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Assassino de Décio Sá volta ao Maranhão e polícia mantém sigilo…

Jhonathan de Souza está desde a última quarta-feira no Complexo de Pedrinhas, o que deixou preocupado a família de Júnior Bolinha, outro acusado pelo crime

 

Jhonathan de Sousa: de volta ao Maranhão

Jhonathan de Sousa: de volta ao Maranhão

exclusivo2O Sistema de Segurança Pública do Maranhão mantém em sigilo, estranhamente, a informação de que o assassino Jhonathan de Sousa, executor confesso do jornalista Décio Sá, está de volta ao Maranhão desde a última quarta-feira, 23.

O bandido está cumprindo pena no Presídio São Luís, o mesmo em que também está o empresário Júnior Bolinha, também acusado pelo crime.

A chegada de Jhonathan preocupou a família de Bolinha, sobretudo pelo fato de que a transferência se deu, estranhamente, dentro do mais absoluto sigilo.

Desde que foi preso e confessou o assassinato de Décio, Jhonathan – considerado um bandido de alta periculosidade – era mantido preso em um presídio de segurança máxima no Mato Grosso.

O temor da família de Bolinha se dá pelo fato de o empresário apresentar outra versão para a morte de Décio, o que, teoricamente, o tornaria alvo fácil para o assassino, numa espécie de queima de arquivo.

Este blog checou com a Justiça sobre eventuais audiências que justificassem a presença de Jhonathan em um presídio no Maranhão, mas não confirmou nenhuma.

Ele está em Pedrinhas com a farda típica dos “hóspedes” do presídio, o roupão laranja de presidiário, o que leva a crer que sua estada será permanente.

E o sigilo da informação é que deixa todos preocupados.

E não apenas Júnior Bolinha…

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Três anos depois, julgamento do caso Décio ainda sem previsão…

Segundo a denúncia, Décio Sá foi morto a mando de um consórcio de agiotas

Três anos depois do assassinato do jornalista Décio Sá – completados nesta quinta-feira (23) – ainda não se tem qualquer tipo de previsão para o julgamento dos denunciados pelo crime.

E o processo pode durar anos – cinco, dez, quinze até.

Os 11 apontados pelo MInistério Público como autores do assassinato foram pronunciados a Júri Popular, inclusive os que estão soltos ou foragidos. (Relembre aqui)

Mas todos têm direito a incontáveis recursos que, dependendo do tipo, podem chegar até o Supremo Tribunal Federal.

E arrastar o processo indefinidamente…

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Assassino de Décio sorriu, de novo, ao confirmar arma do crime…

Assassino sorri ao ser apresentado à pistola Ponto 40

Foi o próprio assassino Jhonatan Souza quem levou a polícia ao local onde estava a arma usada para matar o jornalista Décio Sá.

Ao contrário do que disse no primeiro depoimento, a arma não foi jogada ao mar durante uma viagem ao ferry-boat. Ele escondeu a pistola “Ponto 40” nas dunas por onde escapou após executar o jornalista.

Jhonatan confessou o local exato após pressão da própria polícia que percebeu contradições em seu depoimento após a reconstituição.

Para localizar a arma, enterrada em meio a um matagal no meio das dunas, foram usados detectores de metal.

Policiais usaram pás para escavar o local até localizar a arma

Mas a polícia precisou do próprio Jhonatan, que explicou várias vezes a área, mas não lembrava mais do local exato.

Os policiais cercaram então um perímetro de cerca de dez metros, e começaram a escavar.

Com as máquinas de detectção de metal, conseguiram finalmente localizar a arma. Ao ser apresentado à pistola, o bandido ainda sorriu, confirmando ser a própria usada no crime.

A perícia irá fazer a análise para tirar todas as dúvidas em relação à propriedade da pistola.

Que será apresentada em uma coletiva amanhã, na sede da Secretaria de Segurança…

 Imagens: Biné Morais (O EstadoMaranhão)

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A polícia precisa falar…

Cutrim já deu declarações; Aluísio só fala nos bastidores

O deputado Raimundo Cutrim (PSD) já falou. Se defendeu, admitiu as ligações com Júnior Bolinha, mas negou envolvimento no assassinato de Décio Sá.

A governadora Roseana Sarney (PMDB) também já falou. Garantiu que a polícia irá investigar até o último ponto e afirmou não acreditar no envolvimento de Cutrim, seu ex-secretário de Segurança.

Mas a polícia precisa falar.

O secretário Aluísio Mendes e sua equipe de delegados precisam explicar por que, diante do depoimento de Jhonatan Souza, não tomaram qualquer medida em relação ao parlamentar governista.

Algumas perguntas precisam ser feitas:

1 – Se Jhonatan afirmou tratar-se do próprio deputado Raimundo Cutrim, por que o Cutrim citado no pedido de prisão não foi qualificado?

