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Nem mel, nem cabaça…

Dino quer estar assim com Dilma, mas antes ele estava assim era com Aécio

Dino quer estar assim com Dilma, mas antes ele estava assim era com Aécio

Além de não ter surtido o efeito esperado na relação com o governo Dilma Rousseff (PT), a tentativa de aproximação do governador Flávio Dino (PCdoB) com a presidente causou uma reação negativa: o afastamento do PSDB e a determinação das lideranças tucanas de que o partido deve repensar seus projetos políticos no Maranhão.

Dino montou uma estratégia bem planejada para criar uma imagem nacional de aliado de Dilma – mesmo após ter utilizado uma postura furta-cor durante a campanha eleitoral – com um objetivo claro: garantir a indicação da maioria dos cargos federais no Maranhão.

Mas sua estratégia fracassou; e ainda criou problemas com o PSDB.

Os tucanos hoje se ressentem de Dino exatamente pela sua declaração de que se tratava de “um golpe” as manifestações pelo afastamento de Dilma. Declaração criticada pelos principais veículos de comunicação do país. E que gerou antipatia dos tucanos de alta patente de Brasília, como o senador José Serra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o próprio Aécio Neves”

Os cargos federais no estado têm sido ocupados por indicados do PT e dos seus antigos aliados, que estão na trincheira de Lula/Dilma desde 2002, contra o mesmo PSDB que Flávio Dino ciceroneou na campanha de 2014, abrindo palanque para o senador Aécio Neves em São Luís e em Imperatriz.

Mas os tucanos hoje se ressentem de Dino exatamente pela sua declaração de que se tratava de “um golpe” as manifestações pelo afastamento de Dilma. Declaração criticada pelos principais veículos de comunicação do país. E que gerou antipatia dos tucanos de alta patente de Brasília, como o senador José Serra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o próprio Aécio Neves.

O resultado da estratégia furada de Flávio Dino é o distanciamento do PSDB local, que já começa a repensar seus planos na relação com o comunista.

E o primeiro passo tem a ver com as eleições de 2016, porta de entrada para um projeto mais consistente para 2018.

Da coluna EstadoMaior, de O EstadoMarahão
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Arroubo e constrangimento…

De O EstadoMaranhão, com ilustração do blog

Nunca a fala de um governador sobre momento político foi tão infeliz e repercutiu tão negativamente na grande imprensa do Sul do país quanto o discurso de Flávio Dino (PCdoB) durante a passagem da presidente Dilma Rousseff (PT) por São Luís, segunda-feira, 10.

Agindo como militante do movimento estudantil, Dino fez gestos e coordenou até bandeiraços comuno-petistas, em pleno palanque em que Dilma cumpria agenda administrativa, para acusar de “golpistas” todos os que defendem o afastamento da presidente.

 

Dino, como garoto de movimento estudantil, regendo bandeiraçoSe tentou dar uma demonstração de força e prestígio político durante a passagem de Dilma Rousseff por São Luís, Dino passou outra imagem para a grande mídia – que, aliás, o via com outros olhos até as eleições de 2014.
Para a imprensa, Dino agiu como um jovem cheio de arroubos e com pouco conhecimento dos trâmites legais e dos poderes das instituições brasileiras”

 

Dino levou pancada de todos os grandes veículos – Veja, O Globo, Folha de S. Paulo – e foi ridicularizado pelos principais articulistas da internet. Sobretudo pelo fato de chamar de “golpe”, hoje, o que ele mesmo já fez em várias oportunidades.

O governador maranhense acionou seu adversário João Castelo (PSDB), nas eleições de 2008, por entender que a vitória do tucano não tinha sido legítima naquelas eleições. E ninguém classificou de golpe o seu direito de espernear. E também tentou cassar o mandato da então governadora Roseana Sarney, na Justiça Eleitoral, dois anos depois.

Sem falar na denúncia contra a mesma Roseana, já em 2014, pedindo intervenção federal no Maranhão, e na instrumentalização de advogados paulistas que inventaram um tal pedido de impeachment contra a mesma governadora na Assembleia Legislativa.

Se tentou dar uma demonstração de força e prestígio político durante a passagem de Dilma Rousseff por São Luís, Dino passou outra imagem para a grande mídia – que, aliás, o via com outros olhos até as eleições de 2014.
Para a imprensa, Dino agiu como um jovem cheio de arroubos e com pouco conhecimento dos trâmites legais e dos poderes das instituições brasileiras.

E para um ex-juiz federal, o gesto soa ainda mais constrangedor.

Publicado na coluna Estado Maior, de 12/08/2015