mas também citando Mical Damasceno – como os verdadeiros inimigos do governo Brandão.

Querem nos colocar contra o governo Carlos Brandão. E isso custa caro para o governo. Custa muita coisa que está de forma obscura. Por que essa obsessão de nos atacar? Por que essa obsessão de atacar o deputado Márcio [Jerry]? Todos os dias vêm os deputados bolsonaristas nos colocar contra, todos os dias vão nos intrigar”, disse Mendonça.

Após o discurso do deputado comunista, o presidente em exercício Antonio Pereira (PSB) encerrou a sessão..

Em meio a comunistas, Othelino filia-se ao Solidariedade sob gritos de “liderança estadual”…

Na presença dos deputados federais Marília Arrais e Paulinho da Força, ao lado da irmã Flávia Alves, da senadora Ana Paula Lobato, de prefeitos e lideranças de vários municípios, deputado estadual exalta o governo Flávio Dino, faz duras críticas ao governo Carlos Brandão e aponta caminhos políticos  partir das eleições municipais de outubro

 

Othelino acompanha discurso da pedetista Ana Paula, ao lado das lideranças do Solidariedade

O deputado estadual Othelino Neto transformou em um forte ato político sua filiação ao Solidariedade, durante o evento “Lidera+” organizado pelo partido no Rio Poty Hotel.

Saudado pelo presidente nacional da legenda, deputado federal Paulinho da Força, como “nova liderança estadual do Maranhão”, o ex-presidente da Assembleia não apenas mostrou força política como se apresentou como contraponto ao governador Carlos Brandão (PSB).

Do ato participaram diversos prefeitos do PCdoB, ex-partido do deputado, que ele exaltou como tendo os seus mesmos valores, “valores estes perdidos por Brandão”.

Os meus valores são os mesmos valores do PCdoB: fazer com que todos os maranhenses sejam respeitados! Eu gostei de Flávio Dino no STF por que temos um grande maranhense no Supremo. Mas ele faz muita falta! Aquilo que ele plantou, aquilo que ele semeou não está sendo bem cuidado por aquele que o sucedeu; eu poderia estar confortavelmente fazendo vista grossa para o que está acontecendo, mas não foi pra isso que os 85 mil maranhenses me elegeram”, bateu forte, referindo-se a Brandão.

 

Especificamente sobre Brandão, Othelino Neto, fez três ponderações diretas:

  • Não elegemos um governador para saber que as pessoas estão morrendo por falta de saúde”.

  • Não elegemos um governador para saber que as pessoas não têm como trafegar no interior”;

  • Não elegemos um governador para que poucos formassem fortuna.”

Sempre agradecendo ao PCdoB, ele reforçou a relação com os comunistas e citou cada um dos prefeitos do partido presentes no ato do Solidariedade:

  • Paula Azevedo, de Paço do Lumiar;
  • Toca Serra, de Pedro do Rosário;
  • Carlinhos Barros, de Vargem Grande.

Além deles, também estiveram no ato os prefeitos de Paulino Neves, Raimundo Lídio (SDD), e o de São Vicente Férrer, Adriano Freitas, lideranças políticas e pré-candidatos de vários municípios.

Ele citou nominalmente o ex-deputado José Eider, de Colinas, deixando claro que estará em campanha na terra do governador.

É claro que eu estarei em campanha na terra do governador, por que não? Inclusive recebi um vídeo de um pai de lá, que reclama há dois anos a cirurgia do filho, sinal de que a saúde está mesmo desformada. Não faço mais parte do governo por que não concordamos com o que estão fazendo com o Maranhão”, disse o parlamentar.

No discurso de saudação, Paulinho da Força, que preside nacionalmente o Solidariedade, lembrou o legado do governo Flávio Dino e apontou Othelino como seu herdeiro, “a nova liderança política do Maranhão”.

O evento marcou também a confirmação da candidatura da suplente de deputada federal Flávia Alves a prefeita de São Luís.

Mas esta é uma outra história…

Assembleia volta atrás e aprova homenagem ao MST…

Um dia depois de a bancada mais próxima ao governador Carlos Brandão se mobilizar para rejeitar o pedido do deputado comunista Júlio Mendonça, mesa diretora reforma a medida, mas ainda com acusações de atropelos a requerimentos de mesmo teor apresentados desde a quarta-feira, 3, pelo também comunista Rodrigo Lago

 

Deputados de esquerda foram à Assembleia paramentados com símbolos do MST em homenagem aos trabalhadores rurais

A forte pressão da esquerda e dos movimentos sociais levou a Assembleia Legislativa a aprovar , nesta quinta-feira, 4, homenagem ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), à Contag e à Fetaema; na quarta-feira, 3, a bancada ligada ao governador Carlos Brandão (PSB) rejeitou o requerimento do comunista Júlio Mendonça, o que causou surpresa na classe política.