2 – Se a polícia não acredita no envolvimento do deputado Cutrim no caso, por que fica vazando informações nos bastidores – como os telefonemas de Gláucio e Bolinha, por exemplo?

3 – Se o Cutrim citado por Jhonatan não é o deputado Raimundo Cutrim, o que a polícia tem a dizer sobre isso?

4 – Por que a polícia não tomou nenhuma providência contra o deputado – seja para ouvi-l0 como testemunha ou para questionar outros envolvidos sobre sua participação no crime?

5 – Mais importante: por que Fábio Capita, que teve apenas citações superficiais, está preso, e Raimundo Cutrim, apontado como “mandante principal”, segundo o depoimento, não foi nem qualificado?

Aluísio Mendes e sua equipe precisam esclarecer estes pontos, ainda que mantenham a investigação sob “sigilo”.

Caso contrário, parecerá que a acusação contra Cutrim fora montada pelo próprio Sistema de Segurança.

Numa disputa desenfreada por poder policial…

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Luis Fernando: “Prefeituras que usam cheques estão mais vulneráveis”…

Luís Fernando alerta sobre uso de cheques por prefeituras

No bojo da Operação Detonando, que elucidou o assassinato do jornalista e blogueiro Décio Sá, a Polícia Civil apreendeu 37 talões de cheques de Prefeituras, todos assinados e em branco, na casa do agiota José de Alencar Miranda Carvalho, o “Miranda”, de 72 anos.

Segundo os investigadores, todos os talões apreendidos levam as assinaturas de prefeitos maranhenses.

Nos recursos destinados pela União para investimentos na Educação já é proibido a movimentação por meio de cheques.

Um decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff, em agosto de 2011, proíbe estados, municípios e Distrito Federal de fazerem pagamentos com cheques, e determina que a movimentação dos recursos seja feita exclusivamente por meio eletrônico, mediante crédito em conta-corrente de fornecedores e prestadores de serviços, para que sejam identificados os favorecidos dos pagamentos efetuados.

Para o chefe da Casa Civil, Luis Fernando Silva, prefeituras que ainda movimentam suas finanças por meio de talonários de cheques, estão mais vulneráveis a situações constrangedoras, mesmo não mantendo qualquer tipo de relação com agiotas.

Segundo Luis Fernando, a movimentação por meios de movimentação eletrônica, permite mais controle e transparência sobre os gastos dos recursos repassados, além de facilitar a análise das prestações de contas.

Nas palestras proferidas por Luis Fernando no ano passado, durante os Seminários Regionais de Lideranças, o secretário recomendou aos prefeitos, que se utilizavam dessa forma de movimentar os recursos públicos – não somente no âmbito da Educação, mas de todos as áreas – a abolirem esse modelo.

Ele citou o exemplo da época em que assumiu a prefeitura de São José de Ribamar, quando uma das suas primeiras medidas foi abolir a tesouraria do município, que efetuava pagamento por meio de cheque e até em espécie.

– Inicialmente algumas pessoas se assustaram com isso, mas logo entenderam a importância de movimentar os recursos públicos, por meio eletrônico, para a contabilidade e para a transparência – lembrou ele durante os seminários.

Com esse mecanismo, facilita ao prefeito na elaboração de sua prestação de contas, além de promover uma gestão transparente e idônea, como acontece em São José de Ribamar.

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O acaso como tática de investigação

Nas quase dez vezes em que o titular deste blog esteve com os delegados que investigam a morte do jornalista Décio Sá, ocorrido em 23 de abril, uma palavra sempre saltava nas conversas, como marca registrada da elucidação de crimes nos últimos anos no estado.

O acaso resultou em prisões importantes e descoberta de culpados por crimes de ampla repercussão.

Foram desde mulheres espancadas por bandidos, que, revoltadas, resolveram denunciar o companheiro, até conversas de bares que acabaram revelando indícios checados e confirmados mais tarde.

O fator acaso é tão forte, que um dos policiais não se constrange em dizer que, no Maranhão, a elucidação de crimes de pistolagem requer 20% de técnica e 80% de sorte.

No assassinato de Décio Sá, o acaso parece, mais uma vez, nortear as investigações.

A prisão dos dois supostos suspeitos – um deles já solto – foi resultado deste acaso: a partir de um e-mail fantasioso encaminhado por jornalistas, a polícia determinou a prisão de Fábio Roberto e Valdêmio Silva.

Por acaso, descobriu-se depois que Fábio Roberto era procurado por outros crimes, por isso permaneceu preso.

A aposta no acaso também envolve as denúncias do Disque-Denúncia, serviço privado de auxílio à polícia.

– Vá que apareça alguém que diga uma coisa com sentido?!? –  justificam os investigadores.

E o acaso se prevalece também da falta de estrutura.

Os policiais reclamam, por exemplo, que a polícia não tem autorização do Estado sequer para acessar contas de Facebook, Orkut e Twitter. Até alguns blogs são bloqueados no sistema da Segup.

