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Sobre filhos, netos e sobrinhos nas eleições de 2020…

Pré-candidato da Rede Sustentabilidade nas eleições de São Luís, o jornalista Jeisael Marx  abriu debate sobre a política como herança passada para parentes, como se vê no atual quadro da sucessão do prefeito Edivaldo júnior

 

Alguns dos pré-candidatos a prefeito de São Luís: filhos netos e sobrinhos de políticos tradicionais, alguns com mamãe e papai na campanha

Ao se referir às eleições de São Luís como uma espécie de “clubinho da elite”, o jornalista e pré-candidato da Rede Sustentabilidade, Jeisael Marx, ressaltou que a disputa em 2020 tenderia a se dar entre filhos, netos e sobrinhos de políticos tradicionais do Maranhão.

Diante disto, ele pregou que é hora de a população desassistida apostar nos seus, naqueles que vieram das comunidades, como ele próprio, sem sobrenome ou curral eleitoral para se eleger.

Jeisael tem razão.

Dos nove pré-candidatos já postos para a disputa, nada menos que cinco são filhos, netos ou sobrinhos de políticos tradicionais do Maranhão, incluindo o próprio líder nas pesquisas, Eduardo Braide (Podemos), filho do ex-presidente da Assembleia, Carlos Braide.

A lista inclui os deputados estaduais Neto evangelista (DEM) e Adriano Sarney (PV), o presidente da Câmara Municipal,  Osmar Filho (PDT), e o secretário de Cidades, Rubens Pereira Júnior (PCdoB).

Pereira Júnior tem, inclusive, uma curiosidade em sua campanha: a articulação é toda feita pelo pai, Rubens Pereira, e pela mãe, Suely Pereira, ambos ex-prefeitos de Matões – e ambos com problemas na Justiça Eleitoral.

Dos principais candidatos já postos, apenas Duarte Júnior (PCdoB), Wellington do Curso (PSDB) e Bira do Pindaré (PSB), além do próprio Jeisael,podem ser considerados self-made man, uma vez que estão na política sem sobrenomes famosos ou parentes importantes.

O próprio atual prefeito também é fruto da construção política do pai, outro político tradicional, o deputado estadual Edivaldo Holanda. 

Oriundo da periferia de São Luís, Jeisael Marx visita as comunidades, tentando abrir a mente para o “nós também podemos”

Sem entrar no mérito da qualidade destes rebentos familiares, a quantidade de filhos, sobrinhos e netos nas disputas mostra que a política maranhense continua patrimonialista, com as instâncias de poder sendo entregue aos herdeiros como espécies de capitanias hereditárias.

E para lembrar outro pensamento de Jeisael Marx, tudo isso ocorre com a concordância do próprio eleitor, que se se acostumou com a ideia de que apenas “eles e não nós” têm direito de ser líderes políticos.

Uma ideia equivocada, que estes self-made man podem ajudar a mudar em 2020…

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