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PSDB ainda sem chapa para disputar em São Luís…

Partido que já foi a maior agremiação do país tenta montar uma nominata de vereadores para disputar as eleições de outubro na capital maranhense, após chegar a surgir como abrigo de um candidato a prefeito

 

O PSDB com o presidente nacional Marconi Perillo: militância do interior e falta de candidatos em São Luís

O PSDB de São Luís chega à reta final da janela partidária e do fim do prazo para filiação de quem pretende disputar as eleições municipais sem perspectiva de ter ao menos candidatos a vereador.

Em 2023, o partido comandado pelo chefe da Casa Civil Sebastião Madeira chegou a ter um pré-candidato a prefeito, o presidente da Câmara Municipal Paulo Victor, que acabou desistindo da disputa e se transferindo para o PSB; faltando cerca de 15 dias para o fim do prazo de filiação, o partido não tem pré-candidatos a vereador.

A expectativa dos tucanos era receber o vereador Chico Carvalho e toda a sua chapa de candidatos do Solidariedade, mas o vereador impôs como condição a saída do colega Ribeiro Neto do Cidadania, que é federalizado com os tucanos.

A sorte do PSDB pode mudar, porém, com a ameaça da cúpula brandonista do MDB – liderada pelo irmão do governador Carlos Brandão (PSB), o executivo da Assembleia Marcus Brandão – de deixar em massa o partido, que acabou decidindo-se pela aliança com o prefeito Eduardo Braide (PSD).

Além de Marcus Brandão e dos filhos Orleans e Mariana, o PSDB pode receber os vereadores Antonio Garcês e Edson Gaguinho.

Mas esta é uma outra história…

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Colinas pode ter disputa entre famílias de Brandão e de Márcio Jerry

Apesar de um acordo de armistício firmado entre dos dois clãs políticos desde a primeira eleição do ex-governador Flávio Dino, em 2014, aliança pode ruir com a decisão do presidente da Câmara Municipal Renato Santos, aliado da família do governador, de ir para a disputa contra o atual vice-prefeito João Haroldo, irmão do deputado federal comunista

 

Valmira Miranda e João Haroldo em foto de 2016, com Flávio Dino, Brandão e Márcio Jerry, após vitória nas urnas de Colinas

Um armistício que já dura 10 anos entre duas das principais famílias adversárias políticas do interior maranhense – os Brandão e os Saraiva Barroso, em Colinas – corre o risco de ruir nestas eleições municipais, com a disputa entre o atual vice-prefeito, João Haroldo Barroso, e o presidente da Câmara Municipal, Renato Santos.

João Haroldo é irmão do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), líder dos Barroso no Maranhão; Renato é aliado do governador Carlos Brandão (PSB), principal nome da família.

Os Brandão e os Barroso – cuja origem familiar se deu exatamente na mesma rua de Colinas – sempre foram adversários.

O armistício começou em 2014, quando, numa articulação política, o PSDB, partido de Brandão, à época, tomou do PDT a vaga de vice-governador na chapa de Flávio Dino (então no PCdoB), o que forçou a necessidade de uma aliança entre as duas famílias.

Juntas, as famílias venceram as eleições de 2016, tendo a prefeita Valmira Miranda, do grupo Brandão, liderando a chapa, com João Haroldo, dos Barroso, na vice.

Renato Santos decidiu lançar sua candidatura a prefeito ainda em 2023, ameaçando u armistício entre os Brandão e os Barroso em Colinas

Segundo apurou este blog Marco Aurélio d’Eça, o acordo garantiria uma alternância no poder em 2020, com Valmira apoiando João Haroldo, o que não ocorreu, diante de alegadas circunstâncias políticas de 2022; naquele ano, Brandão assumiu o comando do estado e tudo caminhava para que a prefeita apoiasse o seu vice nestas eleições de 2024.

Mas eis que surge a candidatura do presidente da Câmara, Renato Santos. (Saiba mais aqui)

Embora não haja ainda movimentos de ruptura de lado a lado, o que se vê em Colinas é que nenhum dos grupos abre mão dos seus candidatos e devem esticar a corda, pelo menos, até as convenções de julho e agosto.

São, portanto, mais cinco meses de relativa paz entre os clãs…

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Brandão reúne cúpula do Palácio para selar destino de Duarte Jr….