– Para pesquisar uma pasta de Facebook, por exemplo, precisamos ir à lan houses. Foi assim que elucidamos vários crimes – conta um dos delegados.

Um exemplo de crime elucidado assim foi o que envolveu Thiago de Sousa e Vanessa Matos, dois filhinhos-de-papai envolvidos na morte da advogada Geysa Rocha Pires.

– Eles caíram por que, viciados no Facebook, facilitaram a descoberta do paradeiro – contra outro delegado.

A morte de Décio Sá parece caminhar para o esquecimento.

Quem sabe um dia não apareça alguém na delegacia disposto a falar? Ou, quem sabe, uma investigação de outro caso esbarre em alguém que tenha a falar sobre o crime?

É o  acaso fazendo a sua parte.

É a esperança da polícia maranhense…

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Violência é maior contra jornalistas da área política…

Schröder: violência é maior na Política

O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Celso Schröder, afirma que os profissionais de imprens que cobrem a área política estão mais expostos a todo tipo de violência.

Ao contrário de outros países em que a origem da violência está em situação de conflito, de guerra, no Brasil a origem da violência contra jornalistas está na política – afirmou o presidente da Fenaj, durante debate sobre a profissão, no Senado Federal.

Executado em abril, Décio Sá era um dos mais destacados reporteres da área política no Maranhão.

De acordo com Schröder, de cada dez casos de violência contra jornalistas, seis ocorrem contra profissionais da área política.

Violência verbal, física e psicológica…

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Assembleia debate situação do jornalista no MA…

 

Jornalista, Eliziane quer debater situação da atuação profissional no MA

Deputados, sociedade e profissionais de imprensa discutem, hoje, a situação de trabalho que o jornalista maranhense enfrenta em seu dia-dia no estado.

O debate foi proposto pela deputada Eliziane Gama (PPS), também jornalista, vai avaliar a realidade e apontar soluções para o trabalho do “jornalista no Estado Democrático de Direito”.

Além de membros da categoria em âmbito estadual, são aguardados representantes nacionais das entidades de classe. Também foram chamados representantes do poder público.

A audiência pública para debater as condições de trabalho dos jornalistas nasceu após o assassinato do jornalista Décio Sá, no mês passado, em um bar na Avenida Litorânea.

O crime completou 30 dias sem nenhum encaminhamento de solução por parte da autoridade policial e já desperta o interesse da comunicade internacional.

A audiência pública estava prevista para começar às 9h, no Auditório da Assembleia…

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Comissão da Câmara desconfia da polícia no caso Décio e vem ao Maranhão investigar denúncias de negligência…

Dutra desconfia de negligência da Polícia

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados vem a São Luís nesta sexta-feira. Vai cobrar mais transparência da polícia nas investigações do assassinato do Jornalista Décio Sá.

– É muito estranho que, logo após o sepultamento, cessaram as notícias sobre esse crime. Nós não vamos deixar que caia no esquecimento – afirmou o presidente do grupo, Domingos Dutra (PT-MA).

Além de Dutra, vêm ao Maranhão os deputados Érica Kokay (PT-DF) e Severino Nunes (PSB-PE).

O silêncio da polícia e a falta de investigações sobre o caso Décio têm incomodado também a imprensa.

O sigilo decretado pela Secretaria de Segurança só serviu até agora para deixar a sociedade distante do que está acontecendo, mas pouca coisa avançou.

A polícia ainda continua ouvindo testemunhas do crime e até colegas de Décio, coisa que deveria ter sido feita já nos primeiros dias das investigações.

A Comissão da Câmara vão investigar denúncias de falha nas investigações, e até supostos erros propositais da polícia na captura de suspeitos.

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Testemunha do caso Décio acredita no trabalho da polícia, revela blog…

O blog de Robert Lobato traz hoje conversa exclusiva com uma das testemunhas do assassinato do jornalsita Décio Sá.

Sem revelar nomes, Lobato conta que a testemunha se mostra otimista com o desenrolar das investigações.

–  Nunca me senti tão pressionado. Os caras são de um profissionalismo que assusta, mas o positivo é que deixei o local do depoimento com a certeza de a polícia vai pegar os responsáveis pelo assassinato de Décio Sá – disse o depoente, segundo o blog.

A desenvoltura da testemunha revelada por Lobato derruba o principal mito da polícia para decretar o sigilo das investigaçês: que as testemunhas estavam apavoradas com a divulgação dos depoimentos.

Não é verdade. Pelo contrário, estão buscando forma de colaborar, como revela este trecho da conversa com Robert Lobato:

– Já quase no final do meu depoimento veio a pergunta mais surpreendente: se desconfiava de alguém que poderia encomendar o assassinato de Décio Sá. Falei que sim, depois revelei a minha opinião e de quem eu suspeito – contou o depoente.

Se a polícia teme ausência de testemunha, portanto, Robert Lobato traz a prova de que elas querem é colaborar.

O resto é com a própria polícia…