A confusão ideológica de Brandão foi analisada neste blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Brandão é de direita; errado é pensar dele o contrário…”.

O MST, a Contag e a Fetaema são movimentos de esquerda fortemente ligados ao PT e ao governo Lula, do qual Brnadão ainda declara-se aliado; a votação desta quinta-feira, 5, deixou mais claro quem é quem entre esquerda e direita no plenário da Assembleia:

  • Votaram contra a homenagem os deputados Ricardo Seidl (PSD), Wellington do Curso (Novo), Yglésio Moyses (Sem partido), Florêncio Neto (PSB) e Mical Damascenso (PSD);
  • Abstiveram-se os deputados Fernando Braide (PSD) e Drª Viviane (PDT).

Mesmo tentando conciliar os ânimos causados pela posição da bancada ligada a Brandão, a nova votação não deixou de causar embaraços à Assembleia.

Vice-presidente da Casa, o deputado Rodrigo Lago (PCdoB) denunciou ter sido usurpado em seu direito de precedência, por ter apresentado seus requerimentos para a nova votação antes de outros – de Roberto Costa (MDB) e de Antonio Pereira (PSB), ambos ligados ao governo – e seu documento sequer ter aparecido em plenário.

– Quero manifestar meu posicionamento; tive meus requerimentos apresentados antes destes, e foram ignorados pela Mesa Diretora; quero saber o que houve, por que o Regimento Interno deixa claro o direito de precedência – cobrou o parlamentar.

A presidente Iracema Vale (PSB) disse que ira instaurar procedimento administrativo para saber o que houve, mas pôs em votação os projetos dos seus aliados da Mesa.

O episódio ressaltou claramente o racha na base governista entre dinistas e brandonistas…

Produção intelectual protegida pela Lei de Copyright

Brandão é de direita; errado é pensar dele o contrário…

Reação da bancada alinhada ao Palácio dos Leões contra homenagem da Assembleia Legislativa ao MST, à Contag e à Fetaema, além de expor a contrariedade do governo com seus camaradas comunistas, revela também que a presença do governador no PSB atende apenas aos seus interesses meramente eleitorais, sem nenhuma identidade com os postulados da esquerda

 

O Brandão fazendeiro é anterior ao Brandão governador; e sua condição de dono de terra se sobrepõe à sua ideologia política

Editorial

O governador Carlos Brandão (PSB) sempre foi um homem de direita, por origem familiar, por ideais de vida e por ideologia política.

Nascido nos latifúndios de Colinas, filho de donos de terra e fazendeiros dos rincões maranhenses, pouca familiaridade ele tem com as lutas de trabalhadores sem terra e com as angústias sofridas por pequenos lavradores diante do avanço impiedoso do agronegócio.

Na política, sempre esteve vinculado a partidos de direita: PDS, PTB, PFL, DEM…

Chegou, no máximo, ao centro do espectro ideológico ao filiar-se, nos anos 90, ao social-democrata PSDB; foi deputado federal anti-Lula (PT), calou-se diante do golpe contra Dilma Rousseff (PT) e esteve no PRB bolsonarista, antes de ensaiar um retorno ao PSDB e desembarcar de mala e cuia no PSB, a pedido de Flávio Dino.

Na campanha de 2022, foi visível o seu desconforto e a falta de intimidade com os ideais do então candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fazia um esforço hercúleo para reconhecê-lo entre os seus. (Relembre aqui, aqui, aqui e aqui)

Ingenuidade, portanto, imaginar que o governador do agronegócio, com família de fazendeiros e visão de mundo voltado às ideias liberais tenha tido, ainda que por segundos, qualquer lampejo de esquerda em sua cosmovisão.

O governador Carlos Brandão foi, é e sempre será um homem de direita.

Um homem de direita não compreende o significado e o simbolismo de um movimento como o dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que fez muito mais pela reforma agrária do que todos os governos juntos ao longo de todo o período republicano brasileiro.

Está claro que a reação da bancada brandonista na Assembleia Legislativa à iniciativa do comunista Júlio Mendonça de homenagear o MST, a Fetaema e a Contag foi uma reação não a essas instituições, mas ao grupo que se movimenta em contraponto ao inquilino do Palácio dos Leões, formado majoritariamente por homens de esquerda ligados ao agora ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino.