Governador está desde o início da tarde desta sexta-feira, 15, reunido com seu núcleo duro de governo e com o publicitário responsável pela campanha do deputado federal socialista, que foi trazido pelo ex-secretário Ricardo Cappelli; nenhum dos líderes partidários da base governista, nem lideranças políticas alinhadas ao candidato participam da reunião, que tem também a esposa do candidato, Ana Karen Barros

 

Brandão e Duarte Júnior foram até o Araçagy para rediscutir os termos da campanha do deputado à Prefeitura de São Luís

O governador Carlos Brandão está desde às 14 horas desta sexta-feira, 15, reunido com o deputado federal Duarte Júnior (PSB), na casa do seu secretário de Articulação Política, Rubens Pereira, em encontro para analisar as chances de uma candidatura única do deputado federal Duarte Jr. (PSB) a prefeito de São Luís.

Da reunião também participam:

  • a mulher de Duarte, Ana Karen, que preside o Procom-MA;
  • o ex-secretário Ricardo Cappelli;
  • o irmão de Brandão, Marcus Brandão, que preside o MDB;
  • o sobrinho, Orleans Brandão, secretário de estado;
  • o publicitário Manoel Canabarro, que deve assumir a campanha de Duarte.
  • o deputado federal Rubens Júnior (PT).

Este blog Marco Aurélio d’Eça informou desta reunião no post “Pesquisa desestimula candidatura única de Duarte…”. Na elaboração do texto, porém, a informação era a de que a reunião aconteceria só agora à noite; outras fontes do blog ampliaram a informação confirmando o encontro já em andamento.

Este blog Marco Aurélio d’Eça conseguiu, inclusive, a lista dos participantes da reunião.

É possível perceber que no encontro não estão os presidentes de nenhuma das legendas, o que confirma o esvaziamento da candidatura de Duarte, já abordado neste blog nos posts “Duarte Jr. não tem por que reclamar de Brandão…” e “Adversários veem chance de terceira via com esvaziamento de Duarte…”.

Enfraquecida desde a crise do TCE-MA entre dinistas e brandonistas, a campanha de Duarte precisará mostrar força nestes próximos dias, sobretudo exibindo aliados de peso, e Brandão sabe disso.

Um dos principais termômetros da viabilidade da campanha é a presença ao seu lado dos vereadores de São Luís, liderados pelo presidente da Câmara, Paulo Victor (PSB), o que não tem ocorrido.

Mas esta é uma outra história…

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Aliança do MDB com Braide passa por 2026…

Decisão do presidente do partido, Baleia Rossi, agora confirmada pela própria Executiva Nacional, abre caminho futuro com o prefeito de São Luís e sinaliza que não vê consistência no projeto político liderado pelo governador Carlos Brandão na sucessão estadual maranhense

 

Aliado ao MDB, Braide foi levado por Hildo Rocha e Cleber Verde aos ministérios das Cidades e da Pesca, sinalizando campo aberto em Brasília

A decisão do MDB de apoiar a reeleição do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), sinaliza para além das eleições de outubro; a aliança – já ratificada pela Executiva Nacional – deve confirmar espaços de poder para o partido na gestão municipal, mas sugere também dois pontos políticos adicionais:

  • 1: em caso de vitória do prefeito em 2024, o MDB deve estar em um eventual palanque político com Braide nas eleições de 2026;
  • 2: o MDB nacional não viu consistência no projeto político do governador Carlos Brandão (PSB) alinhavado para a sua sucessão, daqui a pouco mais de dois anos.

– Nós temos um compromisso formal com o prefeito Braide, de ajudá-lo na gestão de São Luís; isso implica aliança política para além das eleições de 2024 – disse ao blog Marco Aurélio d’Eça o deputado federal Cléber Verde, principal articulador do apoio a Braide. 

Os Brandão foram levados ao MDB por uma articulação que partiu de setores remanescentes do grupo Sarney para evitar a hegemonia de Cléber Verde no partido.

Foi oferecido ao governador o comando estadual, então presidido pela deputada federal Roseana Sarney, que abriu mão em favor do irmão do governador, Marcus Brandão, homem-forte da Assembleia Legislativa e eminência-parda do próprio governo.

Convencido de que teria o controle absoluto da legenda, Marcus encaminhou seus dois filhos para filiação ao partido:

Mas o projeto anti-Cleber Verde construído pelos setores históricos emedebistas não deu certo e o deputado federal venceu a queda-de-braço com o grupo de Brandão, levando o MDB para o apoio a Braide, agora com aval do presidente nacional e da própria Executiva Nacional.

