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Polícia Federal vai unificar ações que envolvem Josimar de Maranhãozinho

Deputado é citado nas operações Ágio Final – que envolve também o colega Pastor Gildenemyr, o ex-prefeito de Ribamar, Eudes Sampaio e o agiota Pacovan – e na operação Descalabro, que apreendeu R$ 2 milhões em seus escritórios

 

Josimar de Maranhãozinho é investigado pela Polícia Federal em duas ações que envolvem recursos de emendas parlamentares

A Polícia Federal vai unificar duas investigações que seguiam paralelas,  mas envolvem o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e a suspeita de desvio de recursos de emendas parlamentares.

As primeira operação, denominada Ágio Final, investiga pagamento de propina de emendas parlamentares e extorsão; e envolve também o deputado federal Pastor Gil (PL), o ex-prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB), e o agiota Josival Cavalcante, o Pacovan.

A outra operação, denominada Descalabro, tem como alvo direto o próprio Josimar de Maranhãozinho, e resultou na apreensão de R$ 2 milhões em endereços ligados a ele.

Ambas as operações corriam de forma independente, mas depoimentos já obtidos pela Polícia Federal mostraram que tratam do mesmo tema: desvio de recurso de emendas parlamentares.

Com o pedido de compartilhamento de informações, as duas ações da PF ficarão sob a custódia do Supremo Tribunal Federal, que coordena a operação Descalabro, contra Maranhãozinho, esta em segredo de Justiça.

De acordo com as primeiras investigações, só a operação Ágio Final movimentou cerca de R$ 6,6 milhões em emendas parlamentares, com suspeita de pagamento de propina da ordem de R$ 1,6 milhão. 

Os deputados federais ainda não foram ouvidos pela Polícia Federal…

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Esquema que atraiu PF para Ribamar pode envolver deputado federal

Pastor Gyldenemir chegou a negociar com o prefeito Eudes Sampaio recursos de emendas da área da Saúde, indicando o agiota Pacovan como intermediário, num esquema que vem se arrastando há anos na Câmara Federal e envolve parlamentares de vários partidos no estado

Gyldenemir é um dos canais de Josimar de Maranhãozinho na movimentação de emendas parlamentares; ele chegou a Ribamar, onde o agiota Pacovan foi preso por extorsão

No início de 2020, o deputado federal Pastor Gyldenemir (PMN) teve um encontro a sós com o prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB).

Os dois, que não tinham qualquer tipo de relação, trataram sobre liberação de emendas na área da Saúde para a prefeitura de Ribamar. Mas Gyldemenir fez uma exigência: era preciso tratar a movimentação dos recursos diretamente com o agiota o Josival Cavalcante, o Pacovan.

Estaria aí o fio da meada da operação que levou Pacovan para a cadeia, nesta quinta-feira, 3, sob acusação de chantagem e extorsão a prefeitos, incluindo Eudes Sampaio.

O blog Marco Aurélio D’Eça já tratou do esquema de compra e venda de emendas parlamentares em diversos posts ao longo de 2020; mostrou, por exemplo, como recursos das emendas para combate à coVID-19 estavam sendo desviadas em vários municípios.

E o caso não vem de hoje, como revela post publicado neste blog em julho de 2011, sob o título “Suposta agiotagem de emendas desperta interesse da mídia nacional…”

Gyldenemir é hoje a parte mais frágil desse esquema, que envole outros deputados federais, a maior parte ligada aos partidos PL, Patriotas e Avante, todos controlados pelo controvertido Josimar de Maranhãozinho – ele próprio um dos conhecidos negociadores dessas emendas.

Josimar foi destacado em reportagem de O Estado de S. Paulo como o “Papão de emendas”.

O caso envolvendo Eudes Sampaio pode ser só o primeiro de uma série de ações da PF para coibir a prática de compra e venda de recursos públicos envolvendo agiotas como Pacovan.

Outros parlamentares, inclusive, procuraram o mesmo Eudes Sampaio para tratar do assunto…