Cobrar do governador coerência ideológica é ingenuidade ou desespero de causa; é como jogar xadrez com pombos.

Brandão é um homem das terras sem nenhuma sensibilidade para sem-terras, lavradores e outros tais do setor agrícola; ele só quer retaliar comunistas e esquerdistas que acham poder peitá-lo.

E pouco importa se esta retaliação atinge lavradores e trabalhadores.

É simples assim…

Produção intelectual protegida pela Lei de Copyright

Histórico antipetista fritou Capelli no governo Lula…

Sem a proteção do futuro ministro do STF Flávio Dino, seu principal assessor passou a ser confrontado com o fato de ter atuado fortemente para tirar o PT das eleições de 2022, inclusive com uma série de artigos jornalísticos em que defendia abertamente uma alternativa de centro-esquerda ao partido do presidente Lula, enquanto este estava cumprindo sentença em Curitiba

 

Dinista, não-lulista e antipetista, Capelli perde espaço no governo com a saída do aliado da política

Análise da Notícia

Com 30 anos de estrada no jornalismo, o titular deste blog Marco Aurélio d’Eça acompanha a trajetória do ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, desde quando ele ainda militava na política estudantil, no final dos anos 90; militante histórico do PCdoB, ele foi forte dirigente da União Nacional dos Estudantes e se aproximou do ex-ministro da Justiça Flávio Dino quando este chegou a Brasília, como deputado federal.

Comunista, Capelli sempre atuou para diminuir a hegemonia do PT na esquerda brasileira

Nomeado por Dino chefe do Escritório de Representação do Maranhão em Brasília, passou, dali, a construir a trajetória do então governador como opção ao petismo e a Lula; após o golpe que criminalizou o PT e levou Lula à prisão, Capelli ganhou força para transformar o aliado comunista em opção de centro-esquerda.

– Da mesma forma que a direita procura um nome novo capaz de virar um pólo aglutinador, um nome que seja capaz de dialogar com o “chamado futuro” e unir forças, o mesmo poderia acontecer na esquerda – pregou o assessor de Dino, em 2018, no artigo “Para onde vai a esquerda?”, quando o PT insistia em manter o nome de Lula, mesmo ele já estando inelegível; e preso. (Leia a íntegra aqui)

Foram diversos outros artigos neste tema. Mas o PT sempre soube do antipetismo de Capelli; Lula sempre soube de sua atuação para diminuí-lo como opção da esquerda.

– Eu sei que vocês acham que entendem tudo de política, mas tentem ao menos compreender Lula. É verdade que Cappelli fez um excelente trabalho sob o comando de Dino e Lula, mas também é verdade que, há menos de cinco anos, era um militante antipetista e anti-Lula inveterado. Lula é sábio – expôs em suas redes sociais Camila Moreno, membro da executiva nacional do PT e ligada à presidente do partido, Gleisi Hoffmann.

A derrota do PT em 2018 – e a busca de Flávio Dino por um protagonismo nacional – exacerbou o antipetismo de Ricardo Capelli para além dos artigos no portal Vermelho, do PCdoB; ele foi um dos articuladores da aproximação de Dino com o PSDB e, principalmente, com o capitão da indústria Jorge Paulo Lemman, história já contada neste blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Articulação de Dino com Huck passa pelo todo poderoso da Ambev…”.

Capelli ficou ainda mais próximo de Flávio Dino – e ganhou ainda mais força para trabalha-lo como alternativa a Lula – após ser nomeado secretário de Comunicação e Articulação Política do governo comunista no Maranhão; Dino tinha tanta convicção de que Lula estaria fora da sucessão de Bolsonaro que articulou a filiação do seu então vice Carlos Brandão ao PSDB; mas deu tudo errado.

Lula foi solto por decisão do STF – que também anulou suas condenações – apenas uma semana depois de Brandão se filiar ao PSDB, já em 2021; Flávio Dino foi obrigado a rever seu plano e a defender Lula como alternativa eleitoral.

Mas seu fiel-escudeiro Capelli já estava exposto no antipetismo.

O PT e Lula até aceitaram de bom grado a presença do ex-comunista como secretário-executivo do Ministério da Justiça, onde, reconhece-se, fez um excelente trabalho.

Mas agora que seu padrinho está fora da política, os petistas começam a relembrar tudo o que foi escrito por ele.

Por isso a sua fritura no governo Lula…