Resta aos Brandão agora – governador e seu grupo – definir seu futuro no partido…

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Hildo Rocha explica aliança do MDB com Braide: “é preciso ter coerência”

Ex-deputado foi o ponto de surpresa nesta terça-feira, 12, como um dos articuladores do apoio do partido ao prefeito de São Luís, sob o argumento de que foi este o caminho tomado em 2020, resultando em espaço nas secretárias e uma gestão bem avaliada pela população

 

Hildo Rocha teve papel fundamental tanto na entrada de Cleber Verde no MDB quanto na aliança do partido com o prefeito Eduardo Braide

O ex-deputado federal Hildo Rocha detalhou nesta quarta-feira, 13, a este blog Marco Aurélio d’Eça os detalhes da articulação que garantiu ao prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSB) o apoio do MDB.

Rocha foi um dos articuladores da aliança, ao lado do deputado federal Cleber Verde, sob o argumento de que é necessário ter princípio.

– Na política é preciso ter princípio e manter a coerência. Se o MDB apoiou o Braide em 2020, teve uma secretaria e vários cargos na gestão, e ajudou a fazer um governo bem avaliado, por que agora trocar essa aliança por outra?!? Não faria sentido algum – ponderou o parlamentar.

Hildo Rocha confirmou também que a articulação pró-Braide não teve participação da família Brandão e do grupo do governador Carlos Brandão (PSB), que foram derrotados no processo; nem mesmo os demais emedebistas – como a deputada Roseana Sarney e o deputado Roberto Costa – tiveram participação.

– Foi articulação do deputado Cleber Verde com o meu auxílio, justamente por eu entender que o MDB teria que manter a coerência – disse.

Rocha foi um dos responsáveis pelo convite a Cleber Verde para filiação ao MDB, ainda no final de 2022, “quando ainda nem havia o projeto de trazer Marcus Brandão para o partido”.

O ex-deputado sempre resistiu à ideia de apoiar Duarte Júnior (PSB), possibilidade que só começou a surgir no partido após o controle dos Brandão.

Embora garanta não ter nada contra Duarte Júnior, Hildo diz que, se fosse pra abrir mão do apoio a Braide, o caminho que defenderia era outro, não o de Duarte.

– Entre apoiar Duarte e Fábio Câmara, eu defenderia o apoio a Câmara – concluiu Hildo Rocha.

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Aliados de Brandão tratam apoio do MDB a Braide como “resposta a Flávio Dino”…

Não se sabe se a versão espalhada pelo Palácio dos Leões tenta minimizar os efeitos da derrota que sofreram do deputado federal Cleber Verde, ou se, de fato, deram a anuência para o apoio do partido comandado pela família do governador ao prefeito de São Luís; de qualquer forma, o anúncio é mais um duro golpe na já esvaziada campanha do deputado dinista Duarte Júnior, que já enfrenta resistência na base governista

 

Imagem de 29 de maio de 2023: Eduardo Braide, Hildo Rocha, Roseana Sarney, Marcus Brandão e Cleber Verde observados por Baleia Rossi: premonição?

Não demorou nem cinco minutos após a postagem neste blog Marco Aurélio d’Eça sobre o apoio do MDB ao prefeito Eduardo Braide (PSD) para que auxiliares diretos do governador Carlos Brandão (PSB) e emissários do Palácio dos Leões começassem a criar uma versão própria para o golpe que sofreram do deputado federal Cleber Verde.

Segundo esta versão, a declaração de apoio do presidente nacional emedebista Baleia Rossi a Braide teve a anuência da família do governador Carlos Brandão (PSB), que controla o partido no estado, como uma espécie de “resposta de Brandão a Flávio Dino”.

– Brandão não engoliu o que fizeram com a indicação de Flávio Costa ao TCE-MA; é claro que ele perdeu o interesse na campanha de Duarte – disse um importante auxiliar do governador com assento no Palácio dos Leões; o argumento foi repetido por deputados estaduais governistas, jornalistas alinhados ao governo e observadores da cena política.

Diante da enxurrada de argumentos tentando minimizar o golpe sofrido pelos Brandão, este blog Marco Aurélio d’Eça buscou ouvir também o grupo mais ligado ao agora ministro do Supremo Tribunal federal, Flávio Dino.

Um dos frequentes interlocutores do blog em Brasília não quis passar recibo à suposta resposta a Dino, atribuindo a aliança do MDB com Braide, primeiro à “falta de articulação do próprio grupo de Brandão, que mostrou fragilidade”; depois, a “um pedido de [deputada federal] Roseana Sarney a Baleia Rossi”.

De uma forma ou de outra, a perda do MDB foi um duro golpe também à campanha do deputado federal Duarte Júnior (PSB), que já vinha enfrentando uma visível má-vontade da base governista, aumentada com a crise envolvendo a indicação de Flávio Costa ao TCE.

E pelas conversas das últimas horas, a tendência agora é piorar…

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Orleans Brandão descarta compor chapa de Duarte Júnior…

Secretário de Assuntos Municipais do Governo do Estado afirma que irá se dedicar aos 217 municípios e que há zero possibilidade de ser vice do candidato do PSB, embora declare apoio ao aliado

 

Orleans com Iracema e Brandão na Favela do Samba, imagem que deu origem a novas especulações sobre vice, negadas por ele

O secretário de Assuntos Municipais do Governo do Estado, Orleans Brandão (MDB), negou nesta quarta-feira, 10, que estaria se preparando para compor a chapa do deputado federal Duarte Júnior (PSB) na disputa pela Prefeitura de São Luís.

– Zero possibilidade de ser vice de Duarte – afirmou Orleans, segundo revelou o blog do jornalista Diego Emir.

Sobrinho do governador Carlos Brandão, Orleans vinha sendo especulado como possível vice desde o início de 2023; chegou-se a apontar até mesmo o interesse do governador em indicá-lo numa eventual composição com o prefeito Eduardo Braide (PSD), possibilidade hoje descartada.

De acordo com Emir, o secretário acompanhou Duarte e a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), no último dia 6, em uma visita à Escola Favela do Samba, ocasião em que o candidato o PSB anunciou emenda de R$ 1 milhão para a agremiação; a imagem do encontro aumentou a especulação sobre composição de chapa.

– Estou focado na Secretaria – garantiu Brandão.

Descartada a possibilidade de presença nas eleições municipais de 2024, a filiação de Orleans ao MDB, em dezembro, aponta agora para as eleições de 2026, em que deve concorrer a uma vaga de deputado federal ou estadual.

– Irei me dedicar aos 217 municípios. Apoio o Duarte, mas não sou candidato a nada esse ano – concluiu o secretário…

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MDB com Braide é “prego batido” pela nacional do partido…

Decisão de apoio ao prefeito de São Luís foi tomada antes mesmo da chegada de Marcus Brandão à legenda, como garantia para a entrada do deputado federal Cleber Verde, que já tem participação na atual gestão da prefeitura

 

Eduardo Braide em sugestiva foto publicada em suas redes sociais, entre Cleber Vede e Baleia Rossi

A decisão de apoio ao prefeito Eduardo Braide (PSD) nas eleições de 2024 foi tomada pela cúpula nacional do partido antes mesmo do anúncio da filiação de Cleber Verde à legenda, ainda em abril.

À época, nem se cogitava a entrada do diretor institucional da Assembleia Legislativa, Marcus Brandão, irmão do governador  Carlos Brandão (PSB).

A garantia de que o partido irá com Braide foi dada a Verde pelo presidente nacional, Baleia Rossi, que esteve em São Luís na última segunda-feira, 29, justamente para filiação do colega de Câmara Federal.

A entrada de Marcus Brandão e o consequente controle da legenda por Carlos Brandão se deu após fechamento de questão com Verde, mas agradou ao grupo do governador, que não descarta indicar o companheiro de chapa de Braide.

De uma forma ou de outra, garantido por Cleber Verde durante o ato de filiação, o MDB de São Luís estará com Braide e deverá ocupar novos postos na gestão; atualmente tem o secretario de Esportes, Romário Barros, e o de Desenvolvimento Metropolitano, André Campos.

E o tempo só estreitará esses laços…

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Ana Brandão mantém-se como preferida dos advogados para ser desembargadora

Operação resgate do Palácio dos Leões levou Flávio Costa ao primeiro lugar lugar na lista masculina, mas ainda 13 votos atrás da prima do governador, que não tem o apoio direto da família

 

Advogados escolhidos pela categoria: dois novos nomes frutos da articulação política

A advogada Ana Brandão manteve seu favoritismo e manteve-se como a preferida dos advogados maranhenses para se tornar a nova desembargadora indicada pela OAB-MA.

Ana, que é prima do governador Carlos Brandão, mas não recebe o apoio direto da família, obteve 3.183 votos.

Resultado de uma verdadeira operação resgate promovida pelo Palácios dos Leões, Flávio Costa – que havia ficado fora da primeira lista – apareceu agora como o mais votado entre os homens, com 3.165 votos,  mas ainda 13 votos atrás de Ana Brandão.

Também de fora da primeira lista, Anna Graziella Neiva – outra a receber apoio da classe política – ficou desta feita em terceiro lugar, com 2.681 votos.

Pelo que se lê dos números divulgados pela seccional da OAB-MA, Flávio Rocha tirou votoa de Gustavo Sauaia, que ficou em primeiro na lista masculina anterior e agora quase não entra, amargando a sexta posição.

Detalhe: Sauaia tem apoio forte, quase una unidade, entre os desembargadores.

A lista dos 12 vai ser analisada agora pelo aconselho Regional da OAB-MA, que definirá em sabatina os seis que serão encaminhados para análise dos desembargadores.

A reunião do Conselho já está marcada para está quinta-feira, 18.

 

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Palácio dos Leões se divide na escolha de desembargador pela OAB-MA

Dois grupos ligados ao governador Carlos Brandão trabalham, de um lado, pela candidatura de Ana Brandão;  e de outro, por Flávio Costa. Mas há outros nomes com atenção do círculo de poder formado pelo tripé Executivo, Legislativo e Judiciário

 

A disputa na OAB-MA é entre advogados, mas envolve os núcleos de poder político do Maranhão

Análise da Notícia

Anulada pela Justiça Federal em um jogo mal explicado pelo presidente da seccional maranhense, Kaio Saraiva, o processo de escolha do novo desembargador maranhense a ser indicado pela OAB-MA tem dividido o governo Carlos Brandão (PSB).

Há dois nomes abertamente preferidos pelo Palácio dos Leões e pelos círculos de poder político do estado – Ana Brandão e Flávio Costa – com cada corrente atuando fortemente em defesa deles.

Mas pelo menos dois outros nomes – Ana Graziella Neiva e Gustavo Sauaia de Oliveira – surgem como espécies de alternativa para entrar na lista tríplice a ser encaminhada ao governador.

É Brandão quem escolhe o novo membro do Tribunal de Justiça, após todo o trâmite que recomeçou com a jogada da anulação do processo anterior.

Entre os governistas, Ana Brandão – que é prima do governador, mas não conta com o apoio efetivo da família – foi a mais votada na lista anulada, e deve confirmar esta condição de favorita na votação do dia 15 de maio.

Trabalham por ela alguns dos principais auxiliares do governador, como o chefe da Articulação Política Rubens Pereira; nessa empreitada ele conta com alguns deputados estaduais.

Já o núcleo familiar de Brandão atua fortemente por Flávio Costa, que não entrou na lista anterior – razão pela qual, acredita-se, houve a anulação – mas pode figurar bem posicionado na próxima votação.

Pelo menos é o que espera os seus aliados na família, que têm buscado a ajuda do comando da Assembleia Legislativa.

No jogo entre os preferidos do Palácio dos Leões outros dois nomes passaram a surgir com forte possibilidades de chegar ao final do processo entre os três escolhidos a serem encaminhados a Brandão.

Ligada à deputada federal Roseana Sarney (MDB), Ana Graziella não entrou na primeira lista, mas ampliou suas possibilidades com a anulação do processo – e ao se aproximar de Marcus Brandão, principal articulador na família Brandão.

Graziella é vista como uma espécie de segunda opção do núcleo palaciano que aposta as fichas em Flávio Costa.

Outro nome forte é o de Sauaia.

Segundo colocado geral na primeira lista de 12 advogados, ele é o preferido da maioria dos desembargadores, que só não o escolhem definitivamente por que têm que entregar três nomes a Brandão.

Faltando seis dias para a eleição na OAB-MA, o quadro entre os candidatos e o seguinte:

se Flávio Costa entrar na lista entre 12 escolhidos pela categoria, fatalmente estará entre os seis escolhidos pelo Conselho da Seccional Maranhense e na lista de três nomes escolhida pelos desembargadores.

E será o escolhido por Brandão, seja qual for sua posição na lista do TJ-MA.

Mas o problema é que Costa pode mesmo ficar novamente de fora, e aí o jogo muda.

Se Ana Graziella estiver na lista dos 12, e passar entre os seis pelo conselho, fatalmente figurará na lista tríplice do Tribunal de Justiça.

E aí, nesse caso, Brandão pode até mesmo escolher uma Ana em vez da outra.

Por uma especial questão das relações políticas tradicionais maranhenses…